Ar-condicionado pode economizar energia com água do fundo do mar

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Imagem: Julian David Hunt et al.

Com temperaturas médias cada vez mais altas no mundo, equipes de engenheiros de várias universidades brasileiras estão propondo uma solução inédita para atender às crescentes necessidades de ar-condicionado nas quentes cidades litorâneas: utilizar a água fria do fundo do mar para reduzir os custos de energia.

Num artigo divulgado hoje (20) no site Inovação Tecnológica, a equipe liderada pelo professor Dorel Soares Ramos, da USP (Universidade de Saulo) explica que o conceito de ar-condicionado com água do mar (ACAM) consiste no bombeamento de águas marinhas de profundidades entre 700 e 1.200 metros, com temperaturas entre 3 e 5ºC, para usinas na costa.

A água do mar é bombeada em alta velocidade para as cargas de resfriamento das usinas, onde ocorre a troca de calor, e ela retorna mais aquecida de volta para o oceano.

Funcionamento do sistema ACAM (Fonte: Julian David Hunt et al./Divulgação)Funcionamento do sistema ACAM (Fonte: Julian David Hunt et al./Divulgação)Fonte:  Julian David Hunt et al. 

Vantagens e desvantagens

A nova tecnologia é indicada para regiões intertropicais, onde a demanda por refrigeração se mantém alta durante todo o ano, e ideal para ser implementada em ilhas com distâncias curtas entre a costa e o mar profundo. No caso de cidades localizadas no continente, quanto menor for a plataforma continental, menores serão os custos.

O sistema ACAM também apresenta algumas vantagens ambientais, como sua confiabilidade como fonte renovável não-intermitente de resfriamento, a redução das emissões de gases de efeito estufa dos processos de refrigeração convencional, bem como a redução do consumo de água.

Os pesquisadores também propõem o funcionamento combinado entre o ACAM e plantas de liquefação de hidrogênio, onde a nova tecnologia poderia ajudar a reduzir o consumo de energia no processo de liquefazer o hidrogênio em até 10%.

No entanto, apesar das inúmeras vantagens, os cientistas alertam sobre o cuidado que se deve ter com o retorno da água aquecida de volta para o mar, de forma que não cause impactos na vida selvagem costeira.

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