Quanto custa uma carga completa de um carro elétrico?

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Atualmente, a busca por carros elétricos e híbridos está em ascensão em todo o mundo, seja por questões de tecnologia, eficiência ou ambiental. Até por isso, os governos de diversos países começaram a criar leis para incentivar e agilizar a transição de veículos movidos a gasolina para os modelos elétricos.

Além de oferecer opções altamente tecnológicas, os veículos elétricos não utilizam combustíveis fósseis e não emitem dióxido de carbono na atmosfera — uma boa opção para não agravar o efeito estufa. Contudo, será que os modelos eletrificados são mais eficientes e têm menos custos para rodar do que um carro normal?

A procura por modelos elétricos vem aumentando em todo o mundo, mas será que esses carros são realmente mais eficientes e econômicos?A procura por modelos elétricos vem aumentando em todo o mundo, mas será que esses carros são realmente mais eficientes e econômicos?Fonte:  GettyImages 

O TecMundo reuniu informações de empresas e especialistas para tentar entender os custos de abastecimento de um veículo elétrico e se a autonomia é realmente melhor do que um carro a combustível.

Kwid E-Tech vs. Kwid 1.0 Zen

Para nos aprofundarmos nessa questão, fizemos um comparativo entre um dos carros elétricos mais baratos no Brasil, o Kwid E-Tech da Renault, e a versão a combustão do mesmo modelo, o Kwid 1.0 Zen.

Adquirir um modelo elétrico no Brasil ainda é um processo bastante custoso. A versão mais simples do Kwid E-Tech custa a partir de R$ 150 mil no site oficial da Renault no Brasil — no lançamento, ele chegou por R$ 143 mil. Enquanto isso, a variante a gasolina está disponível por a partir de R$ 68 mil, ou seja, uma redução significativa de 54% do preço do modelo eletrificado. Então, a pergunta que fica é: será que é a autonomia de uma carga completa em um carro elétrico é mais eficiente que um tanque cheio de gasolina em um carro comum?

O conjunto de baterias do Kwid E-Tech é modular é oferece capacidade de 26,8 kWh, com autonomia média de 265 quilômetros, podendo chegar a até 298 quilômetros durante o uso urbano do veículo, segundo informações do fabricante.

Enquanto uma recarga completa em uma Wallbox é realizada em 2h54m, uma tomada comum de 220 V demora até 8h57 para completar a carga do modelo — uma Wallbox é uma unidade de carregamento que fornece taxas mais altas de energia que as tomadas residenciais.

O modelo a gasolina pode gastar mais de R$ 4 mil por ano com combustível.O modelo a gasolina pode gastar mais de R$ 4 mil por ano com combustível.Fonte:  Renault 

Assim como na versão a gasolina, o Kwid elétrico acelera de 0 a 100 km/h em apenas 13,2 segundos, contudo, sua velocidade máxima é de 130 km/h; já o modelo comum tem a velocidade máxima de 156 km/h. A principal diferença do Kwid E-Tech é a fonte de abastecimento e, teoricamente, ele é mais eficiente justamente por se tratar de um modelo elétrico.

Quanto custa ‘encher o tanque’ de um carro elétrico?

Em 2022, o valor médio da tarifa de consumo de energia em São Paulo foi de R$ 0,656 por kWh para os consumidores residenciais, sem considerar as taxas relacionadas à empresa de distribuição de luz. Tendo em vista que a bateria do Kwid elétrico tem capacidade de 26,8 kWh, custaria cerca de R$ 17,60 para uma carga completa; que possibilita rodar até quase 300 quilômetros.

Para adaptar o cálculo a sua realidade, basta procurar pelo preço do kWh cobrado pela empresa de energia elétrica que atende sua região e multiplicar pela capacidade total da bateria do carro.

Em um eletroposto a recarga é um pouco mais cara. O valor por kWh aumenta para R$ 1,90 no Shell Recharge, por exemplo — apesar de custar mais, a carga é muito mais rápida que em uma unidade de recarga residencial. Neste caso, o motorista deve desembolsar cerca de R$ 51 para uma carga completa no posto.

O tanque do Kwid 1.0 Zen tem capacidade de até 38 litros de gasolina e, considerando um valor médio de R$ 5,51 por litro — média do preço para o Brasil, segundo dados da penúltima semana de março coletados pela Petrobras —, o abastecimento completo do veículo custaria cerca de R$ 209. Com o tanque cheio, o modelo à combustão consegue rodar em média 566 quilômetros em um ciclo urbano.

O custo do modelo elétrico também diminui em outras áreas, por exemplo, não há a necessidade da de troca de óleo e, em alguns estados, não é necessário pagar IPVA.O custo do modelo elétrico também diminui em outras áreas, por exemplo, não há a necessidade da de troca de óleo e, em alguns estados, não é necessário pagar IPVA.Fonte:  Renault 

Considerando o carregamento em casa, o Kwid E-Tech roda em média 1 km por apenas R$ 0.059, enquanto o custo no Kwid 1.0 Zen é de, em média, R$ 0,37 por 1 km. Ou seja, o valor do quilômetro rodado no modelo a gasolina é mais do que 500% mais caro que a versão elétrica. Em um ciclo anual de 12 mil quilômetros, a versão elétrica gastaria cerca de R$ 708, em comparação com R$ 4.440 mil do carro a combustão.

A curto prazo, o veículo elétrico pode não ser tão vantajoso, contudo, em um longo prazo, o uso é muito mais vantajoso que a versão a gasolina; o valor da energia torna o carro quase sete vezes mais econômico que o modelo a gasolina — é claro, tudo isso sem contar os gastos com manutenção e outros problemas que podem surgir.

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