Novas imprecisões em sensores da Tesla reacendem debate sobre segurança

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O debate acerca da segurança de veículos autônomos eventualmente é reacendido por novas evidências de falhas e imprecisões. A Tesla, embora seu sistema Autopilot (piloto automático) não descarte a presença de um condutor, acabou se tornando o um dos principais objetos de estudo, justificado pela popularidade dos modelos da fabricante. Dessa vez, novas experiências do laboratório Tencent Keen Security apresentaram novas imperfeições descobertas nos luxuosos carros da montadora americana.

Sensores e a segurança dos modelos Tesla foram postos à prova. O primeiro dos testes foi para os sensores climáticos que, em um cenário montado pelos cientistas — um espaço confinado e uma televisão — foi facilmente enganado e os limpadores de para-brisa foram acionados.

Outro experimento destacou ainda mais as imperfeições do sistema: com algumas “sinalizações falsas”, cientistas conseguiram fazer com que o carro acreditasse que havia uma faixa para a esquerda e mudasse de pista, indo para a contramão. Erro que, caso a presença de um condutor não fosse exigida, certamente causaria algum acidente.

“[...] nós nunca tivemos um único cliente sequer afetado pelos problemas relatados.”.

Em defesa da Tesla, as situações que seus veículos foram colocados não acontecem com uso normal. Segundo a montadora, as circunstâncias dos experimentos exploraram deficiências muito incomuns, além disso, motoristas poderiam e deveriam intervir em casos de erro.

(Imagem: Reprodução/Mashable)

A tecnologia da Tesla é única em alguns aspectos. O sistema deles conta com sensores ultrassônicos, câmeras e radares; ademais, atualmente, ainda é necessário a presença de um condutor atento ao volante. A montadora alega que os sensores presentes no carro são o suficiente para garantir autonomia completa. No entanto, especialistas não concordam totalmente com essa afirmação e os experimentos realizados pelo laboratório reforçam as inseguranças dos consumidores e estudiosos.

Explorando o brechas

Além de enganar os sensores, os cientistas também tiraram proveito de brechas na segurança do sistema de direção e controlaram o carro utilizando os botões direcionais do que parecia ser um controle de Xbox 360.

Neste caso, a Tesla ressalta que essa falha já foi corrigida em atualizações lançadas em 2017 e 2018. Além disso, a fabricante diz: “Em todos esses anos que temos carros nas ruas, nós nunca tivemos um único cliente sequer afetado pelos problemas relatados.”.

Aperfeiçoar a tecnologia, manter a responsabilidade

O sistema da Tesla, como já dito, exige a presença e a atenção de um condutor. Para isso, emite sons de notificação ocasionalmente para segurar o volante com as duas mãos, caso contrário, o piloto automático se desliga até o fim da viagem. Embora pareça eficaz, essa verificação não é eficiente em todos os casos.

"[...] atribuir a culpa somente ao piloto automático desses carros é ignorar falhas humanas que, eventualmente, podem acontecer.".

Em uma rápida pesquisa na internet é possível encontrar dispositivos capazes de burlar os sensores presentes no volante (apelidados de “Autopilot buddy”), falha que também podia ser explorada com o uso de uma laranja (ou fruta do mesmo tamanho). Portanto, a culpa nem sempre deve ser atribuída ao veículo e a fabricante, como foi o caso do motorista de um Tesla Model X flagrado dormindo em uma rodovia próxima de Las Vegas.

https://youtu.be/rOST5S06F-o

Demonstração do uso da laranja para burlar a verificação (Fonte: Tesla Reporter)

Nesse caso, a infração resultou apenas em uma multa. No entanto, a irresponsabilidade ao volante pode resultar em acidentes graves, exemplo disso foi a fatalidade envolvendo outro motorista, Walter Huang, vítima de um acidente enquanto utilizava o piloto automático e o mais recente caso do rapaz da Flórida, que também sofreu um acidente fatal enquanto estava a 180 km/h em uma via de 48 km/h.

Por fim, atribuir a culpa somente ao piloto automático desses carros é ignorar falhas humanas que, eventualmente, acontecem — propositais ou não. Entretanto, os sistemas que conduzem esses veículos ainda precisam de aprimoramentos para garantir uma viagem totalmente segura aos passageiros. Até lá, os donos dos luxuosos Tesla precisam entender a responsabilidade de estar atrás do volante mesmo quando o piloto automático assume o controle.

Será que estamos realmente prontos para carros autônomos? Comente abaixo sobre o que pensa sobre o assunto.

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