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Vazamento do Credit Suisse expõe autoridades e chefes de Estado

Os dados obtidos por um jornal alemao revelam informações de 18 mil contas com depósitos superiores a US$ 100 bilhões no banco Credit Suisse

Avatar do(a) autor(a): Jorge Marin

21/02/2022, às 18:30

Vazamento do Credit Suisse expõe autoridades e chefes de Estado

Fonte:  Credit Suisse 

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Um dos segredos mais bem guardados no mundo, o valor das fortunas de pessoas ricas que eram depositadas no banco suíço Credit Suisse, o segundo maior banco do país, foi revelado em um vazamento inédito de dados, que abrange a abertura de contas na instituição desde a década de 1940 até a de 2010. Operações atuais do banco não aparecem.

Obtido pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung, o material cita um pacote com dados de mais de 18 mil contas secretas, com um total de US$ 100 bilhões — o equivalente a mais de meio trilhão de reais — depositados que expõe nomes de chefes de Estado, funcionários ligados ao setor de inteligência, empresários com sanções, além de violadores de direitos humanos, entre outros.

Fonte: Credit Suisse/Divulgação.Fonte: Credit Suisse/Divulgação.

O que diz o Credit Suisse?

De posse das informações, o jornal alemão as compartilhou com um grupo de jornalismo sem fins lucrativos, o Organized Crime and Corruption Reporting Project, e outras 46 organizações de notícias em todo o mundo, inclusive o The New York Times. Entre os milionários protegidos pela regra de anonimidade do banco, estão alguns políticos conhecidos, como o atual rei Abdullah II da Jordânia e os dois filhos do ex-ditador egípcio Hosni Mubarak.

"Estamos cientes da reportagem", afirmou um porta-voz da Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro da Suíça (FINMA) à Reuters. Segundo o representante, a agência governamental tem lutado contra a lavagem de dinheiro, sendo que o cumprimento da legislação sobre o assunto "tem sido o foco de nossas atividades de supervisão há anos".

Mas, de acordo com os dados vazados, o Credit Suisse teria continuado a abrir contas e a atender não somente aos bilionários, mas também a todas aquelas pessoas cuja origem do enriquecimento ilícito poderia ser obtida a partir de investigações. A instituição, por sua vez, "rejeita veementemente as alegações e insinuações sobre as supostas práticas comerciais do banco", segundo comunicado divulgado na noite de domingo (20).


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Por Jorge Marin

Especialista em Redator

Redator do Mega Curioso e do TecMundo, Jorge Marin escreve sobre Ciências e Tecnologia desde 2019, conectando conhecimento acadêmico com experiências humanas do dia a dia. É psicólogo, cinéfilo e botafoguense inveterado.


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