Da cobrinha ao realismo: como os jogos de celular evoluíram com o tempo

4 min de leitura
Imagem de: Da cobrinha ao realismo: como os jogos de celular evoluíram com o tempo

Hoje, smartphones e tablets são capazes de rodar jogos com gráficos incríveis e uma complexidade tão alto quanto aquele que encontramos em alguns consoles. Porém, essa realidade nem sempre foi a mesma, já que, assim como os video games, os celulares também passaram por uma evolução considerável nos últimos anos até chegarmos ao nível atual.

Entretanto, ao contrário dos jogos para consoles, os games para dispositivos móveis experimentaram uma evolução muito mais acelerada e considerável. Nesta matéria, vamos explorar a evolução dos gráficos para jogos de smartphones e tablets e entender como essas mudanças aconteceram.

Tetris no Hagenuk MT-2000

Tudo começou em 1994, com o lançamento de um celular da Cetelco chamado Hagenuk MT-2000. Embora não tenha feito muito sucesso, esse aparelho abriu as portas para o surgimento de games em dispositivos móveis com a chegada de Tetris e foi o empurrão que a indústria precisava para dar início a um grande e lucrativo mercado.

Snake e o primeiro grande sucesso

Com a popularização dos celulares e o rápido crescimento desse mercado, algumas empresas viram a oportunidade perfeita para adicionar novas funções aos aparelhos que antes só faziam ligações e enviavam  mensagens. Em 1998, a Nokia lançou modelos que chegavam com três jogos pré-instalados: Memory, Snake e Logic.

O famoso "jogo da cobrinha" foi um sucesso gigantesco, servindo com uma diversão casual, porém, rotineira na vida de muitas pessoas. Se antes só era possível se divertir em frente ao video game e uma televisão, agora dava para passar horas com o celular na mão para competir com os amigos para ver quem fazia mais pontos.

Nova era com o Java

Apesar do sucesso, o universo monocromático criado por Snake e outros games popularizados pela Nokia não conseguiu sobreviver à chegada dos primeiro celulares com suporte ao Java (J2ME). Embora os games ainda apresentassem um esquema gráfico de duas cores, a possibilidade de fazer o download e instalar os seus próprios jogos era o prenúncio do que estava para surgir.

Os games daquela época, perto do ano 2002, realmente não apresentaram um salto gráfico significativo, mas expandiu o universo ao permitir que outras empresas também entrassem na brincadeira. Até mesmo pessoas comuns – com algum talento – poderiam programar seus próprios jogos e instalar no celular. Mas naquela época os games ainda não tinham muita ação, limitando-se a títulos no estilo "bichinhos virtuais" ou aventuras em texto.

Nasce a Gameloft

Ao mesmo tempo em que os jogos com base no Java se popularizavam, várias empresas começavam a surgir para surfar nessa onda. Uma delas é a Gameloft, companhia criada pelos irmãos Guillemot – os mesmos fundadores da Ubisoft –, que buscavam emplacar com novos títulos para celulares.

A partir de 2002 a empresa já criava seus próprios games, apresentando uma evolução consistente nos próximos lançamentos. O vídeo abaixo, disponibilizado pela própria empresa em 2010 em seu canal no YouTube, mostra como aconteceu a evolução dos jogos da Gameloft até aquele momento.

Jogos em 3D e a era de ouro

Com a evolução dos celulares, os jogos puderam experimentar um salto gigantesco em qualidade gráfica e jogabilidade. Foi entre os anos 2007 e 2009 que vimos os primeiros aparelhos com tela colorida a aparecer no mercado, além dos primeiro games com cenários 3D a chegarem nesses dispositivos.

O que realmente fez com essa fosse conhecida como a era de ouro foi a popularização do jogos para celulares. Apesar de o mundo já ter presenciado o lançamento do primeiro iPhone, foi durante esse período que os aparelhos convencionais – especialmente aqui no Brasil – começaram a se tornar realmente comuns.

A iniciativa do Symbian

Também foi durante o mesmo período que a Nokia deu início ao projeto envolvendo o Symbian, um sistema operacional que pavimentou o caminho para o surgimento dos primeiros smartphones. Todos os esforços da empresa em criar uma plataforma para jogos ficaram concentrados no N-Gage, uma espécie de celular misturado com console portátil que revolucionou o conceito de video game.

Apesar de ter feito pouco sucesso, esse dispositivo mostrou que a ideia de criar um aparelho com capacidades para jogos era essencial. Foi por isso que os celulares lançados nos anos seguintes tinham campanhas fortes divulgando os games que poderia ser rodados. O iPhone 3GS e o iPhone 4, por exemplo, eram tidos como excelentes plataformas para jogos. Foi no iPhone 3GS que surgiu o famoso Andry Birds.

iOS e Android

A parte mais recente dessa história todos praticamente conhecem. Graças a popularização maciça dos smartphones, jogos para dispositivos móveis se transformaram em um mercado à parte da indústria. Grandes empresas foram criadas apenas para se dedicaram ao desenvolvimento de games para esse segmento, que se mostrou extremamente lucrativo com o tempo.

A evolução dos dispositivos teve reflexo direto na qualidade dos games. Hoje temos jogos com gráficos quase realistas e que estão se aproximando rapidamente do que é apresentado por consoles de última geração. Algumas fabricantes já até "declararam guerra" e anunciaram que pretendem dominar completamente o segmento de entretenimento eletrônico com os jogos mobile. Quem será que vence essa batalha? Será que algum dia os celulares conseguiram apresentar um gráfico superior ao dos consoles?

Você acha que os celulares já apresentam gráficos semelhantes aos de consoles? Comente no Fórum do TecMundo!

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.