Edward Snowden critica plano da Apple de escanear fotos do iCloud

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Imagem: Gabby Jones/Bloomberg
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Os recursos anunciados pela Apple ontem (5) para combater o material de abuso sexual infantil (CSAM) através do escaneamento de fotos do iCloud foram duramente criticados pelo conhecido analista de sistemas e ativista da privacidade Edward Snowden. Em uma série de publicações no Twitter, o ex-funcionário da NSA classificou a ferramenta como “vigilância em massa para todo o mundo”.

A Maçã anunciou três recursos principais para reforçar a segurança infantil em suas plataformas. Ferramentas de comunicação passariam a utilizar o machine learning para escanear o iMessage em busca de conteúdos confidenciais enviados entre crianças. Além disso, novas atualizações da Siri e do mecanismo de buscas ajudariam crianças e pais em "situações inseguras".

Mas a mudança mais impactante, e que se revelou a mais polêmica, foi o plano de usar novos aplicativos de criptografia para detectar imagens do tipo CSAM nas bibliotecas de fotos pessoais armazenadas no iCloud da Apple. Feita a detecção, a empresa relataria as ocorrências diretamente ao Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC).

O que dizem os especialistas?

"Não se engane", afirma Snowden em uma postagem feita ontem à noite no Twitter. E conclui: "se eles podem escanear pornografia infantil hoje, poderão escanear qualquer coisa amanhã". Para o ativista, "não importa o quão bem-intencionada a Apple possa estar", mas concordar com essas interferências poderia abrir um precedente que permitiria à empresa verificar qualquer outro conteúdo arbitrariamente.

Em entrevista ao Financial Times, o professor de engenharia de segurança da Universidade de Cambridge, Ross Anderson, classificou a iniciativa da multinacional norte-americana como "absolutamente terrível", pois levaria a uma possível vigilância em massa de nossos telefones e laptops.

A Apple se defende e garante que o sistema é projetado para proteger a privacidade. Segundo a empresa, a chance da ferramenta sinalizar erroneamente a conta de um usuário é de menos de um em um trilhão. Em meio à polêmica, algumas pessoas também lembraram que a solução da Maçã não é diferente de muitos aplicativos que as pessoas utilizam no seu dia a dia.

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