Hands on: confira nossas primeiras impressões de LEGO Worlds

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Lembro-me bem de que, ainda na época em que Minecraft estava dando seus primeiros passos, não foram poucos aqueles a dizerem que o famoso game da Mojang era a oportunidade de ouro que a LEGO deixou passar. Pois bem, ela pode até ter começado atrasado, mas agora que chegou, ela veio com força, trazendo nada menos do que o LEGO Worlds.

Para quem não viu nossa matéria sobre o game, LEGO Worlds pode ser resumido como um “Minecraft da LEGO”. Você controla um personagem que simplesmente cai no meio de uma ilha e deve se virar para explorar e sobreviver, usando a enorme quantidade de blocos de plástico para erguer as mais absurdas construções.

E é claro que, com a chegada do game, veio aquela pergunta: será que LEGO Worlds tem potencial para desbancar Minecraft? Nós colocamos as mãos no título, que ainda está em fase de Acesso Antecipado, e demos umas voltas pelo mundo de blocos plásticos para conseguir essa resposta.

Sobrevivência? Que nada! O que vale é a diversão.

Antes de prosseguir, acho que cabe dizer que tenho minha dose de horas (algumas dezenas ou centenas, na verdade) de jogatina nos mundos cúbicos da Mojang. Assim, entrei na aventura preparado para um desafio de sobrevivência cheio de perigos. E qual não foi minha surpresa descobrir que, de fato, as únicas semelhanças entre Minecraft e LEGO Worlds estão apenas em suas bases.

Sim, LEGO Worlds também traz um mundo cheio de blocos. Sim, você também pode construir e destruir os cenários para criar construções. Inimigos estão presentes constantemente para ameaçar sua existência e exploradores ávidos certamente vão encontrar muitas recompensas. Mas só isso.

Isso porque, enquanto Minecraft traz um foco grande na dificuldade de coletar recursos, LEGO Worlds é simplesmente sobre sair por aí sem se preocupar muito. Um esqueleto, lobisomem, vampiro ou mesmo um urso apareceu em seu caminho? É só partir para cima e trocar alguns golpes. Caiu em uma piscina de lava? Você só perde algumas moedas e volta de onde parou. Pois é, tudo aqui é tão fácil quanto nos outros títulos da empresa.

Da mesma maneira, você não tem a impressão de estar em um mundo hostil como é no caso de Minecraft, mesmo quando vai para cenários mais sombrios. Sempre há montes de personagens, animais, montarias e veículos espalhados por cada ilha, de forma que o jogador acaba saltando de um “ponto de interesse” ao outro rapidamente.

Em suma, o ritmo da aventura se mostra completamente diferente, mais rápido e descomplicado. Não apenas isso, como também muito mais descontraído: no mesmo estilo dos outros jogos da LEGO, Worlds é cheio de piadinhas, seja nas mortes dos personagens ou em suas animações e nas palhaçadas que eles fazem quando você os deixa parados por alguns instantes. Tudo isso ajudado pelos gritos engraçados feitos pelos personagens, é claro.

Construir nunca foi tão difícil – e tão recompensador

Agora, se a LEGO queria criar um jogo mais acessível para o público, digamos que ela não está seguindo o melhor caminho. De todos os aspectos de Worlds, a jogabilidade foi, de longe, a parte mais incômoda, em boa parte pelos controles um tanto confusos.

Isso, de fato, não seria um problema muito incômodo, não fosse a câmera pouquíssimo amigável do game. Embora ela siga seus movimentos, raramente sua posição ajuda, fazendo com que muitas vezes você precise controla-la manualmente usando o clique do mouse. Mesmo assim, a câmera é um tanto limitada nesse modo, e torna tarefas simples como dirigir um veículo um desafio quase impossível, em algumas situações.

Todo esse problema atinge seu ápice na hora de construir com blocos. Por um lado, o sistema não poderia ser mais prático, pois você não precisa coletar recursos – no máximo, é preciso juntar moedas para desbloquear uma decoração ou item desejado. Por outro, os controles são ainda mais complexos, e conseguir saber com precisão onde uma peça está se encaixando pede uma longa batalha com a câmera.

Apesar de complicada, a ferramenta de construção permite que você controle o terreno à vontade

Seja a jogabilidade agradável ou não, é impossível negar que o potencial construtivo neste game é incrivelmente maior do que o de Minecraft, simplesmente graças à quantidade abismal de peças diferentes oferecidas. E isso resulta em cenários muito mais detalhados do que jamais vistos no título da Mojang, além de construções que podem ter formatos mais variados e orgânicos.

Quanto a visual, precisamos dizer que os gráficos de LEGO Worlds são um show à parte, com efeitos de iluminação e blur que se comparam a games AAA com facilidade. Além disso, como falamos acima, a maior variedade de blocos permite cenários com um acabamento realmente impressionante.

Um desafiante de peso

Depois de passar algum tempo conhecendo este universo, a impressão que fica, no final de toda essa exploração, é a de um game realmente cheio de potencial, mas que ainda precisa de uma boa dose de polimento para chegar ao ponto certo. Isso, todavia, não deve ser visto com maus olhos. Muito pelo contrário: LEGO World ainda é um game em desenvolvimento, e boa parte do que temos ali ainda é sua base, apenas.

Vale notar também que a empresa já listou, em sua página do Steam, uma série de itens que pretende adicionar até a chegada da versão final. Entre eles temos, é claro, uma quantidade enorme de novos itens blocos, itens, armas, veículos, montarias, biomas, construções, conjuntos de construção... Enfim, espere muitas outras maneiras de soltar sua criatividade.

Se isso quer dizer que LEGO World é capaz de bater de frente com Minecraft? No momento, ainda não. Ainda há muitas correções a serem feitas, como possíveis ajustes na jogabilidade e a adição de mais elementos e mecânicas para dar ao título a sensação de que ele é mais um “game” e menos um “construtor virtual”. Mas é melhor a Mojang se cuidar, pois com mais algum esforço, não seria surpresa ver a LEGO desbancando seu competidor.

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