Seja nas lutas ou nas pistas, as mesclas quase sempre brilham.

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Mistura começando!Você pode nunca ter reparado, mas certamente já leu, jogou ou assistiu a alguma história que misturava dois mundos fictícios diferentes. Nos gibis, por exemplo, temos desde as décadas passadas Scooby-Doo e companhia ajudando Batman e vice-versa, enquanto uma série especial da DC trouxe a combinação mais improvável de todas: Pernalonga em conjunto com Super-Homem!

Estas mesclas são capazes de abrir novos precedentes aos personagens e muitas possibilidades para os autores, que inovam e se superam a cada edição. No reino dos games a história não é nem um pouco diferente e aos poucos as combinações entre personagens e mundos vão dominando todos os cantos.

Estamos falando dos grandes “Crossovers”, os projetos que são resultado da junção entre os universos ou personagens de dois ou mais jogos. Eles já cobrem muitos gêneros, incluindo corrida, RPGs, estratégia em tempo real, simulação e até mesmo aventura. Mas para começarmos este especial, vamos direto a alguns dos exemplos mais famosos deles, que são os de luta!

Pancadaria na certa

Uma fórmula praticamente inquebrável de sucesso

A mistura de séries, franquias e universos fictícios é indubitavelmente mais proeminente nos ringues, com o nome de uma companhia simplesmente dominando o mercado: Capcom. São inúmeros games, sendo que a maioria deles se tornou sucesso comercial (o exemplo mais recente foi Marvel vs Capcom 2, relançado através das redes online da Sony e da Microsoft).

Golpes mais do que mirabolantes

Outro exemplo bem legal é Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001 — que foi jogado até mesmo em campeonatos oficiais, trazendo à tona os grandes nomes da linha Street Fighter, Darkstalkers e também de King of Fighters, como Terry Bogard, Joe Higashi (Fatal Fury), Mai Shiranui e Rugal.

E até mesmo quando a palavra CAPCOM não aparece no título, pode ter certeza: existe algum personagem dela no meio. Este é o caso de X-Men vs. Street Fighter, lançado nos Arcades e no PlayStation, que fez com que a moçada decorasse uma penca de combos e travasse duelos mortais, com direito inclusive a quebras nos cenários.

Mas a colaboração mais recente (ainda da Capcom) é Tatsunoko vs Capcom, já lançado no oriente e em atual processo de tradução para o lançamento europeu e norte-americano, com o subtítulo Ultimate All-Stars. Os personagens foram retirados de uma série de animês, incluindo Tekkaman Blade, Karas e Yatterman. De quebra, entram no cenário Roll e MegaMan (ambos da mesma série), além de Alex, o grandalhão que apareceu em Street Fighter III.

Em breve no ocidente

As outras também têm vez!

Todavia, nem só de Capcom é feito o mundo! Mortal Kombat vs. DC Universe, por exemplo, tornou os universos ainda mais loucos, mesclando Scorpion, Sub-Zero, Kitana e muitos outros personagens ao mundo dos quadrinhos, com a presença do Super-Homem e até mesmo do vilão Coringa, que como “Fatality” dispara duas vezes contra a cabeça do oponente. Confira a cena abaixo:


Também adentrando no reino dos golpes, a Nintendo foi capaz de reunir personagens clássicos como Link, Kid Icarus, Kirby, Captain Falcon (de F-Zero), Fox (de Star Fox), Samus — a gata da série Metroid —, alguns Pokemóns e até o pobre Yoshi, acompanhado de Mario e Luigi, é claro. O resultado é uma mistura entre plataforma e pancadas realmente divertida, que para alguns é insuperável.

Combates loucosAliás, em uma das continuações (Super Smash Bros. Brawl) podemos avistar até mesmo dois ilustres convidados. O primeiro é o espião mais destemido da história, capaz de destruir operações bélicas inteiras com suas próprias ações. O segundo é uma criatura espinhosa e azul que calça sapatos vermelhos e corre mais rápido que o vento. Já sabe quem são?

Os astros são Snake (de Metal Gear Solid) e Sonic! Mas já que o assunto agora tomou o rumo das aparições especiais, vale a pena mencionarmos também o game da Namco, Soul Calibur IV. Por mais estranho que pareça, Yoda e Darth Vader — de Star Wars — saíram de suas galáxias e foram parar nas versões de Xbox 360 e PlayStation 3, respectivamente...

Fugindo da linha do tempo

Quando personagens de diferentes épocas da história se encontram

Ainda sem fugir do gênero de luta, temos outro exemplo diferenciado de Crossover, que é realizado pelo deslocamento dos personagens na linha do tempo. Isso significa que os jogos que optam por esta “tomada” não necessariamente respeitam os fatos e acontecimentos para compor suas seleções de personagens.

Luz e escuridão de todos os universos

O maior exemplo atual vem do PSP: Dissidia: Final Fantasy. Neste jogo existe um herói e um vilão de cada Final Fantasy principal já criado até hoje (com exceção da 13ª edição), que se confrontam graças à ação do vilão Chaos, que tenta dominar todos os universos de uma só vez. O combate mistura uma série de elementos de RPGs e foi bem recebido pelo público e crítica.

Mortal Kombat Trilogy também utilizou uma tática similar, juntando os personagens de três ou mais jogos anteriores. Retornando ao Wii, Castlevania Judgment quebrou o tempo inserindo os Belmonts e seus rivais de diferentes épocas no mesmo cenário.

Reinventando universos

Magia de muitos reinos em um só game

O que nós podemos afirmar é que, se houveram companhias que investiram pesado na mescla entre seus universos, elas foram a Square Enix e a Disney com a série Kingdom Hearts, que já possui títulos lançados e anunciados para PlayStation 2, Nintendo DS e PSP.

Uma união divertidaA trama principal gira em torno de personagens originais, mas o grande guardião da chave dos mundos é ninguém menos que Mickey Mouse, ao lado do Pateta e do Pato Donald. Os heróis viajam por uma série de universos fictícios de obras originais da companhia de animação. É possível dar um pulo no Coliseu para encontrar Hércules, ou nas areias de Agrabah, onde estão Aladdin e Jasmin.

É claro que as coisas não param por aí, pois temos a Bela e a Fera, Alice, Peter Pan, o Ursinho Pooh e muitos astros do elenco da série Final Fantasy, como Cid, Cloud, Aeris e Sephiroth de Final Fantasy VII ou até mesmo Zack, Auron, Yuna e Leon, que na realidade é Squall Leonheart, de Final Fantasy VIII.

Tratando de outros estilos, temos Crash Bandicoot e Spyro unindo forças em Crash Bandicoot Purple: Ripto's Rampage and Spyro Orange: The Cortex Conspiracy, o grande MMO DC Universe Online, com lançamento programado para PlayStation 3 e PC e até mesmo Namco vs Capcom (reclamem com a Capcom por ela ter feito tantas misturas, não conosco!), que se apoia sobre uma jogabilidade mais estratégica.

Toda a galera!

Nas corridas, na diversão e em tudo o que você puder imaginar...

Outro gênero em que as misturas são extremamente proeminentes é o de corrida. Não nas corridas como vistas em simuladores, mas sim nos jogos que se assemelham a Mario Kart. Um dos grandes nomes da era Nintendo 64 foi Diddy Kong Racing, desenvolvido por ninguém menos que a Rare, hoje pertencente à Microsoft.

O jogo trazia cenários pra lá de fantasiosos, com direito a mísseis, óleo na pista e muitos mistérios a serem desvendados (incluindo chaves e passagens secretas subterrâneas), além é claro do grande chefão suíno. A lista de personagem incluiu Conker, Diddy Kong, Banjo, TipTup e outros originais.

A SEGA aposta só agora em um jogo no estilo, chamado de Sonic & SEGA All-Stars Racing (notaram como a palavra All-Stars é frequente nos subtítulos?). O elenco é composto por todos os amigos de Sonic, AiAi e Amigo (de Monkey Ball), Beat de Jet Set Radio, Alex Kidd, Ryo de Shenmue e mais uma vez, Banjo, “emprestado” para o game.

O mais interessante aspecto é a presença de diversas classes de veículos, que representam as suas funções nos jogos verdadeiros, como a moto do herói do RPG (Ryo) ou simplesmente o avião de Tails, que já tem por costume carregar Sonic em suas voltas pela estratosfera. Mas a experiência não será nova para a companhia, que já trouxe para o mercado SEGA Superstars Tennis. Os personagens não são exatamente os mesmos nos dois jogos, mas o resultado é no mínimo similar.

Terminando esta leva de jogos, temos Ape Escape 3, o famigerado jogo em que os macacos não se cansam de aprontar. Mas o que ele tem de Crossover? A resposta está no minigame, chamado de Mesal Gear! Nele você assume o controle de Pipo Snake, um macaco que teve o DNA do próprio Snake implantado nele.

Com uma barba típica, todos os trajes do herói e até mesmo alguns armamentos vistos na série de espionagem da Konami, você parte (controlando Pipo) em uma missão de resgate, para tirar Snake de uma prisão.

Um tiro no pé

Receitas de sucesso que viraram verdadeiros desastres

Se nem em filmes e na música a mistura significa sucesso garantido, mais uma vez o fato se repete no mundo dos games. É o caso, por exemplo, de Cross Edge, o RPG desenvolvido pela Capcom, Namco Bandai, Gust, Nippon Ichi e Idea Factory. Existem personagens de Darkstalkers, Ar Tonelico, Atelier, Mana Khemia e Disgaea (a mesma de origem do divertido Prinny).

Com tanta gente e tanta variedade por trás do game, a expectativa era alta, mas o produto final não passou de pura repetição, com péssima narrativa, efeitos mais do que ultrapassados e gráficos puramente bidimensionais. Dadas as capacidades das plataformas para as quais ele foi projetado (Xbox 360 e PlayStation 3), o resultado foi a decepção geral.

Agora, assustador mesmo foi ver o que a SEGA e a Nintendo conseguiram fazer com seus grandes mascotes. Para a primeira grande colaboração (Mario & Sonic at the Olympic Games), ao invés de simplesmente criar um jogo de plataforma (que os popularizou), as empresas optaram pela ambientação dos Jogos Olímpicos, colocando muitos personagens à disposição dos jogadores.

Os controles são frustrantes, a trilha sonora se torna entediante muito cedo e por todos os lados fica claro que faltou acabamento. A série ganhou uma continuação para os Jogos Olímpicos de Inverno e vendeu horrores pelo mundo (afinal, com Mario e Sonic, quem é que não vende?), mas as críticas permaneceram.

Será isto uma influência da má sorte da SEGA com o desenvolvimento de seus títulos (haja vista o fracasso dos últimos Sonics)?

Qual o seu Crossover predileto?

Apesar dos pesares... Estas misturas ainda são extremamente interessantes para quem é fã das séries envolvidas, além de propiciarem aos criadores oportunidades únicas de soltar a história de suas rédeas originais e de abrirem a possibilidade para novos gêneros e jogabilidades (como é o caso dos jogos de corrida).

Mas e você, caro leitor, o que acha de toda esta mistura nos jogos, ou melhor, dos Crossovers? Quais são ou foram os seus favoritos? Não deixe de comentar e de sugerir mais nomes. Até a próxima!

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