Novas baterias de íons de sódio tornarão os veículos elétricos mais acessíveis

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O mercado de veículos elétricos deve passar por transformações consideráveis, pelo menos no que diz respeito ao fator “baterias”, item que costuma representar boa parte do custo de um modelo elétrico. Já existem movimentações entre gigantes do setor. Por exemplo, a empresa chinesa HiNa Battery, que apesar de ter sido criada apenas em 2017, já assinou um acordo de colaboração com a JAC Group (Jianghuai Automobile Group Corp), para o fornecimento de células de baterias de íons de sódio.

Essa nova geração de baterias pode tornar-se uma alternativa às atuais de lítio, pois são mais econômicas, tendo em vista que a matéria prima é mais abundante e barata. Além disso, poderá ser uma alternativa à dependência mundial do lítio. 

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Na JAC, o primeiro modelo eleito para receber as novas baterias de íon de sódio foi o compacto Sehol 10X, anteriormente conhecido como JAC E-JS1. O protótipo está equipado com baterias de sódio de 25 kWh de capacidade com uma densidade de energia de 120 Wh/kg (140 Wh/kg ao nível da célula), o que lhe dá uma autonomia de 252 km. Originalmente o veículo contava com dois pacotes de baterias de lítio, um de 19,7kWh e outro com 31,4kWh. 

Baterias de carros elétricosBaterias de carros elétricos estão sendo desenvolvida com matéria-prima mais barata.

E fica ainda mais interessante, quando observamos que a HiNa Battery pegou carona no lançamento do protótipo para apresentar três tipos de células de sódio: a cilíndrica NaCR32140-ME12,  e as prismáticas NaCP50160118-ME80 e NaCP73174207-ME240, com densidades de energia de 140 Wh/kg, 145 Wh/kg e 155 Wh/kg respectivamente.

Mas porque esse anúncio é significativo para o setor? Como a densidade energética é menor em relação às baterias de lítio (LFP), a bateria de sódio se torna mais vantajosa por suportar taxas de carregamento mais altas. Com isso, torna a vida útil das baterias mais longa, melhora o desempenho em temperaturas baixas e, principalmente, possui um menor custo de produção.

A BYD, por exemplo, já começa a se beneficiar das baterias de íons de sódio. Eles colocaram no mercado chinês um carro elétrico com o preço equivalente a R$60 mil. Por ter um sistema de produção de baixo custo, a montadora pretende popularizar ainda mais a mobilidade elétrica no país. O veículo Seagull EV, nome dado ao compacto, quer tornar o modelo elétrico acessível para uma parcela maior da população chinesa. Com duas versões de motor, de 55 kW ou 75 kW, tem alcance de até 405 km e velocidade máxima de 130 km/h.

Com testes iniciados no ano passado, as baterias de íons de sódio começaram a chegar ao mercado nos últimos meses. De acordo com informações da imprensa chinesa, a BYD deve equipar todos os seus carros abaixo de 200.000 yuans (cerca de R$150 mil) com esse tipo de sistema.

Já a empresa CATL, líder global em baterias para carros elétricos, lançou suas baterias de íons de sódio no segundo semestre de 2021 e iniciou a industrialização de baterias de íons de sódio, com previsão da criação de uma cadeia industrial ao longo de 2023.

As baterias da CATL devem ser usadas em veículo de duas rodas, inicialmente, mas a tecnologia deve ser desenvolvida também para carros elétricos, especialmente porque esse tipo de equipamento tem um custo mais baixo para as montadoras. A Renault também investe na bateria de íons de sódio, por meio de sua subsidiária chinesa Jiangling Motors Electric Vehicle (JMEV).

Consideradas promissoras, as baterias de sódio podem tornar os carros elétricos mais acessíveis, principalmente nos segmentos de entrada, onde a exigência de autonomia não é determinante. Essas transformações, não significam necessariamente o fim da bateria de lítio. Afinal, sempre haverá espaço para vários tipos de composições químicas, de acordo com a aplicação e a necessidade do mercado e dos usuários.

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Fontes

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