Mulheres do Quirguistão criam crowdfunding para o primeiro satélite do país

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O Quirguistão é um país da Ásia Central, com extensão territorial um pouco maior do que a do estado do Paraná. Ele não faz parte do grupo de 72 nações com uma agência espacial oficial, mas pode estar começando uma nova jornada rumo às descobertas nesse campo. Isso graças a um grupo jovens mulheres, com idades entre 17 e 25 anos, que está desenvolvendo o que pode vir a ser o primeiro satélite do país.

O projeto consiste na criação de um cubesat, um nanossatélite cúbico com dimensões geralmente de 10 X 10 X 10 cm, usado em pesquisas científicas na órbita mais baixa da Terra. O Brasil, por exemplo, tem o seu representante no espaço há mais de 4 anos: o NanosatC-BR1, concebido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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O projeto das jovens do Quirguistão teve início em um curso de robótica disponibilizado especialmente para o público feminino pelo Kloop — um também jovem grupo de jornalismo independente do país —, que já oferece aulas na área de tecnologia abertas a todos. A ideia é despertar nelas o interesse e o talento por essa área, que tem maior adesão por parte do público masculino.

Além disso, na capacitação foi lançado o desafio de criar o primeiro satélite. Assim, são explorados temas relacionados, como fundamentos de engenharia, codificação e impressão 3D. Entretanto, para produzir esse tipo de equipamento são necessários US$ 150 mil, valor que a própria instituição não possui.

A saída, então, foi lançar o projeto na Patreon, plataforma de financiamento coletivo. A arrecadação do dinheiro é feita de forma mensal e dividida em fases. Os valores a serem recebidos foram também separados em níveis, e cada um deles homenageou uma cosmonauta importante, como Valentina — referindo-se a Valentina Tereshkova, primeira cosmonauta mulher a ir ao espaço — e Peggy — em menção a Peggy Whitson, astronauta que coleciona o maior número de missões espaciais entre mulheres. Até agora, o Programa Espacial de Quirguistão — nome escolhido pelas próprias integrantes do projeto — já conseguiu US$ 1.102/mês.

Por meio do crowdfunding, elas já puderam pagar por uma impressora 3D, para início do planejamento do satélite, e um curso de engenharia. Com o valor atual obtido, elas poderão criar e testar seu protótipo no solo. Chegando a US$ 2,5 mil/mês, terão acesso a um treinamento com a NanoAvionics, equipe que lançou o primeiro satélite na Lituânia — no caso também um cubesat. Com US$ 5 mil/mês, poderão comprar os componentes do nanossatélite, e com US$ 10 mil/mês poderão finalmente enviá-lo ao espaço.

Mas como essa viagem será feita? A NASA tem um projeto específico para estudantes, pesquisadores e cientistas que criam seus cubesats. Assim, ela leva os pequenos satélites à órbita da Terra em um de seus foguetes. O próximo passo, após isso, é criar outro projeto de financiamento coletivo para um satélite com recursos mais avançados, com possibilidade de fotografar lugares inóspitos de nosso planeta ou talvez para vaporização de lixo espacial.

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Fontes

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