Segurança

Hackers estão se passando por autoridades para roubar dados armazenados por big techs

As informações sigilosas são obtidas pelos cibercriminosos por meio de falsas "solicitações de emergência"

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

11/11/2024, às 13:15

Atualizado em 11/11/2024, às 09:56

Cibercriminosos estão se passando por autoridades para roubar dados sigilosos de usuários de produtos e serviços de grandes empresas de tecnologia como Google, Apple, Meta e Snap, conforme alerta divulgado pelo FBI recentemente. Essas informações são obtidas via falsas solicitações de emergência.

Usando endereços de e-mails comprometidos de autoridades dos Estados Unidos e de outros países, os invasores entram em contato com as big techs por meio dos pedidos de emergência. Tal procedimento é usado para solicitar dados de um indivíduo a uma fornecedora de serviço em situações de urgência, nas quais não há tempo para ordem judicial.

Algumas empresas liberam os dados sem confirmar a autenticidade das solicitações. (Imagem: Getty Images/Reprodução)
Algumas empresas liberam os dados sem confirmar a autenticidade das solicitações. (Imagem: Getty Images/Reprodução)

Em alguns casos, os pedidos fraudulentos citam tráfico de pessoas e riscos de morte para acelerar a disponibilização dos dados. Devido à emergência, as empresas não checam a legitimidade do documento e acabam repassando os dados, embora nem todas as tentativas tenham sido bem-sucedidas.

Nomes completos, endereço de e-mail, número de telefone, mensagens enviadas e recebidas são algumas das informações privadas roubadas pelos cibercriminosos, segundo o FBI. Esse tipo de ação tem ocorrido desde 2022, com um aumento das solicitações fraudulentas sendo detectado a partir do ano passado.

O que acontece com os dados roubados?

As informações obtidas pelos criminosos cibernéticos podem ser utilizadas de várias maneiras, como para a aplicação de golpes financeiros e a abertura de contas falsas. Os invasores também podem assediar os donos dos dados, ameaçando divulgá-los se não receberem uma compensação financeira.

Além disso, os responsáveis pela ação estariam faturando com a venda das contas de e-mail governamentais comprometidas em fóruns online, para que outras pessoas tentem realizar as solicitações de emergência.

Para mitigar os riscos, o FBI recomendou às agências governamentais que reforcem suas medidas de segurança usando senhas mais fortes e autenticação de duas etapas para evitar que os e-mails sejam invadidos. Já as gigantes da tecnologia devem atualizar protocolos com o objetivo de identificar mais facilmente as solicitações fraudulentas.



Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.