Diretor do MIT apresenta projeto de mapeamento de problemas em favelas do RJ

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Casalegno apresentou projetos desenvolvidos por sua equipe no MIT (Fonte da imagem: Tecmundo/Baixaki)

Durante sua fala no fórum InfoTrends 2012, que acontece hoje (21), em São Paulo, o diretor do Laboratório de Experiência Móvel do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Federico Casalegno, apresentou alguns projetos conduzidos por sua equipe e que têm a mobilidade e o fator social como pilares fundamentais.

Entre eles, destaca-se o Rio Youth Mapping, programa realizado em parceria com a Unicef e que disponibiliza smartphones e internet para que jovens de comunidades cariocas possam mapear problemas ambientais enfrentados pelos moradores da região em que vivem. A ideia é que esse material sirva de informação oficial e atualizada de regiões cuja geografia é pouco conhecida ou documentada com imagens desatualizadas de satélites.

Para a tarefa, jovens foram treinados para usar celulares com GPS e capturar fotografias e vídeo com geotag. Imagens aéreas, que exigiriam o uso de equipamentos mais caros, como helicópteros, foram improvisadas com a ajuda de pipas e balões, que levaram os equipamentos para o alto.

O mapa criado por esse projeto pode ser consultado na internet e, principalmente, servir como argumento para que a comunidade possa cobrar soluções do governo, além de mostrar para a Unicef e para o mundo a situação atual da região.

Ridelink: evitando acidentes

Outro projeto curioso desenvolvido pela equipe de Casalegno usou as tecnologias móveis para aproximar os jovens da província de Bréscia à campanha do governo local que visava diminuir os acidentes automobilísticos causados pelo consumo de álcool.

Ao usar viaturas policiais pra aconselhar os jovens que saíam para a “balada”, o governo percebeu que a mensagem não estava se espalhando como devia. Portanto, o MIT ajudou os responsáveis a remodelar esse projeto tão importante. Em vez de oficiais uniformizados, foi implantada uma rede social pela qual é possível encontrar caronas fornecidas por voluntários sóbrios.

Os cadastrados no programa Ridelink usam um bracelete capaz de realizar o teste do bafômetro e, ao constatar que passaram da conta, eles podem pedir ajuda na rede social por meio de seus celulares. Mas não é só isso. A pessoa responsável por ceder a carona também precisa passar pelo bafômetro antes de se dispôr a ajudar, o que torna o sistema mais confiável.

Durante o período de testes, o projeto também foi expandido para começar a atender outros casos, como pessoas idosas ou com problemas de locomoção e que não podiam sair de casa para fazer compras. A tecnologia foi usada como forma de criar confiança e colaboração entre os cidadãos da província.

Objetos inteligentes

Que tal uma tábua de cortar legumes que se comunica com um tablet? Esse foi o projeto desenvolvido durante uma maratona organizada pelo laboratório dirigido por Casalegno. Já que cozinhar e consultar simultaneamente um dispositivo touchscreen pode causar alguns contratempos, a solução encontrada foi modificar o utensílio doméstico.

Para isso, sensores instalados na tábua e na faca ajudam não apenas a avançar as etapas da receita, mas também a estimar quanto de uma cebola, por exemplo, ainda falta ser picada. Esse tipo de interação evitaria a presença de marcas de dedos sujos na tela do gadget.

Casalegno explicou que a comunicação entre objetos do cotidiano já é uma realidade e que dominamos essa tecnologia, porém ainda estamos encontrando os modelos de negócio e aplicação dessas ideias, para que essas maravilhas se tornem mais presentes em nossas vidas.

Casa experimental une tecnologia e ecologia

Ainda em andamento, este é, provavelmente, um dos projetos mais ambiciosos do laboratório do MIT. A Green Home Alliance é um programa desenvolvido em parceria com a Fondazione Bruno Kessler para imaginar e desenvolver uma casa experimental e em tamanho real na Itália, combinando técnicas de arquitetura sustentável, uso inteligente de energia, sustentabilidade e tecnologia.

Essa residência seria capaz, por exemplo, de identificar que o morador está lendo no escritório e, com isso, apagar automaticamente as luzes de outros cômodos, já que os sensores não estão detectando movimentos. Além disso, as janelas também ajustam a transparência automaticamente, de acordo com a luminosidade do ambiente.

Futuro de apps e celulares

Para Casalegno, os smartphones e seus aplicativos são usados, basicamente, como forma de comunicação. Mas, no futuro, ele acredita que será explorada também a mineração de dados, ou seja, a possibilidade de extrairmos informações relevantes por meio das informações que são armazenadas diariamente nesses dispositivos.

Seria possível, por exemplo, detectar a epidemia de uma doença em determinado bairro, pelo simples uso que os moradores daquela região podem estar fazendo de seus celulares. Isso ajudaria a alertar outros moradores sobre a ameaça.

Pelo visto, mais do que uma "máquina de jogar Andry Birds", tablets e smartphones podem se tornar ferramentas essenciais em um futuro próximo.

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