Equador: presidente usou milhões de dólares para tirar críticas da internet

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Imagem: EBC

O presidente do Equador, Rafael Correa, é um sujeito que não sabe brincar. Ele conhecido pelo temperamento explosivo e por não gostar nada de receber críticas em sites com o Twitter (do qual é usuário ativo). Porém, agora ele foi longe demais: o líder aparentemente desviou verbas públicas só para garantir que ninguém fale mal dele na rede.

De acordo com o site BuzzFeed News (acredite, o jornalismo feito por eles é de alta qualidade!), Correa fez uso de milhões de dólares do orçamento do país para contratar uma equipe mexicana que apagasse comentários indesejados de sites como YouTube, Facebook, Vimeo e DailyMotion. O site teve acesso a vários contratos entre o país e a companhia.

Um dos contratos chegava a US$ 4,7 milhões e solicitava à empresa apagar um documentário postado por um político rival, que chamava Correa de ditador, além de críticas feitas à esposa do presidente. O objetivo é "prever, antecipar e eliminar" materiais que "danifiquem ou possam ferir a integridade de pessoas ou instituições públicas e privadas; promovam ou incitar atos violentos; ameacem, roubem identidades, difamem ou insultem", entre outros.

Correa já foi acusado de usar a agência de inteligência do país para descobrir dados pessoais sobre twitteiros que criticavam o político na rede social — e mostrou essas informações ao vivo em seu programa semanal na televisão.

E o Brasil?

Enquanto a situação no Equador já é crítica a ponto de você não ter liberdade de expressão para criticar o presidente, a situação no Brasil encaminha-se — em uma visão bem pessimista, é verdade — para algo parecido.

Um projeto de lei (nº1.589 de 2015) que anularia partes do Marco Civil da internet configura como crime o simples ato de "cometer crimes contra a honra" (leia-se: falar mal) de alguém na rede. Se a vítima se sentir prejudicada, pode pedir dados pessoais do criminoso às autoridades sem precisar de ordem judicial. Críticas a políticos em sites como Twitter e Facebook, por exemplo, seriam atividades ilegais. Por enquanto, o projeto segue em votação na Câmara.

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