Coluna: ainda vale a pena locar jogos?

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Sou de um tempo em que ter uma biblioteca de jogos na estante de sua casa era um privilégio para poucos. Se hoje os games são caros, naquela época, eles eram um luxo quase inacessível para a maioria dos jogadores — principalmente quando você era uma criança em uma cidade pequena.

Era por isso que a locadora do bairro foi o templo da minha infância. Apesar de só poder pegar um cartucho por final de semana e nunca ter conseguido terminar um jogo muito longo — meus saves de The Legend of Zelda: A Link to the Past sempre eram apagados por algum espírito de porco —, minha introdução ao mundo do entretenimento digital só aconteceu porque alguém decidiu investir em algo que ninguém levava a série no início da década de 90.

Porém, estamos em um período completamente diferente. Apesar de o preço oficial dos produtos chegar a R$ 200, uma rápida busca na internet é o suficiente para encontrar valores bem abaixo do tabelado. Além disso, temos os serviços digitais, como a própria Xbox LIVE e PSN, que tornaram o acesso aos títulos muito mais simples. Desse modo, a dúvida que resta é: ainda vale a pena locar um jogo?

O preço da diversãoTempo é dinheiroVerdade seja dita: os jogos de hoje não são mais como antigamente. Pode parecer papo de um velho saudosista, mas trata-se de uma realidade sentida por todos que viveram no tempo do Super Nintendo — ou antes, caso você seja um dinossauro. Basta pensar nos últimos títulos que você comprou e lembrar quanto tempo foi necessário para concluir sua campanha.

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Digo isso por experiência própria. Batman: Arkham Asylum e Assassin's Creed, por exemplo, foram terminados em uma locação de sábado para domingo. Com histórias cada vez mais curtas, qual a vantagem de comprar um jogo que, em poucos dias, ficará juntando poeira na estante?

“Ah, mas você só terminou a história. Tem de ir atrás dos 100%”, você pode dizer. De fato, foi exatamente o que fiz, mas isso não significa que a platina ou os 1000 G sejam tarefas do outro mundo. O maior exemplo disso é Assassin’s Creed: Revelations e Green Lantern: Rise of the Manhunters, jogos que coletei todos os troféus enquanto os analisava para o TecMundo Games. A mesma coisa aconteceu com Uncharted 3.

Img_normalÉ assim que eu me sentiria se tivesse comprado Green Lantern

É exatamente por isso que as locadoras ainda são uma ótima alternativa para quem quer ter a certeza de que aquele game vale o investimento. Sabendo que o modo história é curto, você pode aproveitar a breve campanha sem sofrer por ter gasto R$ 200 pelas oito horas de aventura.

No entanto, é preciso relembrar que não são todos os título sofrem desse mal. Você pode passar sua vida inteira explorando The Elder Scrolls V: Skyrim ou aproveitar cada segundo das 50 horas de The Legend of Zelda: Skyward Sword.

Mas e o multiplayer?

Do outro lado da questão, há aqueles jogos voltados para a jogatina multiplayer. Nesse ponto, a validade da locação se divide em dois pontos. No meu caso, gosto muito mais de jogar FIFA e PES com amigos do que criar uma carreira de atleta virtual. Assim, é muito mais vantajoso chamá-los para minha casa e locar o game do que comprá-lo para colocá-lo no console de vez em quando.

Img_normalMinha habilidade com FIFA se resume à pelada com os amigos


Já para títulos como Call of Duty e Battlefield, em que o modo online é muito mais forte, talvez a melhor solução ainda seja a compra. Não que você não possa fazer isso em um final de semana, mas essas disputas são voltadas principalmente aos jogadores mais hardcore que passam dias e dias estudando táticas de combate.

A sempre chata piratariaDificultando a vida de quem quer se divertir

Não vou entrar na questão de que o sistema de locação pode ser tão prejudicial para o mercado quanto a pirataria — deixemos essa discussão para outro momento —, mas do quanto a prática ilegal também atrapalha a vida das locadoras.

Assim como as lojas, elas também sentem o peso da falsificação de jogos. Como é muito fácil adquirir um game pirata — seja pela internet ou por um dos infinitos camelôs espalhados pelo país —, as locadoras deixam de investir em determinada plataforma, dificultando a vida de quem quer fazer as coisas do jeito certo. Procurar um título para Nintendo DS, por exemplo, é uma tarefa impossível, provando que, aos poucos, a dor de cabeça da indústria também mata outro segmento importante do mercado.

Se as coisas continuarem nesse ritmo, temo que meus filhos nunca conhecerão a sensação de escolher qual o game ele passará o fim de semana.

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