Por cima do ombro: Marcus Fenix, Isaac Clarke e muitos outros.

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É comum experimentar jogos que contam com perspectiva de visão em terceira pessoa. Muitas pessoas não sabem, entretanto, que o próprio TPS (Third Person Shooter, game de tiro em terceira pessoa) é um gênero diversificado. Há diferentes maneiras de controlar um personagem visualizando-o por completo.

Uma das abordagens mais empregadas pelos desenvolvedores da atualidade é a Shoulder View, ou simplesmente Over the Shoulder. O termo inglês "shoulder" significa "ombro" e isso nos leva ao conceito básico dessa abordagem: visualizar um personagem através de uma câmera localizada "em cima" do ombro do combatente.

Na realidade, a Shoulder View faz com que a câmera do game fique presa ao protagonista controlado, à mira do jogador. Assim, não é possível movimentar a câmera livremente de forma semelhante ao que ocorre em muitos jogos do gênero TPS.

Em certos casos (como em Resident Evil 4), são oferecidos comandos prontos que giram rapidamente o personagem — e, consequentemente, a câmera — para que o gamer consiga enxergar outra área do cenário sem ter que perder tempo movimentando o protagonista pouco a pouco.

Foco direcionado

Para aplicar a Shoulder View, é necessário que os desenvolvedores coloquem o personagem em um dos lados da tela (direito ou esquerdo) ao invés de um lugar centralizado. Em alguns casos, o atirador fica ligeiramente descentralizado, enquanto que, em outros games, o protagonista é bastante deslocado e a câmera fica sempre próxima ao ombro.

Por mais que boa parte dos jogos conte com uma câmera localizada "em cima" do ombro direito do combatente, a alternância é fundamental para que a maior parte dos gamers se sinta confortável com a experiência. Mudar a câmera automaticamente para o outro ombro, deixar que o jogador alterne ou... Os dois? A escolha é dos desenvolvedores.

A Shoulder View também é aplicada brevemente em títulos TPS que não possuem câmera fixa. Bons exemplos são os jogos da série Uncharted e Dead to Rights: Retribution, que deixam o gamer livre para movimentar o ângulo de visão, mas, na hora de mirar e atirar, o personagem é visualizado por cima do ombro e a câmera automaticamente acompanha a mira.

Outra "mistura" interessante entre perspectivas é a que ocorre no game Tom Clancy\'s Ghost Recon Advanced Warfighter 2. Nesse caso, o jogador tem a possibilidade de escolher FPS (primeira pessoa) ou Shoulder View para obter os melhores resultados no momento de criar e executar estratégias em prol do cumprimento dos objetivos propostos. Essa possibilidade de alternância é bem parecida com o que acontece no jogo Lost Planet: Extreme Condition, embora o título da Capcom não seja propriamente em Shoulder View.

Oferecer perspectivas variadas é algo muito interessante para quem tem preferências diversificadas e não gostaria de se sentir restrito perante uma perspectiva "imposta". Certas pessoas criam modificações — os famosos "mods" — para alternar o estilo de visualização dos personagens. Left 4 Dead, por exemplo, pode ser modificado com o pacote Elements of War: 1337 Board, que permite até mesmo a criação de uma perspectiva personalizada de visão.

Os melhores

Com isso, o TecMundo Games resolveu mostrar quais são os melhores games dos últimos tempos que empregam a Shoulder View. É importante ressaltar que alguns títulos não merecem destaque (como Wanted: Weapons of Fate e 50 Cent: Blood on the Sand), visto que não são tão surpreendentes assim, mesmo com a perspectiva de visão por cima do ombro dos personagens centrais.

Enfim, divirta-se!

Shoulder View

Um ombro mais forte que o outro


Gears of War

O que falar das empreitadas de Marcus Fenix? Os dois games desta série espetacular da Epic Games esbanjam em diversão e dinamismo, servindo como base para muitos outros desenvolvedores que quiseram criar jogos com Shoulder View.

Tanto o método de mira quanto o sistema de cobertura de fogo podem ser encontrados em outros games extremamente parecidos com Gears of War. A praticidade da jogabilidade é algo admirável nos dois jogos da franquia e consiste em um dos diferenciais desses títulos em relação aos demais games de ação da modernidade.

Dead Space

Isaac Clarke despontou no mundo dos video games de uma maneira assustadora... Tanto no jogo quanto na vida real. A atmosfera de Dead Space combinou perfeitamente com a perspectiva Shoulder View e fez com que o jogo fosse aclamado por muitos críticos e gamers.

Dead Space 2 está chegando e promete ser tão — ou mais — arrepiante que o título original. É difícil dizer se a novidade será inteiramente em Shoulder View ou não, mas espera-se que o segundo jogo faça jus ao estrondoso sucesso da primeira aparição de Clarke.

Mass Effect

Mass Effect é a melhor prova de que Shoulder View é uma abordagem que pode ser aplicada (com muito sucesso, diga-se de passagem) também em games do gênero RPG. Shepard é um personagem espetacular e participa de uma trama bastante cativante.

Recentemente, o TecMundo Games fez a análise do segundo game da série da BioWare. A jogabilidade, se é que isso era possível, recebeu melhorias de peso e colocou ainda mais ação na fórmula. Enredo surpreendente, controles acessíveis e empolgantes e recursos técnicos mais que satisfatórios. Quer mais que isso?

Lost Planet 2

Apesar de não ser apenas em Shoulder View (levando em consideração que, em determinados momentos, a câmera pode ser movimentada separadamente da visão do personagem), esta promessa da Capcom traz muitas características expressivas de ação... E diversão, é claro.

Não é à toa que Marcus Fenix e Dominic Santiago, de Gears of War, resolveram fazer uma aparição surpreendente em Lost Planet 2. Acompanhe:

Enquanto o primeiro Lost Planet centraliza o combatente na tela, o segundo título conta com um pequeno deslocamento do protagonista controlado. A intenção dos desenvolvedores é deixar a jogabilidade ainda mais impactante, mantendo intacta a fantástica atmosfera de ficção científica.

Resident Evil

Resident Evil 4 é ótimo. Resident Evil 5 também é muito bom. E ambos os títulos da famosa série da Capcom se baseiam na abordagem Shoulder View para conquistar milhares e milhares de fãs ao redor do planeta. A significativa combinação entre ação em perspectiva de visão em terceira pessoa e "survival horror" é a chave do sucesso.

Assumindo o papel de Leon Kennedy ou Chris Redfield, os jogadores têm a oportunidade de exterminar hordas de zumbis com armas diversas. Resident Evil 5 é ainda mais ousado, pois conta com um pouco mais de ação do que os seus antecessores. Não é para menos: a bela Sheva rouba a cena e é capaz de causar arrepios em alguns gamers.

Red Faction: Guerrilla

A jogabilidade é definitivamente um dos pilares de Guerrilla, um jogo expressivo desenvolvido pela Volition. Na realidade, destruição é o que leva os jogadores a experimentarem o Sledgehammer, uma das armas mais divertidas do jogo (nada menos que um grande martelo de duas mãos). A perspectiva em Shoulder View permite que o gamer possa quebrar tudo sem graves problemas com os controles.

Por mais que os visuais gráficos do título distribuído pela THQ não sejam impecáveis, a capacidade de destruição é impressionante. É possível, ainda, reconstruir paredes e objetos no modo multiplayer. A Havok — motor gráfico empregado no jogo — faz um bom trabalho reproduzindo cenários áridos do Planeta Vermelho.

Silent Hill: Shattered Memories

Esta edição da série Silent Hill conta com uma perspectiva em Shoulder View ligeiramente mais aberta, sendo que é possível ver o personagem girando na tela sem que a câmera seja movimentada. Ainda assim, controlar Harry Mason por cima do ombro do protagonista é a base de tudo.

Resgatando a essência da franquia, Shattered Memories traz a nostalgia aos jogadores que já tiveram a oportunidade de conhecer outros games da "Colina Silenciosa". A versão para o console de última geração da Nintendo, por exemplo, conta com uma jogabilidade intrigante e satisfatória.

Ghostbusters: The Video Game

Os famosos Caça-Fantasmas aparecem nos consoles de última geração na tentativa de trazer a ambientação sensacional dos longas-metragens para os video games. Por mais que existam falhas em vários aspectos do game, a diversão é praticamente inevitável.

A aplicação da perspectiva Shoulder View trouxe ainda mais fluidez para a jogabilidade. Encarnar um Ghostbuster não é para todos, já que os próprios Peter Venkman, Raymond Stantz, Egon Spendler e Winston Zeddemore têm problemas em lidar com certos fantasmas.

Army of Two

Tanto o game original quanto The 40th Day partem do princípio que a cooperação é o segredo do sucesso nos mais diferentes tiroteios. Entrar em sintonia com o companheiro de ação não é apenas algo opcional na jogabilidade: é primordial.

A Shoulder View é ótima para este caso. Salem e Rios — visualizados pelo jogador com clareza — conseguem dividir a atenção dos inimigos e, pouco a pouco, eliminar dezenas de oponentes de acordo com a situação do momento.

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