R.I.P. LucasArts: relembre alguns dos jogos da empresa

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"Going out for smokes, be back later
Good-bye
Goodbye
Goodbye!
Goodbye all
Good riddens ;)"

O objetivo do “poema” acima talvez pareça bastante comum a princípio. Trata-se de parte de uma extensa coletânea de emails de adeus, cuja organização, por longos anos — e em ordem alfabética —, ficou a cargo do lendário Tim Schaffer, durante o período em que o designer integrou a LucasArts. A ideia era juntar todas as despedidas de funcionários que, pelo motivo que fosse, deixavam a empresa para novas empreitadas.

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Não, realmente não parece ser o caso de um “colecionismo” sem propósito. De acordo com o compositor Jesse Harlin, trata-se mais de um registro de como as coisas eram conduzidas dentro de um estúdio que, certamente, deixará saudades. “De alguma forma, eu me tornei o guardião desses emails. Eu continuei a reuni-los, adicionando novas linhas ao poema de Tim (...)”, disse Harlin em entrevista ao site Polygon.

O compositor afirma ter lido cada um dos emails. “Não havia um único email dizendo ‘Vão se danar, seus porcos. Eu estou fora.’ Todos os textos traziam mensagens amigáveis, dizendo que o contato deveria ser mantido e lembrando dos bons e maus tempos do passado”, conclui ele.

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O adeus definitivo

É possível que o que o Jesse Harlin expressou tenha encontrado eco em vários jogadores quando, no dia 3 de abril, a Disney anunciou que a softhouse responsável por clássicos indiscutíveis como Manic Mansion, Full Throttle, Monkey Island e Grim Fandango fecharia definitivamente as portas — deixando o desenvolvimento de jogos para a Disney Interactive Studios.

De fato, qualquer um que tenha vivido o cenário do entretenimento eletrônico durante as décadas de 80 e 90 deve guardar uma lembrança bastante terna do que foram praticamente 31 anos de inovação. Ao abraçar o cenários de jogos de aventura — recusando-se a simplesmente repousar sobre a franquia Star Wars —, a LucasArts foi uma verdadeira pioneira, alterando definitivamente os rumos da indústria.

É bem verdade, entretanto, que a companhia entrou no novo milênio um tanto mal das pernas. O velho colosso, ainda relembrado por forjar o gênero adventure, passou então a penar com as novas exigências gráficas de uma indústria quase toda ela orientada ao deslumbramento gráfico — em detrimento do senso de humor, como já afirmou categoricamente o genial Tim Schaffer.

Bem, embora a história da LucasArts certamente seja bastante extensa para um único “epitáfio” (mesmo que longo), vale a pena tentar relembrar pelo menos algumas das principais “pedradas” que formaram não apenas a indústria moderna de jogos, mas também a infância de muita gente.

Um singelo epitáfioUm pouco da história da LucasArts

A LucasArts Entertainment Company teve seu embrião lançado ainda no início da década de 1980. A ideia era simples: George Lucas queria também pegar uma carona no barco cada vez mais promissor (e carregado) do entretenimento eletrônico.

Embora a cooperação com a Atari tenha produzido alguns jogos memoráveis, o nome da desenvolvedora passou a ser, em caráter definitivo, esculpido na história quando passou, lentamente, a forjar um estilo de jogo que, embora fosse definido por um nome bastante genérico, acabou por ser sobretudo associados à imensa maior parte das produções da LucasArts.

Em 1986 surgia o primeiro game, no qual, mesmo que em estado germinal, já havia muito do que seria desenvolvido depois. Labyrint, de 1986, lançou as bases para um peso-pesado de alta grandeza, lançado apenas um ano depois: Manic Mansion. E viriam muitos outros depois, alguns particularmente destinados à celebridade, como a série de jogos baseados em Indiana Jones, o inconfundível LOOM e, é claro, o imbatível The Secret of Monkey Island.

Jogos baseados na série Star Wars também não faltaram, é claro. Entretanto, a despeito da facilidade óbvia em produzi-los, os games baseados na franquia começaram a aparecer apenas no início da década de 1990. Entretanto, a aposta relativamente “tardia” trouxe colossos como Rebel Assault — um dos responsáveis por forjar o conceito de “killer app” da forma como é concebido hoje.


A era dos grandes gráficos

Embora a LucasArts tenha sido oficialmente fechada no último dia 3, não se pode negar que alguns sinais já vinham de longa data. Na verdade, há quem diga que o período áureo da companhia terminou mesmo ao final da década de 90.

Não por acaso, foi o momento em que os games estilo adventure passaram a ser progressivamente abandonados, sucumbindo ante uma nova exigência de mercado: os gráficos. Com sons de CD e placas de vídeo cada vez mais poderosas, os antigos point-and-click simplesmente não conseguiam conservar o mesmo brilho de antes — por mais que o nível dos enredos e dublagens apresentados ali permaneça até hoje como referência.

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À entrada dos anos 2000, muitos críticos passaram a reclamar da qualidade encontrada nos jogos — cada vez mais numerosos — lançados pela softhouse. E, embora alguns clássicos ainda mostrassem um pouco do antigo poder criativo do período adventure — Knights of the Old Republic, por exemplo —, fato é que o antigo modelo da LucasArts parecia ter mesmo perdido grande parte pertinência... Talvez levando a uma espécie de fim inevitável.

De qualquer forma, ao voltar os olhos para a longa história da companhia, é impossível não perceber que alguns dos elementos “inovadores” atuais já haviam sido ensaiados há muitos anos. De fato, quem se lembra das tiradas do icônico Manny Calavera talvez ainda fique com a impressão de que algo pode ter realmente se perdido ao longo dos anos.

Clássicos indiscutíveisConfira algumas das maiores pedradas produzidas em 31 anos de históriaLabyrinth


Maniac Mansion

LOOM

The Secret of Monkey Island

Indiana Jones and the Fate of Atlantis

Super Star Wars

Day of the Tentacle

Sam & Max Hit the Road

Star Wars: X-Wing

Full Throttle

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