Jogar de graça: uma opção ou uma necessidade?

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Vocês se lembram de quando a H1N1 estava “no auge” e o TecMundo Games realizou uma lista com sugestões de jogos gratuitos para computadores? Quem optou por conferir alguns dos títulos apresentados na época teve a oportunidade de se divertir bastante sem pagar nada...

...Ou não? Será que as opções grátis realmente oferecem um nível de diversão muito abaixo dos jogos pagos ou há games gratuitos capazes de entreter tanto quanto produtos de desenvolvedoras de peso? Os preços atuais são uma afronta ou podem ser encarados como justos, levando em consideração o árduo trabalho dos criadores de jogos eletrônicos? Resumindo: vale a pena não gastar um centavo com jogos “retail” (varejo) e brincar apenas com títulos gratuitos?

É muito difícil formular uma resposta direta para essas indagações, mas é possível levantar alguns fatos e fazer algumas constatações sobre o assunto. Gastar dinheiro ou não com video games é uma decisão que cabe unicamente ao jogador. No entanto, certas ponderações devem ser feitas antes da realização dessa escolha.

O TecMundo Games espera que as informações abaixo esclareçam algumas dúvidas dos indecisos. Vale lembrar que essa escolha não é obrigatória, uma vez que é extremamente “saudável” experimentar jogos de graça e, ao mesmo tempo, desembolsar um pouco de dinheiro com games bastante conhecidos na indústria.

Para todosOpções diversificadas — e gratuitas — de diversãoCom o crescimento constante e gradativo do mercado digital, fica ainda mais expressiva a disponibilização de edições demonstrativas, versões Beta (abertas ou fechadas, elas geralmente são de graça) e até mesmo de títulos completamente gratuitos. Afinal de contas, o número de games freeware lançados virtualmente já ultrapassou — e como — o número de títulos grátis distribuídos em mídias físicas.

E, por mais que existam centenas de opções gratuitas para os usuários dos consoles de última geração, o computador continua sendo a alternativa mais interessante para quem procura se divertir sem gastar dinheiro. Com a atual quantidade de títulos à disposição, fica cada vez mais difícil afirmar que a maior parte das demos e Betas não é o suficiente para satisfazer a vontade das pessoas com menor poder aquisitivo.

Quem não tem tempo — e muitas vezes nem faz questão de prestigiar jogos de maior porte — é capaz de gastar bons momentos com games em flash ou em outra linguagem de programação, experimentados através de navegadores web. Há quem diga que certos jogos em flash conseguem entreter de uma maneira plenamente satisfatória.


É inegável o fato de que certas fórmulas realmente conseguem prender a atenção dos usuários por uma quantidade inusitada de horas. Joguinhos como Gem Crusher (clique aqui para ir ao Otzee e conferir o game) juntam um grande número de fãs com propostas simples... Mas “viciantes”.

Mas o que falta para games disponibilizados via navegadores web serem tão bons quanto os “retail”? Melhorias nos recursos técnicos (gráficos e sons), talvez? Mais investimentos gerais por parte das desenvolvedoras? Bom, o que importa é que uma experiência não precisa ser complexa para ser divertida, não é mesmo?

Comercialmente falando...O que os “grandes” pensam sobre o assuntoA proposta Free-to-Play é válida ou consiste em apenas uma “fachada”? Para milhares de pessoas, títulos como Battlefield Heroes e Age of Empires Online são capazes de divertir da mesma forma que produtos — pagos — de grande porte. E, para as companhias mais expressivas no mercado, o modelo de negócios “freemium” continua sendo muito debatido.

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Exemplos recentes são:

É interessante constatar que Age of Empires Online é um título “freemium”, mas Dave Luehmann — gerente geral da Microsoft Game Studios — afirmou ao site Joystiq que o sistema de microtransações não é tão pequeno quanto muitos pensam. Luehmann disse que os desenvolvedores estão fazendo o possível para criar uma experiência realmente querida pelos jogadores, e não “coisas que as pessoas pagam e não gostam de fazer”.

Tanto a Microsoft quanto o pessoal da Robot Entertainment esperam que o game possua mais de 25 horas de jogabilidade gratuita. Jerome K. Jones, designer da própria Robot, disse o seguinte:

“Então, isso seria como comprar uma espécie de pacote de expansão... Você não compra um item por vez. Você poderá comprar uma civilização inteira ou outra região com várias missões nela.”

Essa estratégia de oferecer o núcleo da jogabilidade e boa parte do conteúdo principal de graça já é bem conhecida no mundo dos video games. O famoso Battlefield Heroes, por exemplo, faz uso disso. No jogo de ação em perspectiva de terceira pessoa, você tem a oportunidade de participar dos tiroteios de igual para igual com atiradores do mundo inteiro.

Outras empresas, entretanto, resolvem não abrir mão de seus modelos de mensalidade paga para poder continuar oferecendo um nível elevado de suporte técnico. É o caso da Blizzard e de World of Warcraft. Confira as palavras de Tom Chilton, designer-líder do MMORPG:

“Em algum ponto, poderá não fazer sentido para nós a cobrança de uma taxa de mensalidade. Mas nós não passamos muito tempo pensando sobre isso. Não é algo que será realidade para nós em um futuro próximo.”

Ainda assim, Elizabeth Harper (especialista em MMOs e em WoW) fez alguns relatos intrigantes ao site Joystiq:

“Free-to-Play é o futuro dos MMOs. Nós acompanhamos a Turbine empurrando seus jogos para o modelo Free-to-Play e conseguindo mais lucros por causa disso. Vida ou morte para um MMO é algo que se resume aos números de assinatura — Free-to-Play rebaixa a barreira inicial de entrada e abre mais oportunidades para que os jogadores gastem mais dinheiro.”

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Opiniões, predições...

A seguir, acompanhe os dizeres de Cevat Yerli — presidente e CEO da desenvolvedora Crytek — sobre o cenário referente ao PC durante a PC Gaming Week do site Kotaku:

“Para mim, o modelo de negócios do futuro é o Free-to-Play, levando em conta que os consumidores do futuro não gostarão de gastar US$ 50 ou mais por um game AAA para PC. Então, os desenvolvedores começarão a oferecer cada vez mais jogos online para PC de graça que ao mesmo tempo permitirão o surgimento de conteúdos Premium.”

“Os jogos online atuais são caracterizados por seus baixos custos de desenvolvimento (apenas cerca de um décimo dos custos para um título AAA) e, comparativamente, suas baixas qualidades. Mas, ao mesmo tempo, eles possuem uma jogabilidade divertida. Em contraste com os games tradicionais para PC, a pressão para a qualidade inicial é muito mais baixa com um jogo online para computador.”

“Isso significa que os desenvolvedores lançam um game online com uma certa qualidade e depois o melhoram com o passar do tempo, pouco a pouco, com a comunidade. Isso é incrivelmente amigável para os consumidores e é nisso que todo o mercado se transformou.”

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Segundo Yerli, “o usuário é o rei”:

“Com o passar dos anos, um número significativo de jogos online para PC entrará no mercado e, devido ao grande número de jogos, a pressão pela qualidade começará a crescer nesses mercados, como ocorre agora na área ‘retail’. A atual competição de preços entre os mercados ‘retail’ e Free-to-Play evoluirá para uma competição entre conteúdo e qualidade somente dentro do mercado Free-to-Play — similar ao que ocorre no mercado ‘retail’ hoje em dia.”

“Consequentemente, os custos e a qualidade de ambos os tipos chegarão a um nível AAA. Já que os gamers basicamente recebem jogos AAA de graça, o tradicional mercado de jogos ‘retail’ para PC é quebrado. Depois de um tempo, os jogadores verão um grande progresso novamente na qualidade geral de títulos para computadores.”

“Estou convencido que, em médio prazo, todas as grandes desenvolvedoras de games para PC servirão o mercado Free-to-Play.”

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