11 jogos de consoles da SEGA que mereciam remake

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O papel de “azarão” assumido pela SEGA na atual geração talvez oculte de grande parte das novas audiências todas as glórias que a companhia colecionou ao longo dos anos — sobretudo durante os anos 90. Para quem ainda se lembra, a chamada “4ª geração de consoles” promoveu uma das batalhas mercadológicas mais estimulantes (e prolíficas) de que se tem conhecimento.

Conforme SEGA e Nintendo batiam-se entre lançamentos e anúncios publicitários estilo “tapa de luva”, a audiência assistia ao nascimento de inúmeros clássicos — volta e meia atrapalhados por jogos genéricos e inegavelmente descartáveis, é verdade.

Por parte da SEGA, convenhamos, fica até difícil exemplificar: Sonic The Hedgehog, Streets of Rage, Golden Axe, Kid Chameleon, ToeJam & Earl, ou ainda, mais recentemente, os fenomenais NiGHTS e Shenmue — este ainda arrastando uma legião considerável de fãs.

Uma luz (em HD) no fim do túnel

Bem, diante de tantos games consagrados que hoje fazem pais e mães de família suspirar em um saudosismo sem esperança, fica a pergunta: afinal, por que a SEGA não se mexe, a fim de realmente aproveitar todas aquelas relíquias de diversão e criatividade?

“A nossa próxima geração de remakes vai depender daquilo que os jogadores quiserem”, disse recentemente o produtor Yosuke Okunari, em conversa com o site Siliconera, enquanto explicava como a produtora pretende reavivar os clássicos do passado sem, contudo, ferir aquele toque de originalidade que os formava. “Portanto, continuem nos ajudando a escolher o que vem por aí.”

Bem, o que dizer? Seu pedido é uma ordem, meu caro Okunari. Que tal, portanto, uma lista com 11 pesos-pesados da SEGA que bem poderiam dar as caras em novas versões revigoradas? Vamos a eles.

Shenmue (Dreamcast)

É praticamente impossível começar qualquer lista de títulos da SEGA sem considerar Shenmue. Quem teve a oportunidade de comprar um Dreamcast à época do lançamento do console deve se lembrar bem do épico belo, rico e incrivelmente intricado que envolvia o herói ocasional Ryo Hazuki em uma busca obstinada pelo assassino de seu pai.

Shenmue tornou-se rapidamente um referencial, tanto em termos de gráfico quanto de áudio, de trilha sonora e, naturalmente, de narrativa. Em 2001 os fãs da série foram presenteados com o segundo game, o qual deixou para trás apenas um sonoro cliffhanger... E tem sido assim desde então.

Que tal se...

Sendo um referencial tanto técnico quanto narrativo, parece bastante natural que Shenmue não ganhasse propriamente um remake — mas sim a tão esperada continuação. O atual estágio de desenvolvimento da indústria de jogos poderia facilmente produzir um game ainda mais belo e funcional — talvez aparando algumas arestas das mecânicas originais e, quem sabe, aprendendo um ou dois truques com séries mais atuais. Que venha Shenmue 3.

Streets of Rage (Mega Drive)

Streets of Rage é um verdadeiro baluarte do estilo “soque tudo o que aparecer pela frente até chegar no chefe”, também chamado, de forma um tanto mais elegante, de “beat ‘em up”. Trata-se aqui de um dos melhores multiplayers da história do entretenimento eletrônico — completado pelo fato de você poder acertar o seu companheiro de jogatina, o que normalmente fazia a coisa toda degenerar em puro caos... E diversão.

A série ganhou três títulos de peso, todos lançados em intervalos relativamente curtos — embora, cá entre nós, o primeiro ainda tenha certo charme especial. De lá para cá... Nada além de um enorme hiato.

Que tal se...

Tudo indica que o malevolente Mr. X ainda continua por aí, espalhando o caos com seu exército de dominatrices e brutamontes descerebrados. Bem, rever a fórmula parece muito arriscado — outros títulos já tentaram trazer a glória do “pseudo 2D” para o espaço tridimensional e falharam terrivelmente.

Em vez disso, que tal uma espécie de pacote saudosista completo, incluindo em um único game todos os personagens dos três títulos, contando com novas imagens em HD (alta definição), modo cooperativo para até quatro jogadores e novos golpes — talvez alguns deles combinados entre dois ou mais jogadores?

Ah, sim. E também não poderia faltar o inesquecível disparo de bazuca da equipe de apoio — aquele mesmo, o que curiosamente acertava a todos no cenário menos os heróis.

Alex Kidd (Master System)

É verdade que Alex Kidd ganhou um sucessor porque, aparentemente, não conseguia bater de frente com o icônico Mario — o que fez nascer certo ouriço azul. Entretanto, justiça seja feita: a série é lembrada até hoje com afeição por uma parcela considerável de jogadores.

Além do excelente Alex Kidd in Miracle World — aquele que quase conseguiu infundir seriedade às batalhas de “pedra, papel e tesoura” —, o bom herói ainda conseguiu trazer ao saudoso Master System títulos visceralmente distintos, mostrando certa capacidade de se reinventar que faria inveja mesmo ao ícone maior da SEGA. Basta jogar Alex Kidd: High-Tech World para entender do que se trata.

Que tal se...

Embora um remake com gráficos atualizados seja uma saída óbvia, Alex Kidd contava com certo conceito “coringa” muito semelhante ao de Super Mario Bros. Trata-se daquela capacidade rara de não ser realmente bom em nada — o que, em teoria, lhe permitiria fazer qualquer coisa.

Dessa forma, aproveitando a reanimação relativamente recente de títulos com proposta mais, digamos, lúdica, o bom mascote bem poderia receber uma nova injeção de ânimo da SEGA — na forma de remakes e também de novos títulos, sempre fazendo menção ao legado deixado pelos primeiros jogos — talvez uma batalha “pedra, papel e tesoura” com novos efeitos?! Não... Melhor não.

Sonic Adventure (Dreamcast)

É curioso ouvir, até hoje, que “Sonic bom mesmo é aquele do Mega Drive!”. Tudo bem, vá lá que as incursões do herói no saudoso Dreamcast apostavam em um estilo visceralmente distinto das plataformas do início dos anos 1990. Mas não se pode dizer que a SEGA não acertou a mão em Sonic Adventure — provando, há mais de dez anos, que com um pouco de capricho é perfeitamente possível levar o mascote para ambientes tridimensionais.

Sonic Adventure era um título realmente completo, tendo sido o responsável por fazer muita gente apostar no Dreamcast — mesmo que para praguejar pouco tempo depois, quando a SEGA resolveu que abandonaria o console e seus donos ao relento.

Havia ali fases de velocidade, tipicamente associadas ao herói. Entretanto, novos elementos ainda acrescentavam aquele quê de variação à jogabilidade, algo cada vez mais necessário com os saltos de geração. É verdade que os diálogos iniciados (ou concluídos) com “Cool!” mostravam que havia um motivo para o herói não abrir o bico nos primeiros títulos... Bem, não se pode ter tudo.

Que tal se...

A despeito de alguns detalhes que, talvez, pudessem ser considerados anacrônicos hoje, Sonic Adventure — cá entre nós, sobretudo o primeiro — tem uma estrutura que dificilmente passaria vergonha diante dos jogos atuais. Dessa forma, embora um novo game com a mesma “pegada” fizesse sentido, um remake que merecesse o título também poderia fazer muito barulho.

Jet Grind Radio (Dreamcast)

Preciso confessar que, à época, busquei em Jet Grind Radio um “Tony Hawk com patins in-line”. Ledo engano, naturalmente. Mas não demorou para que a curiosa mistura de gráficos estilizados, graffiti, manobras e ritmos contagiante acabasse me conquistando definitivamente.

Trata-se de um belo jogo, com ótimos personagens e um clima que simplesmente não encontrou paralelo direto depois que Jet Set Radio Future agraciou o primeiro Xbox.

Que tal se...

Naturalmente, a música era um ponto central aqui — era como se todo o jogo, incluindo os elementos de cenário, sacolejassem seguindo um mesmo ritmo. Dessa forma, releituras e versões remasterizadas da bela trilha original de Jet Grind Radio seriam um bom ponto para começar.

Ademais, a série também poderia aprender alguns truques novos — por exemplo, ganhando mecânicas de manobras mais variadas e, vez ou outra, também mais complexas. Em resumo, uma dose de Tony Hawk talvez não fizesse mal — além de novos modos multiplayer, que combinam perfeitamente com a fórmula.

Comix Zone (Mega Drive)

Um observador distraído talvez não visse em Comix Zone muito mais além de um beat ‘em up divertido. Entretanto, ao olhar mais de perto, ele provavelmente veria que o herói do game é um cartunista que, por uma cosmologia absurda qualquer, acabou dentro das páginas da sua própria revista em quadrinhos.

Trata-se de um belo título em cores vibrantes e ação contínua, conforme o seu herói muito improvável atravessa várias fases a fim de chutar os fundilhos de uma miríade de vilões — sempre com transições incrivelmente divertidas.

Que tal se...

Eis aqui um jogo que bem poderia se beneficiar de um remake, embora com alguns esteroides. Em primeiro lugar, por que não um modo multiplayer para dois jogadores? A fórmula certamente consegue abarcar um sidekick.

Gráficos HD não fariam mal também, desde que não afetassem o estilo cartunesco, um dos pontos altos dos visuais de Comix Zone. Por fim, sendo uma história razoavelmente “genérica”... Um novo enredo, devidamente readequado e atualizado, também poderia funcionar bem.

Toe Jam & Earl (Mega Drive)

Rappers alienígenas acabaram despencando com sua nave na Terra. Parece roteiro de filme B, mas é, na verdade, um dos melhores títulos lançados na turbulenta 4ª geração de consoles. Com um misto de ação, sátira e elementos saídos de algum sonho bizarro, ToeJam & Earl se mantêm até hoje como uma das propostas mais singulares do início dos anos 90.

Além de gráficos cheios de estilo, o título da Johnson Voorsanger Productions foi aclamado também pela crítica à época, com revistas como a GamePro disparando elogios como “incrível” — referindo-se tanto aos gráficos quanto ao som e, naturalmente, à narrativa.

Que tal se...

Talvez isso soe como uma heresia terrível, mas ToeJam & Earl poderia, parece, se sair muito bem em modernos ambientes tridimensionais, desde que o traço original de Greg Johnson fosse devidamente respeitado, naturalmente. Tanto a estrutura do game — com seus desafios e deslocamentos insanos — quanto seu humor característico também poderiam se beneficiar de um tratamento. Se não for possível... que pelo menos venha um bom remake!

NiGHTS into Dreams... (Saturn)

Em seu ciclo de vida relativamente curto, o SEGA Saturn certamente legou alguns bons títulos, entre os quais precisa estar o ótimo NiGHT. A despeito de certa “versão” para o Wii, parece que a incursão das duas crianças ao maravilhoso e caótico mundo dos sonhos bem poderia se beneficiar de uma revisita cuidadosa.

Que tal se...

NiGHTS into Dreams é um jogo cuja ótima estrutura poderia soar atual ainda hoje. Dessa forma, talvez o mais recomendável pudesse facilmente ser apenas uma revisão e atualização cuidadosa — mostrando às novas gerações o que os melhores anos do Sonic Team conseguiram legar à SEGA. Além disso, aqui e ali o título poderia se beneficiar também de controles sensíveis a movimentos.

Kid Chameleon (Mega Drive)

Este belo game de 1992 normalmente aparece entre as primeiras respostas quando se pergunta “Quais jogos de Mega Drive você gostaria de ver hoje?”. E não é por acaso.

Além de um personagem central absolutamente carismático, todas as 103 fases do game (sim, é isso mesmo) conseguem evitar espertamente a repetição com as habilidades conferidas a Kid Chameleon por conta das várias máscaras encontradas — que o transformam tanto em um samurai quanto em um herói futurista.

Que tal se...

Eis aqui um título que praticamente grita por uma sequência. Embora as transformações em vários clichês históricos pudessem soar um tanto inocentes hoje, parece seguro apostar que o encontro da jogabilidade variada do Mega Drive com as estruturas de fase mais modernas poderiam facilmente produzir um daqueles jogos em que a diversão praticamente transforma a história em um adereço bem-vindo.

Crazy Taxi (Dreamcast)

Crazy Taxi era completamente descerebrado. Quem jogou o original do Dreamcast deve se lembrar: não havia uma “história” — apenas alguns motoristas rasgando as ruas de uma grande cidade em um taxi conversível, atropelando a tudo e a todos unicamente para entregar seus passageiros dentro do tempo estimado. Caso você não conseguisse, ele simplesmente saltaria do veículo em movimento.

Que tal se...

Crazy Taxi era igualmente simples e viciante, além de contar com uma excelente trilha sonora licenciada (entre os mais notáveis, Bad Religion e Offspring). Dessa forma, qualquer abordagem recente da SEGA deveria saber bem para onde apontar.

Naturalmente, novas músicas seriam um bom começo, assim como a atualização dos visuais e, quem sabe, o acréscimo de novos motoristas/pilotos ensandecidos. Cenários destrutíveis também não fariam mal, é claro.

Golden Axe (Mega Drive)

Sim, é verdade que Golden Axe ganhou uma versão para a 7ª geração. Entretanto, cá entre nós, Beast Rider é o tipo de coisa que seria melhor esquecer. A magia principal de Golden Axe se concentrava, antes, em ser uma espécie de “Streets of Rage medieval” — de forma que uma nova aventura de Tarik e Cia. deveria necessariamente se manter ligada à fórmula.

Basicamente: simplicidade, um clima épico contagiante e pancadaria compartilhada localmente com um bom amigo. Isso é Golden Axe.

Que tal se...

Considerando-se que Beast Rider já fez uma (péssima) introdução às gerações atuais e ao ambiente tridimensional, talvez seja mesmo o momento de a SEGA retomar as rédeas da série, a fim de mostrar o que um bom Golden Axe pode mesmo fazer. Novas magias e cenários reelaborados seriam absolutamente necessários, assim como o retorno dos personagens consagrados da era 16 bits.

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