Por dentro da conturbada mente de um serial killer

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Foto de Andrei Chikatilo. (Fonte da imagem: Criminal Minds)

Andrei Chikatilo, ucraniano nascido em 1936, foi um assassino em série que chocou a Rússia entre 1978 e 1990 devido à brutalidade com que matava as suas vítimas – a maioria crianças e mulheres.

Na semana passada, Mikhail Simkin e Vwani Roychowdhury, dois pesquisadores da University of California, nos EUA, publicaram uma análise matemática explicitando o padrão de comportamento de Chikatilo. Segundo o site Technology Review, o comportamento do assassino se caracteriza por um padrão chamado de “disparo neural”, baseado na lei da distribuição de potência.

A complexidade da rede neural

Os cientistas basearam seu estudo no comportamento fundamental dos neurônios. Quando um neurônio é acionado, ele não pode voltar a ser explorado até que sua capacidade de liberar sinais elétricos seja recarregada. Esse tempo é conhecido como período refratário.

Contudo, ao ser acionado, esse neurônio acaba transferindo os impulsos nervosos para os milhares de neurônios ligados a ele, desencadeando uma reação em cadeia que rapidamente se espalha por todo o cérebro.

Todavia, só esse conceito não explica o comportamento de um assassino em série. "Não podemos esperar que o assassino cometa crimes no momento em que a excitação neural atinge certo limite. Ele precisa de tempo para planejar e preparar as suas ações", comentaram Simkin e Roychowdhury.

A um passo do crime

A dupla sugere que um serial killer comete um assassinato apenas depois que esse limite de excitação foi ultrapassado por um determinado período de tempo. Eles também acreditam que o assassinato tem um efeito sedativo sobre o assassino, fazendo com que a atividade neuronal caia.

(Fonte da imagem: "Stochastic modeling of a serial killer" em Cornell University Library)

Tendo como base tais conceitos, os pesquisadores criaram um modelo matemático para simular o padrão de “disparos” dos neurônios e verificar qual o tempo necessário para que o limite de excitação ultrapassado gere a necessidade de matar. Os resultados obtidos com o modelo foram muito parecidos com a periodicidade com que Chikatilo fazia uma nova vítima – como você pode conferir no gráfico acima.

Dessa forma, os pesquisadores chegaram à conclusão de que existe a maior probabilidade de um assassino em série matar novamente após um primeiro assassinato do que passado muito tempo sem cometer esse tipo de crime. Outras pesquisas que estudam padrões de comportamento também são baseadas na lei de potência, como aquelas que analisam a distribuição de ataques de epilepsia.

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