Smart City: as cidades estão preparadas para a revolução elétrica?

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Como serão as cidades do futuro? Hoje, poucos urbanistas teriam em mente uma definição arquitetônica do que seria uma cidade do futuro,  por outro lado, certamente confirmariam que seriam mais eletrificadas e conectadas.

Com toda tecnologia embarcada nos veículos elétricos (VE’s), é impossível não pensar em cidades mais inteligentes, com carros, ônibus e caminhões abastecidos por pontos de recarga elétrica. A transição para a mobilidade elétrica já está em curso e terá um papel importante nesse cenário, inclusive contribuindo sobremaneira na redução das emissões de gás carbônico (CO2).

Outra colaboração dos modelos elétricos ou híbridos, será observada na saúde da população. Com menos CO2 no ar, menor será o número de pessoas doentes com problemas respiratórios, por exemplo. Os ônibus, serão mais confortáveis, silenciosos, sem a incômoda vibração dos motores movidos a diesel, e, adeus fumaça escura!

Smart CitysA transição para a mobilidade elétrica já está em curso e terá um papel importante nesse cenário

É fato que nas próximas décadas, haverá uma transição dos modelos a combustão para os eletrificados, de forma cada vez mais acelerada. Segundo a Bloomberg New Energy Finance, até 2040, 30% da frota mundial de veículos leves deve ser elétrica. O mesmo estudo estima que 57% de todas as vendas nas concessionárias serão de elétricos. Nos primeiros nove meses do ano, o total de carros elétricos e híbridos emplacados no Brasil já soma 34,2 mil unidades.

Para um planejamento eficiente, as cidades inteligentes vão precisar se preparar com uma infraestrutura que possa suportar, com folga, as necessidades de carregamento. Os postos de recarga terão que se espalhar para todas as regiões.

Além disso, também será necessário pensar em incorporar nesse “plano diretor” a inclusão de fontes renováveis de matriz energética, como solar e eólica, uma vez que o Brasil desfruta do privilégio de ter sol boa parte do ano e de ventos contínuos em diversas regiões. 

Apesar de ainda não termos uma política pública centralizada por parte do Governo Federal, algumas cidades e estados saíram na frente. É o caso do estado da Bahia, na região Nordeste. Por lá, o governo estadual pretende ter 30% da frota de ônibus da capital, Salvador, na modalidade elétrica. Já no Sul do país, o destaque é o Paraná: primeiro estado a conceder o incentivo de IPVA zero para VE’s.

Essa iniciativa abriu caminho para a ampliação da frota eletrificada. Atualmente, é o terceiro estado com maior frota de carros elétricos e híbridos. O Paraná também se orgulha de ter a primeira e maior eletrovia:  Inaugurada em 2018, ligando o moderno Porto Paranaguá até as Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, permite que os proprietários realizem a recarga de seus veículos em 12 pontos de parada, ao longo da BR-277.

Smart CityChegamos em 2022 com milhares de veículos eletrificados pelo mundo e até carros voadores

No Estado do Paraná, novos pontos de recarga foram instalados em outras rodovias do estado, ampliando a oferta de carregadores em 70% esse ano. Durante a 17ª edição do Veículo Elétrico Latino-Americano 2022, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, conheceu um modelo de ônibus 100% elétrico, que estará entre os modelos escolhidos para a cidade. A prefeitura pretende substituir 20% da sua frota – hoje com cerca de 13 mil ônibus – por modelos de zero emissão de CO2, ou seja, totalmente elétricos.

Chegamos em 2022 com milhares de veículos eletrificados pelo mundo e até carros voadores, e as cidades precisam se preparar para a “revolução elétrica”. Diversos municípios e estados correm contra o tempo buscando criar incentivos financeiros para impulsionar os VE’s, investindo na troca gradativa de suas frotas de ônibus e planejando a expansão dos pontos de recargas, com direito a rodovias eletrificadas.

Algumas montadoras estão alguns passos à frente. Um bom exemplo é a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) que fabrica o caminhão E-Delivery, primeiro veículo 100% elétrico produzido na América Latina. Toda tecnologia embarcada no veículo busca reduzir a dependência do fator humano para a condução com segurança. Com 16 modos de controle para reduzir o consumo energético, o motor desse modelo dispensa o uso de câmbio. Outro diferencial, é que o E-Delivery possui conectividade com a central para solicitar apoio e manutenção preventiva. 

A Indigo Brasil, uma das líderes em administração e gestão de estacionamentos e serviços de mobilidade urbana do país, terá, até o fim de 2025, um total de 700 pontos de recarga para veículos elétricos em funcionamento, em locais como hospitais, shoppings e aeroportos, edifícios comerciais, concessões públicas, entre outros.

A maior parte das novas estações de recarga estará concentrada nas regiões Sudeste e Sul, em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, mas há expectativa também de levar o serviço para outros locais.

O ecossistema elétrico está em constante evolução! Para chegarmos a uma Smart City eficiente é necessário um programa de transporte sustentável que envolva também empresas do setor de geração de energia limpa, sistema de carregamento e do ciclo de vida das baterias, além de uma infraestrutura energética que possa suprir a demanda.

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