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Pioneiro da IA deixa o Google e diz estar arrependido do trabalho

Geoffrey Hinton, Ganhador do Prêmio Turing de 2018, revela as preocupações com o futuro das IAs

schedule03/05/2023, às 05:30

Pioneiro da IA deixa o Google e diz estar arrependido do trabalhoFonte:  Mojahid Mottakin/Unsplash 

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Geoffrey Hinton, um dos “padrinhos” da IA, anunciou a saída do Google após mais de uma década. Ganhador do Prêmio Turing 2018 pelo estudo de redes neurais, essencial para o atual boom das IAs, o cientista britânico lamentou ter criado o projeto.

Aos 75 anos, Hinton concedeu uma entrevista ao The New York Times na última segunda-feira (1º). Falando abertamente sobre os riscos da IA, ele revela ter deixado a Gigante das Buscas para ter mais liberdade para opinar sobre o assunto.

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Geoffrey Hinton diz estar arrependido do próprio trabalho.Geoffrey Hinton diz estar arrependido do próprio trabalho.

Acadêmico de longa data, Hilton desenvolveu uma rede neural que aprendeu sozinha a identificar objetos como cães, gatos e flores após analisar um banco de imagens. O projeto foi um dos pilares para a criação dos chatbots ChatGPT da OpenAI e do Google Bard.

Ao NYT, o cientista disse que estava feliz com a gestão do Google até a Microsoft anunciar o novo buscador Bing com suporte ao ChatGPT. Ao ver o principal negócio ameaçado, a big tech acendeu um sinal de alerta e, infelizmente, gerou o lançamento apressado do Bard AI.

Embora acredite ser impossível parar a competição acirrada, o cientista teme que as IAs contribuam para a disseminação de desinformação. Algo que pode resultar em um mundo com várias fotos e textos falsos que ninguém será capaz distinguir o que é verdade.

“Eu me consolo com a desculpa normal: se eu não tivesse feito isso, outra pessoa teria feito. É difícil ver como pode impedir que pessoas mal-intencionadas usem a IA para coisas ruins”, declarou Hinton.

IAs e o “fim da humanidade”

Ex-cientista do Google teme o futuro do Bard AI e outras IAs.Ex-cientista do Google teme o futuro do Bard AI e outras IAs.

Para Hinton, a disseminação da desinformação é uma preocupação imediata. Contudo, no longo prazo, ele pensa que a IA eliminará postos de trabalho e, possivelmente, a humanidade, quando começar a escrever e executar o próprio código.

O cientista revela que acreditava que as IAs poderiam se tornar mais inteligentes que os seres humanos em um prazo de 30 a 50 anos. Entretanto, as recentes evoluções o fizeram mudar de opinião.

Google se defende

Após a declaração de Hinton, Jeff Dean, cientista-chefe do Google, declarou: “Continuamos comprometidos com uma abordagem responsável da IA. Estamos aprendendo continuamente a entender os riscos emergentes e, ao mesmo tempo, inovar com ousadia”.