As dublagens mais bizarras do mundo dos games [vídeo]

5 min de leitura
Imagem de: As dublagens mais bizarras do mundo dos games [vídeo]

Conforme o mercado de jogos eletrônicos evoluiu, foram criadas novas tecnologias que, por sua vez, se traduziram em novas exigências para que um título fosse considerado bom. Enquanto na geração 16-bits não era necessário investir muito em cenas não interativas, o mesmo não pode ser dito das produções atuais, nos quais esse recurso é essencial para o desenvolvimento de narrativas.

Da mesma forma, a evolução das capacidades sonoras dos consoles também criou parâmetros de qualidade que devem ser seguidos para um jogo ganhar destaque. Atualmente, é difícil não ver um título blockbuster que não possua um trabalho de dublagem, muitas vezes contando com a participação de atores consagrados de Hollywood.

Infelizmente, não é sempre que esse aspecto é tratado com o devido cuidado, resultando em experiências que não saem conforme o esperado. Por melhor que seja um game, muitas vezes é fácil desistir de acompanhar uma história devido a interpretações pouco inspiradas ou roteiros mal adaptados.

Neste artigo, reunimos alguns exemplos de trabalhos de dublagem com características no mínimo duvidosas. Além disso, mostramos casos em que mesmo uma produção sonora de qualidade pode ser prejudicada pela falta de cuidado dos desenvolvedores em fazer uma sincronia labial convincente.

Xenogears

Considerado por muitos como o melhor RPG de todos os tempos, Xenogears é fruto de uma época em que a dublagem de games ainda dava seus primeiros passos. Assim como outros aspectos do título, o trabalho de voz claramente foi prejudicado devido aos recursos financeiros escassos com que a equipe de produção teve que trabalhar.

É difícil apontar qual o aspecto mais constrangedor das cenas de animação do jogo. Interpretações nada inspiradas combinadas com a total falta de vontade de fazer a sincronia com os movimentos das bocas dos personagens tornam esses momentos bastante estranhos. Felizmente, eles não são suficientes para estragar a história intrigante desta produção da Squaresoft (nome pelo qual a Square Enix era conhecida na época).

Max Payne 3

Não nos entendam errado: a qualidade da dublagem e da sincronia labial de Max Payne 3 é muito boa quando se leva em conta a obra como um todo. Porém, especialmente para o público brasileiro, há muitos momentos de estranhamento, principalmente quando surgem estrangeiros tentando falar nosso idioma.

O problema poderia ser facilmente ignorado se não fosse o fato de que ele afeta um dos personagens principais da trama, o ex-policial Raul Passos. Embora o game tente justificar seu forte sotaque inglês, fica difícil acreditar que alguém criado no Brasil falaria nosso idioma de uma forma tão estranha quanto aquela mostrada na aventura.

Spec Ops: The Line

Apesar de contar com o talento de Nolan North (famoso por dar a vida a Drake, da série Uncharted), Spec Ops: The Line é um game que perde pontos por não se preocupar nem um pouco em criar sincronias labiais convincentes. É difícil acreditar nas emoções que os personagens tentam transmitir quando eles abrem e fecham a boca de forma maquinal durante todas as conversas do jogo.

Deus Ex: Human Revolution

Até mesmo títulos que figuram entre as melhores opções dos anos em que são lançados possuem seus defeitos. No caso de Deus Ex: Human Revolution, a falta de cuidado com as animações faciais dos personagens faz com que a trama nem sempre consiga atingir o tom sério proposto pelos desenvolvedores.

O principal problema é o fato de que a sincronia labial não parece condizente com a linguagem nativa do game. Apesar de não haver momentos em que os personagens mexem suas bocas sem dizer nada, a impressão que fica é a de que estamos vendo uma dublagem em inglês de um título feito originalmente em outro idioma, algo que não é o caso aqui.

Castlevania: Symphony of the Night

“What is a man? A miserable little pile of secrets” — essa e outras frases se tornaram verdadeiros clássicos entre os fãs da série Castlevania que jogaram a versão de Symphony of the Night para o primeiro PlayStation e para o Saturn. Apesar de o game contar com um bom roteiro, o trabalho amador de dublagem marcou muito aquele que é conhecido como um dos melhores títulos da série.

A impressão que fica é a de que a Konami, durante o processo de adaptação do game, decidiu contratar as primeiras pessoas que a sua equipe viu passando pela rua. Felizmente (ou infelizmente para muitos), a versão do jogo presente em Castlevania: The Dracula X Chronicles optou por refazer totalmente esse aspecto do game.

Chaos War

Sério concorrente a ganhar o prêmio de pior dublagem de todos os tempos, Chaos War é aquele tipo de jogo que vale a pena experimentar pela falta de qualidade absurda. Além de a adaptação norte-americana do roteiro primar pelas frases mal traduzidas e adaptadas, a dublagem parece o fruto de um projeto escolar feito sem qualquer orientação profissional.

Os personagens parecem constrangidos em dizer suas falas, sofrendo de uma apatia impar em momentos que exigem qualquer espécie de emoção. A qualidade tão baixa do título tem uma explicação: devido ao baixo orçamento disponível, os membros do time de desenvolvimento chamaram pessoas de suas próprias famílias para interpretar os heróis.

Grand Theft Auto IV

A passagem do tempo pode ser cruel com um título. Em sua época de lançamento, Grand Theft Auto IV foi elogiado por melhorar ainda mais o trabalho de dublagem da série, exibindo uma sincronia labial única. Infelizmente, quando vemos o título agora, é difícil acreditar que os movimentos das bocas dos personagens já foram considerados realistas algum dia.

Embora o trabalho de voz do título permaneça excelente quando comparado a produções mais atuais, há a ocorrência de momentos no mínimo estranhos em Liberty City. Quando você encontra brasileiros, por exemplo, não é difícil vê-los falando uma mistura bizarra de português e inglês, normalmente usada para proferir frases recheadas de palavrões.

Shenmue

Uma das grandes apostas da SEGA para o falecido Dreamcast, Shenmue ficou marcado como o último projeto megalomaníaco de Yu Suzuki. Milhões de dólares foram gastos pela companhia para recriar uma versão fiel do Japão nos anos 80, com direito a centenas de objetos interativos (mesmo que a maioria deles não contribuísse nada para a aventura).

Quando o game finalmente veio aos Estados Unidos, ele decepcionou por trazer uma das dublagens mais bizarras da história. Momentos constrangedores não faltam ao jogo, muitos deles cortesia do protagonista Ryo: a parte em que ele procura por marinheiros está marcada na memória de qualquer um que tenha terminado o título.

Resident Evil

Não poderíamos encerrar este artigo sem mencionar a primeira versão de Resident Evil. Uma mistura de roteiro mal adaptado com atores amadores ajudou a tornar o survival horror um dos jogos mais memoráveis do primeiro PlayStation. Infelizmente, as versões mais recentes da série optaram por contratar atores profissionais, acabando de vez com o charme de filme B dos títulos pioneiros da franquia.

Cupons de desconto TecMundo:
* Esta seleção de cupons é feita em parceria com a Savings United
Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.