Grindr compartilha status de HIV de usuários com outras empresas

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De acordo com informações do BuzzFeed, o famoso app de relacionamentos focando na comunidade LGBTQ+, o Grindr, estaria compartilhando uma grande quantidade de dados de usuários com duas empresas de consultoria, conhecidas como Localytics e Apptimize. Além de localização geográfica, identificação de telefone e endereço de email, o app também estaria enviando o status de HIV de seus mais de 3,6 milhões de usuários para análise.

Foi encontrada também uma brecha de segurança na plataforma que deixa vazar praticamente todas essas informações e muitas outras.

O app admitiu que realmente trabalha com essas duas empresas para entender melhor a sua base de usuários, mas disse que existem proteções contratuais que garantem a privacidade dos usuários.

Essas empresas trabalham sob estritas regras contratuais para garantir o nível máximo de confidencialidade

“É uma prática padrão no nosso segmento, e o Grindr de fato trabalha com empresas de reputação para testar e otimizar os recursos que lançamos na nossa plataforma. Contudo, essas empresas trabalham sob estritas regras contratuais para garantir o nível máximo de confidencialidade, segurança de dados e privacidade do usuário”, disse o Grindr em comunicado oficial ao Mashable.

Apesar disso, a desenvolvedora não fala sobre uma possibilidade perigosa: a do vazamento desses dados oferecidos a empresas de consultoria. Nenhum usuário é obrigado a reportar seu status de HIV no cadastro do app de relacionamento, mas muitas pessoas afetadas pelo vírus o fazem.

Mesmo assim, é improvável que esses usuários vão gostar de ter essa informação divulgada fora da plataforma, o que pode ser uma fonte de constrangimento. Juntando dados como ID do telefone, email e dados de GPS, pode ser possível identificar pessoas e, a partir dos dados do Grindr, dizer se elas são ou não soropositivas. Por isso da preocupação.

[ATUALIZAÇÃO] - 03/04 - 13h13

Uma versão anterior deste artigo trazia uma informação incorreta sobre o vírus HIV. O texto anterior dava a entender que portadores do vírus poderiam se relacionar com outras pessoas afetadas pela mesma condição sem o risco de disseminação da doença. Contudo, isso não é verdade. Desde o início dos anos 2000, é sabido que portadores do vírus correm o risco da reinfecção por outras variantes do HIV no caso de sexo não seguro. Hoje, contudo, o tratamento para o vírus é bastante eficiente e inclusive permite que uma pessoa soropositiva mantenha um relacionamento seguro com pessoas não afetadas, naturalmente, com o devido cuidado. Peço minhas mais sinceras desculpas pelo ocorrido.

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