Carro autônomo da Uber que matou ciclista “não foi programado para frear”

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Imagem: autoevolution

O carro semiautônomo da Uber que se envolveu em um acidente fatal há cerca de dois meses chegou a identificar sua vítima — uma ciclista chamada Elaine Herzberg — seis segundos antes da batida, de acordo com a investigação de um órgão de trânsito federal dos Estados Unidos. O sistema autônomo do carro, contudo, não estava programado para frear nessas situações.

A responsabilidade de frear emergencialmente era da motorista de segurança

De acordo com a investigação, a Uber teria desativado a possibilidade de frear deliberadamente para que o veículo pudesse trafegar sem interrupções desnecessárias. Nesses casos, a responsabilidade de frear emergencialmente era da motorista de segurança, que monitorava as atividades do veículo.

Essa pessoa, contudo, só agiu quando já era tarde demais. Um segundo antes da batida, a motorista tentou desviar da ciclista que empurrava sua bicicleta e só freou um segundo depois de ter atingido fatalmente a vítima. O carro, por sua vez, teve dificuldade em identificar Herzberg na estrada. Enquanto ela atravessava, os metadados do veículo indicavam que o sistema chegou a classificá-la como “objeto desconhecido”, depois como um “veículo” e, por fim, como uma “bicicleta”.

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Apesar de o sistema semiautônomo ter identificado a presença da vítima na estrada seis segundos antes da fatalidade, nenhum tipo de aviso foi emitido para a motorista de segurança prestar atenção na estrada. As filmagens do interior do veículo mostram que essa pessoa estava constantemente abaixando e levantando a cabeça. O órgão federal de trânsito vai investigar os smartphones dela para verificar se havia uma atenção dividida no momento do acidente. A motorista, contudo, afirma que estava simplesmente monitorando a interface do sistema autônomo do carro, essencialmente fazendo seu trabalho.

Em sua própria investigação, o Uber determinou que de fato seu sistema identificou a ciclista, mas não foi capaz de reagir a tempo de evitar o acidente. A empresa afirma que vai colaborar com a investigação do órgão de trânsito e implementar todas as mudanças requeridas antes de voltar a testar seus carros em vias públicas.

Apesar dessas informações já terem sido publicadas, ainda não foi finalizada a investigação que vai atribuir culpa a alguma das partes: a Uber, a motorista ou a ciclista. Testes toxicológico chegaram a indicar que a vítima poderia estar sobre efeitos de metanfetamina e maconha.

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