Por que o CEO da Netflix adora quando outras empresas brigam com ele

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Se tem algo a que Reed Hastings está acostumado é a ser odiado.

O fundador da Netflix já brigou com muita gente por causa de seu negócio. Primeiro, com as locadoras de vídeos, depois com as emissoras de televisão paga, em seguida, a indústria de filmes de Hollywood.

O último atrito ocorreu durante o Festival Internacional de Cinema de Cannes, na França. Pela primeira vez no evento, a maior novidade não era o filme de um diretor, ou o longa protagonizado por um ator, ou o curta patrocinado por um produtor específico. A grande história era a estreia da Netflix no festival.

Dois originais da empresa de streaming foram apresentados . Um deles, “Okja”, conta a história de uma poderosa CEO que apresenta ao mundo uma nova espécie de animal descoberta no Chile.

Mas não foi a trama dos filmes que gerou intrigas em terras francesas. Foi o logo da Netflix na abertura dos longas, que fez com que a plateia soltasse vaias por uns bons segundos, numa espécie de protesto contra a empresa.

Desde a época em que entregava DVDs na casa dos clientes, a Netflix trava brigas com outras indústrias

Hastings resumiu seus pensamentos sobre a história, que ocorreu na penúltima semana de maio, em duas palavras: “foi fantástico”. Em seguida, disse: “sempre que alguém escolhe brigar conosco, nós ganhamos muita atenção.”

Acontece que os filmes da Netflix não estrearão nos cinemas da França, que promovem o festival. Os filmes da Netflix estarão disponíveis online. Ao final do evento, os organizadores anunciaram, numa mensagem clara à empresa de Hastings, que qualquer produção que queira ter seus filmes exibidos em Cannes deve se comprometer a lança-los nos cinemas.

Para o CEO e fundador da Netlix, contudo, essa regra não irá durar. A transmissão de filmes online deve aumentar o suficiente nos próximos anos para convencer a indústria de que as produções para a internet não podem ser ignoradas por festivais, não importa o quão relevantes e tradicionais eles sejam.

"As vezes, os estabelecimentos são desastrados ao tentar expulsar os recém-chegados", afirmou Hastings.

Sempre que alguém escolhe brigar conosco, nós ganhamos muita atenção

Hastings e outros especialistas do mercado acreditam, segundo a Business Insider, que Cannes deve focar na qualidade dos filmes, em vez de se preocupar com inclinações comerciais que importam apenas ao conselho do festival. Uma observação interessante, já que metade da direção do evento é formada por donos e executivos da indústria cinematográfica francesa.

Para muitos, as vaias recebidas em Cannes simbolizam uma derrota para a Netflix. Para Hastings, a história só rendeu boas risadas.

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