Caso de suspeita de desviar quase R$ 1 milhão de formatura viraliza

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Imagem: USP/Divulgação

A Polícia Civil de São Paulo está investigando uma jovem de 25 anos que é suspeita de ter desviado quase R$ 1 milhão da festa de formatura de alunos de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

O caso, que envolve a suspeita Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, veio à tona depois de viralizar nas redes sociais na semana passada. Um perfil no Twitter publicou capturas de tela do suposto grupo de WhatsApp formado pelos alunos de Medicina da USP.

Em um dos prints, a jovem aparece mandando uma mensagem aos colegas dando sua versão da história. “Estou escrevendo para dizer que não temos dinheiro. Com toda a dor, culpa e arrependimento que vocês podem imaginar”, diz o início da mensagem. Confira, abaixo, o perfil que espalhou a história:

No final da mensagem, Alicia diz saber que errou ao pegar o dinheiro sozinha e investir em uma corretora por contra própria. “Mas [quero] continuar ajudando porque de coração a minha intenção nunca foi lesar ninguém, bem pelo contrário”, termina o texto. A thread no Twitter ainda conta com áudios, boletins de ocorrência e outras informações que supostamente foram enviados por envolvidos na história.

De acordo com o Estadão, Alicia fez Ensino Médio em escola pública e passou em Medicina na USP após quatro tentativas. Ela estudou três anos em um cursinho para conseguir a aprovação e até conseguiu passar para o curso de Farmácia, mas não ingressou para tentar o sonho de ser médica.

Na graduação, ela estava envolvida em grupos de pesquisa e chegou a ser voluntária em estudos sobre a covid-19. “A nossa impressão dela era de aluna normal. Desconheço qualquer problema que ela tivesse. Na formação da comissão (de formatura), não havia outros interessados em ocupar o cargo da presidência e ela se dispôs”, afirmou um colega da suspeita que preferiu não se identificar.

As investigações

Alicia Dudy Muller Veiga está no sexto ano de Medicina e presidia a comissão da formatura. Em um dos casos, ela é investigada pelo crime de apropriação indébita, enquanto na outra ela é suspeita de cometer estelionato e lavagem de dinheiro.

De acordo com as denúncias, Alicia transferiou para sua conta pessoal R$ 927 mil que estavam no fundo da formatura da 106ª Turma do curso da USP. O valor estava sendo juntado há quatro anos pelos alunos e começou a ser transferido para a conta da suspeita ainda em 2021.

USPA suspeita é que a aluna do curso da Faculdade de Medicina da USP (foto) tenha usado o dinheiro para fazer apostas na loteria

Acredita-se que a estudante investiu o dinheiro numa corretora com o objetivo de ficar com os rendimentos do valor, o que não teria acontecido. Esse fato não foi confirmado pela polícia paulista ainda. O que se sabe, por enquanto, é que Alicia pode ter utilizado o dinheiro da formatura para fazer apostas em uma lotérica. As investigações apontam que ela fez cerca de R$ 461 mil em apostas no ano passado.

Em julho de 2022, ela chegou a solicitar R$ 891,5 mil em apostas numa casa lotérica na capital paulista. No dia, porém, a atendente registrou somente R$ 193,8 mil em apostas e questionou Alicia sobre o pagamento do restante. A suspeita mostrou um pagamento de R$ 891,53 e mostrou o valor para que a atendente achasse que seria R$ 891,5 mil.

Após discussão, a jovem saiu da lotérica sem realizar o pagamento, mas com a aposta de R$ 193,8 mil feita. Ou seja, ela também é investigada pelo golpe na Casa Lotérica. De acordo com o g1, a universitária também recebeu R$ 3 mil do Auxílio Emergencial durante o auge da pandemia de covid-19.

O que dizem os envolvidos

Em nota enviada ao g1, a a Faculdade de Medicina da USP informou que "os fatos estão sendo apurados, buscando-se identificar os responsáveis pela fraude e a Diretoria está apoiando na orientação aos alunos envolvidos".

Nem Alicia Dudy Muller Veiga e nem os advogados que a defendem foram encontrados para comentar o caso.

A Polícia Civil de São Paulo informou que o caso está sendo investigado pelo 16º Distrito Policial, localizado no bairro da Vila Clementino, e pela Delegacia Especializada em Investigações Criminais de São Bernardo do Campo.

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