Eleitores de Bolsonaro se infectam com vírus spambot por conta própria

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Um programa de computador chamado Bolsocop é divulgado em grupos de WhatsApp que suportam a candidatura de (PSL) para transformar seus seguidores em robôs de spam. Como um vírus, o arquivo .exe faz com que as vítimas repliquem automaticamente publicações dos mais variados tipos que sejam pró-Bolsonaro. O ponto interessante é que, neste caso, as vítimas são favoráveis à infecção no PC.

Robô de spam, ou spambot, um software desenvolvido para auxiliar no envio em massa de spam. Normalmente, a técnica é mais utilizada para distribuir emails

Segundo o The Intercept, o Bolsocop foi lançado no grupo público de WhatsApp chamado Resenha Política. Por lá, cerca de 256 pessoas conversam o dia inteira sobre política e segurança pública — além de servir como espaço para infecção do Bolsocop, também é um mural de notícias falsas.

“O Bolsocop nada mais é do que uma espécie de browser com as cores da bandeira nacional (lógico) que serve basicamente para abrir o Facebook. O usuário deve entrar com login e senha pessoal. Instalado e logado na rede, o aplicativo começa a postar automaticamente conteúdos dos perfis oficiais do Bolsonaro em todos os grupos ao qual o usuário tem acesso e também em sua timeline. A pessoa vira um replicador zumbi de conteúdos, dando impressão que, publicamente, os assuntos são mais relevantes do que de fato são”, explica a funcionalidade o The Intercept.

Os criadores do Bolsocop alertaram, em anúncio oficial, que a ideia do software é realmente criar um exército de robôs de spam que combatam as supostas notícias falsas sobre o candidato. Porém, há um problema nessa história: o Bolsocop viola a Lei das Eleições, que proíbe o uso de perfis falsos e robôs nas redes sociais para fazer propaganda eleitoral.

Ele também tem a capacidade de espionar a câmera do usuário infectado e ainda roubar senhas de banco

O TecMundo ainda não teve acesso para análise do Bolsocop, mas o The Intercept deixa claro que o arquivo .exe não apenas replica conteúdo como spam (como se isso fosse algo minimamente ok para uma pessoa em sã consciência permitir): ele também tem a capacidade de espionar a câmera do usuário infectado e ainda roubar senhas de banco, por exemplo.

A desenvolvedora responsável pelo Bolsocop é uma empresa chamada JF Startup Studio, de Ji-Paraná, em Rondônia. Ao Intercept, a campanha de Bolsonaro afirmou que não possui qualquer relação com o vírus.

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