Jogamos 6 horas de Devil May Cry 5 no Xbox One X: confira nossas impressões

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Na semana passada, a Capcom fez um convite muito generoso para nós do Voxel: jogar nada menos que 6 horas de Devil May Cry 5 em um Xbox One X. Pois é, estamos falando de muito tempo para um game single player, então estamos cheios de impressões e novidades para contar.

Vale ressaltar que o número de missões ainda não foi revelado, então não sabemos quantos porcento da campanha estava disponível na build que jogamos (que vale frisar: não era a versão final) nem se haverão algumas mudanças, mas vamos relatar e dar nossas primeiras impressões desse jogaço. Então vem com a gente!

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Apresentação evoluída e de primeira qualidade

Devil May Cry 5 é um sucessor de Devil May Cry 4 que, pasmem: foi lançado há 11 anos. Tanto tempo sem um lançamento gerou um grande abismo na franquia (DmC: Devil May Cry foi lançado em 2013, mas é um reboot). Em muitos aspectos, o novo jogo da série se parece como um retorno e uma ode aos fãs, mesmo que seja uma continuação.

Todos os personagens estão de volta: Dante, Nero, Thrish e Lady. Apesar de ser uma grande homenagem de tudo que a franquia teve de bom até o momento, o quinto jogo reserva novidades e surpresas, como é o caso do misterioso protagonista V, que terá um papel bem importante na trama (que ainda não sabemos qual).

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A apresentação do que vimos estava muito bacana, trazendo a clássica estrutura de missões, mas as apresentando de um jeito mais moderno e interessante ao montá-las em uma linha do tempo de acontecimentos. Inclusive, colar pedaços da história separados em um grande quebra-cabeça é algo que vai além de enredo e explicaremos em breve.

Devil May Cry 5 se parece como um retorno e uma ode aos fãs, mesmo que seja uma continuação

Mas, em um panorama geral, Urizen é um demônio que chegou na cidade e está coletando sangue de humanos para algum propósito, provavelmente para poder ganhar poder. Ao tentar parar o vilão, as coisas não dão muito certo e a história começa de vez, com o novo protagonista V dando as caras de forma misteriosa.

Não comentaremos muito do enredo para evitar spoilers, mas ele está bem promissor e parece reunir diversos elementos do passado e uma campanha completamente inédita que traz revelações antigas e coisas novas ao mesmo tempo. Portanto, pode esperar todos os personagens clássicos reunidos (ou quase todos, não vimos tudo ainda) em um episódio em que todos devem juntar forças para o maior desafio que enfrentaram até agora.

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E pode apostar: a atuação de todos os heróis está muito boa. Os personagens que retornam mantêm a dose de bom-humor, mas os novatos são o brilho da campanha. Nico e V são espetaculares: V com seu ar misterioso, que dá dicas de quem pode ser, e Nico com sua personalidade escrachada e boca suja que cria momentos marcantes.

Misturar o passado com o presente é algo que parece ser foco de Devil May Cry 5, já que ele será o game com mais referências a jogos antigos de todos. Os demônios de V, por exemplo, todos já apareceram no primeiro título da franquia. Um dos chefões, Artemis, tem o mesmo nome de uma arma de Dante em Devil May Cry 3, dando a entender que a arma foi feita a partir desse demônio. Vimos bastante coisas, mas deixaremos mais surpresas para a chegada do jogo.

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A ambientação do game está muito bem-feita, com um cenário crível dentro do universo Devil May Cry e com uma história mais séria e talvez menos pastelona do que no passado. Não que o exagero não seja legal para o estilo do jogo, mas a Capcom pisou um pouco no freio e equilibrou um pouco o humor escrachado com uma trama bem-contada.

Inclusive, toda a experiência que joguei estava legendada e a qualidade estava absurda. Totalmente contextualizados à nossa cultura, os textos traziam boas adaptações em português. Em uma das frases, por exemplo, Nico falava: “up your ass” para Nero, que ficou “no seu cu” na tradução. Palavrões e referências do nosso dia a dia estão bem implementados e a Capcom não fez feio no suporte ao Brasil.

Estrutura similar, mas muito mais robusta

Uma das coisas que me chamou atenção logo no começo é o senso de continuidade de Devil May Cry 5. Durante algumas missões com Nero, era possível ver V batalhando em algum cenário ao fundo. Em uma missão posterior, com V, passávamos pelo trecho visto anteriormente e dessa vez víamos Nero no horizonte.

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Se esse modelo de interligar as histórias fosse a única novidade já seria legal, mas há mais. Em algumas missões, podemos escolher com quem jogar e essa escolha traça caminhos diferentes para da protagonista, trazendo áreas novas e, possivelmente, inimigos diferentes para cada um dos dois. Na missão 7, por exemplo, é possível optar entre Nero e V. Ao começar a jogatina, vemos o personagem diferente do nosso avançando por outro caminho e derrotando demônios diferentes.

Essa pode ser uma novidade legal para trazer mais variedade à campanha e até mesmo um fator replay maior. Como jogamos 11 missões e não sabemos a quantia total, é difícil saber até onde isso será expandido, mas é algo bem-vindo de qualquer forma.

Em algumas missões, os jogadores poderão escolher com quem jogar, algo que deve trazer mais variedade e fator replay

Diversos outros elementos da franquia Devil May Cry foram atualizados também. As missões secretas também tiveram um toque de modernidade e agora precisam ser encontradas dentro das fases, dando um toque extra de exploração, já que não estão tão óbvias e são difíceis de encontrar. E, por fim, esses bônus podem ser acessados a qualquer momento depois que você os encontrou. Então se deixou passar algum deles porque achou o desafio muito alto, pode acessar do menu, sem ter que voltar à missão somente por fins colecionistas.

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E as mudanças e modernidades não param por aí. A loja ganhou uma nova dinâmica e pode ser acessada com mais facilidade durante as missões (tudo para gastar os preciosos orbes vermelhos). Com Nero, o furgão da Nico ganha um novo peso: por não ter mais seu braço demoníaco, o protagonista depende de braços mecânicos feitos pela personagem.

Nero pode usar uma quantia de braços limitadas que quebram no decorrer da batalha (por ataques, especiais ou dano) e você precisa de mais deles para voltar a usar as habilidades. Caso esteja sem nenhum, recorrer à Nico é a solução.

Cada personagem é muito diferente, trazendo variedade de combate

Aqui é onde Devil May Cry 5 mais brilha: o combate. Afinal, esse sempre foi o destaque da franquia e se tornou o elemento que inspirou outros games ao longo dos anos, como o próprio Bayonetta (concebido pelo mesmo criador de Devil May Cry original, Hideki Kamiya). Mais uma vez, os sistemas e mecânicas de Devil May Cry fazem escolas e mostram por que ele é o rei dos hack ‘n slashs.

Como temos três protagonistas dessa vez, vale ressaltar como cada um deles é muito diferente um do outro. Nero mantém seu estilo de Devil May Cry 4, mas ganhou a profundidade de habilidades com seus diferentes braços mecânicos. Durante as 6 horas de gameplay testamos oito deles, algo que trouxe muita variedade ao gameplay e permite criar combos extremamente variados.

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As habilidades padrões continuam, como o agarrão à distância, mas cada braço oferece um poder diferente. O Buster Arm é o que mais se assemelha ao membro demoníaco perdido, mas os demais trazem mecânicas inéditas. Cada braço tem uma habilidade comum ao apertar B/Círculo, mas também podem disparar uma habilidade especial ao segurar o botão (mas isso resultará na quebra da prótese mecânica).

Esse sistema de braços é bem interessante, já que o jogador precisa sacrificar uma prótese ou quebrá-la em batalha para conseguir mudá-la, trocando “a bala do pente”, já que a Capcom se refere ao inventário como um pente.

Os braços de Nero são espetaculares: a decisão de enredo ajudou a criar uma vastidão de novidades dentro do gameplay

Dante, por sua vez, traz um gameplay bem familiar, mas é respaldado de armas novas (algumas já reveladas, como Chavalier, a moto, e seus novos protetores de punho e pé) e outros que não podemos comentar ainda. Apesar de ser o mais similar com o passado, a Capcom deu um jeito de unir os estilos de Devil May Cry 3, como Trickster e Gunslinger, com seu novo arsenal, garantindo uma fluidez nostálgica.

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Apesar de ambos os personagens são legais, mas é V quem traz a maior dose de novidades. O protagonista tem uma dinâmica bem bacana de atacar à distância com seus demônios, o corvo e a pantera (ambos inimigos do primeiro Devil May Cry, vale ressaltar) e combiná-los com o seu Devil Trigger, que invoca um golem na tela. Seus ataques corpo a corpo são escassos: servem apenas para finalizar os inimigos, algo exclusivamente dele.

Apesar de ser esquisito em um primeiro momento ver V parado enquanto os inimigos atacam, é legal combinar os golpes e abusar da esquiva. O personagem é muito, muito diferente dos demais e traz mecânicas inéditas. Seus lacaios têm a própria barra de vida e podem ser abatidos e, caso isso aconteça, você ficará sem ter como atacar. A solução é esperar a barra de vida recarregar ou se aproximar dos orbes para acelerar o processo.

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No final, todos os três trazem uma sensação extremamente agradável para o combate, que ainda mantém como alicerce os reflexos rápidos e incentiva a variedade de ataques para conseguir ranks de estilos (e, dessa maneira, ajudando o jogador a evoluir sem guiá-lo pela mão).

Nas missões de todos os personagens, a variedade de inimigos e a qualidade de lutas contra chefes estava espetacular. Apesar de alguns lacaios se repetirem, algo comum no gênero, o ritmo de adição de novos oponentes nunca deixou a peteca cair e sempre lançou demônios inéditos contra o jogador, ajudando a deixar o gameplay mais rico e empolgante.

Diferentemente de Devil May Cry 4, os chefões aqui sempre são inéditos e exigem estratégias diferentes para cada personagem

Mas foram os chefes que mais chamaram atenção. Ainda é difícil dizer se a quantidade e a qualidade estão à par dos grandes títulos da franquia, como Devil May Cry 3 e 4, mas parece bastante promissor. Cada um dos chefões exigiu diferentes habilidades e estratégias e não foram repetidos (Devil May Cry 4 sofreu mais com isso, trazendo os mesmos trechos e inimigos para diferentes personagens), agregando à experiência.

Visuais crocantes no Xbox One X: 4K e 60 fps

Conforme citei no começo do texto, a Capcom nos convidou para jogar Devil May Cry 5 nos escritórios da Microsoft para usufruir do game em um Xbox One X. E, desde já, parece estar claro que o console mais poderoso do lado verde será a “edição definitiva” do game. É difícil mensurar a olho nu, mas tudo pareceu rodar em 4K nativo e com 60 fps constantes.

Sem dúvidas, ter essa qualidade visual é ótima, ainda mais rodando de forma fluida em 60 fps. Mas esse poderio não é o maior destaque. A grande qualidade é a forma flexível com a qual a Capcom trabalhou com a RE Engine (a mesma que dá vida a Resident Evil 7 e Resident Evil 2 Remake).

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Todos os elementos, sem exceção, tiveram um pulo colossal de qualidade em relação aos últimos games. O maior destaque fica para as expressões faciais e design de personagens, que ganharam vida e estão muito mais expressivos. O estilo fotorrealístico do motor gráfico foi muito benéfico à franquia, que agora tem maior profundidade para contar a história e oferecer um gameplay de primeira e à altura do que esperamos em um jogo AAA desta geração. O importante de ressaltar isso é que mesmo nos consoles comuns o game estará estonteante.

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Sem dúvidas, jogar 6 horas e 11 missões deu um bom gostinho do que está por vir. Certamente não foi a refeição completa, mas já deu para ver que o tempero, sabor e quantia parecem estar na medida certa, criando um verdadeiro deleite para os fãs de hack ‘n slash que estavam famintos por novidades do maior chefe de cozinha do gênero: a Capcom.

Devil May Cry 5 está previsto para chegar ao Xbox One, PlayStation 4 e PC no dia 8 de março deste ano.

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