Estados Unidos usam 'mãe de todas as bombas' contra ISIS no Afeganistão

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Os Estados Unidos jogaram pela primeira vez uma engenhosa arma não nuclear contra o Estado Islâmico no Afeganistão nesta quinta-feira (13). O aparato de combate é chamado de MOAB, sigla para “Massive Ordnance Air Blast”, mas que coincidentemente também se encaixa no apelido “Mother Of All Bombs”, algo como “Mãe de Todas as Bombas” – em uma tradução livre e bastante autoexplicativa.

“Às 19:32 do horário local de hoje, as forças dos EUA no Afeganistão conduziram um ataque em um complexo de túneis do ISIS-K no distrito de Achin, na província afegã de Nangarhar, como parte dos esforços contínuos para derrotar o grupo em 2017”, afirmou a Central de Comando estadunidense em uma declaração. A última letra do termo ISIS-K é uma abreviação de Khorasan e se refere ao braço do Estado Islâmico que atua no Afeganistão e Paquistão.

A arma foi usada para destruir túneis usados pelo ISIS no Afeganistão

Segundo o secretário de imprensa da Casa Branca, o grupo utilizava o sistema de túneis em questão para se mover livremente e atacar conselheiros militares e forças afegãs com mais facilidade. “Os Estados Unidos tomam a luta contra o ISIS com muita seriedade e, para os derrotar, temos que impedir que tenham espaço para operar. E foi o que fizemos”, pontuou.

Como funciona a bomba?

De acordo com o diretor da escola de dissuasão da Força Aérea dos EUA, Adam Lowther, a principal característica da MOAB é a produção de sobrepressão quando a bomba é detonada em baixas altitudes sobre o alvo. O aumento da pressão é tão grande, que ela é capaz de esmagar facilmente túneis e bunkers subterrâneos como os que são utilizados pelo Estado Islâmico.

Com mais de 8 mil kg de explosivos, a MOAB pode destruir túneis sob até 60 metros de concreto

Por mais que seja poderosa, no entanto, a arma tem uma finalidade bastante específica. “A MOAB tem um conjunto de alvos bem estreito. Basicamente, é voltada contra cavernas, cânions e campos minados com profundidades de até 60 metros sob concreto reforçado. Era a munição correta para aquilo que estávamos enfrentando”, disse um oficial norte-americano para o Business Insider.

De acordo com Lowther, a MOAB não representa nem ao menos uma fração do poder destrutivo de uma bomba nuclear dos EUA – mesmo se considerarmos a mais fraca delas. A “Mãe de Todas as Bombas” não gera calor ou radiação duradoura, apenas o impacto do aumento de pressão. Despejada de um avião de carga, a arma é guiada até seu alvo por meio de um sistema de GPS.

O peso total da MOAB é de 10.251 kg, dos quais cerca de 8.165 kg consistem apenas de tritonal – uma mistura explosiva de TNT e pós de alumínio –, capazes até de derrubar árvores em um raio de 76 metros. Para comparação, as bombas usadas pelos EUA em Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial causaram explosões com algo entre 15 e 20 kilotons, o equivalente a 15 ou 20 mil toneladas de TNT.

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