E se Star Wars respeitasse as Leis da Robótica de Asimov?

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Imagem: Disney/Rerpoduação
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Isaac Asimov foi um dos mais importantes escritores de ficção científica de todos os tempos. Além disso, ele também foi um dos mais visionários, tendo “previsto” diversos avanços tecnológicos que hoje são realidades. Na literatura, Asimov foi o responsável por introduzir vários conceitos, como as Leis da Robótica, dentro de suas histórias que se tornaram cada vez mais comuns.

A ideia de um império galáctico, por exemplo, surgiu com a sua mais importante saga publicada entre 1951 e 1953: Fundação. Outro elemento importante e comum em seus livros e contos são os robôs. Mesmo não tendo sido criação de Asimov, foi ele quem desenvolveu a ideia da robótica na literatura, dando mais profundidade e relevância para esses seres mecânicos.

Isaac Asimov em 1984. (Fonte: El Pais/Reprodução)

Esses dois conceitos foram extremamente importantes para o futuro da ficção científica. Desde Asimov, eles passaram a ser cada vez mais comuns no gênero; um dos melhores exemplos disso está em Star Wars, que une muito bem as ideias de império intergalático e robótica em uma das mais icônicas franquias da ficção científica, do cinema e do entretenimento.

Isso porque a história criada por George Lucas mistura inúmeros elementos, sendo que dois deles são um império galáctico e robôs — esta segunda influência chegou apenas parcialmente a Star Wars.

As 3 Leis da Robótica de Isaac Asimov

O robô Andrew (Robin Williams) apresentando as três leis no filme O Homem Bicentenário (1999). (Fonte: IMDb/Reprodução)

Em 1942, Asimov publicou o conto Círculo Vicioso (Runaround), na Astounding Science Fiction, uma das mais importantes revistas de ficção científica entre as décadas de 1930 e 1940. Nesse conto — depois publicado no livro Eu, Robô, de 1950 —, Asimov introduz as chamadas 3 Leis da Robótica. O objetivo dele era oferecer um novo elemento para os androides da ficção, como uma condição essencial para a convivência dos robôs com nós, humanos.

Elas também deveriam garantir que as inteligências artificiais não se tornassem uma ameaça para a humanidade, como acontece na franquia O Exterminador do Futuro, por exemplo. Confira o que diziam exatamente as Leis da Robótica de Isaac Asimov:

  • 1ª lei da Robótica: um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
  • 2ª lei da Robótica: um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei.
  • 3ª lei da Robótica: um robô deve proteger a própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e a Segunda Leis.

Mais tarde, Asimov adicionou a chamada Lei Zero, que deveria se sobrepor às demais, no livro Os Robôs do Amanhecer.

  • Lei Zero da Robótica: um robô não pode fazer mal à humanidade nem, por inação, permitir que ela sofra algum mal.

E como ficaria Star Wars se respeitasse as Leis da Robótica?

C3PO e R2D2. (Fonte: Disney/Divulgação)

Isso nos leva de volta a saga de George Lucas. Considerando os nove filmes principais de Star Wars e todos os spin-offs, não faltam exemplos de robôs ou droids com a capacidade de ferir e matar seres humanos. Isso acontece, porque diferente das ideias de Asimov, em Star Wars cada droid é criado com uma função e, para facilitar, eles foram divididos em cinco classes diferentes.

Droids de Primeira Classe em Star Wars

Habilidosos em Matemática, Física e Medicina. Exemplos dessa classe são o droid de análise JN-66, que apareceu em Star Wars: Ataque dos Clones, e o droide médico da série 2-1B, que apareceu em diversos filmes, como Star Wars: A Vingança dos Sith e em Solo: A Star Wars Story, além da série Star Wars: The Clone Wars.

JN-66 (esq.) e 2-1B (dir.). (Fonte: Disney/Divulgação)

Droids de Segunda Classe em Star Wars

São droids especializados em Engenharia e Ciências Técnicas. Tanto o R2-D2 quanto o BB-8 pertencem a essa classe.

BB-8 e R2-D2. (Fonte: Disney/Divulgação)

Droids de Terceira Classe em Star Wars

Esses robôs são especializados em Ciências Sociais e Funções de Serviço. É aqui que está o C-3PO, por exemplo.

C-3PO com Luke Skywalker em Star Wars: Uma Nova Esperança. (Fonte:IMDb/Reprodução)

Droids de Quarta Classe em Star Wars

Qualificados em funções militares e de segurança. Os exemplos mais conhecidos são o droid de segurança da série KX, que aparece em Rogue One: A Star Wars Story e o droid de batalha B1, que apareceu em vários filmes, séries, livros e jogos, mas seu principal destaque é em Star Wars: The Clone Wars.

B1 (esq.) e K-2SO (dir.). (Fonte: Disney/Divulgação)

Droids de Quinta Classe em Star Wars

São programados para trabalhos manual e intensivos que não exigem um alto nível de inteligência. Existem vários exemplos dessa classe, e os mais conhecidos são os da série GNK, que já apareceram em Uma Nova Esperança, Rogue One, The Clone Wars e Rebels.

Droid Gonk. (Fonte: Disney/Divulgação)

Desses todos, são os droids da quarta classe de Star Wars os que mais sofreriam com as 3 leis da Robótica de Isaac Asimov. Porém, é importante lembrar que o R2-D2 e o BB-8 já feriram seres humanos em alguns momentos da franquia, além de algumas vezes não obedecerem às ordens que recebem. Então, o que exatamente mudaria nos filmes caso eles fossem fiéis às Leis da Robótica?

As Guerras Clônicas

Esse certamente foi o principal evento a contar com apoio massivo de droids. De um lado, o Grande Exército da República era composto de soldados-clones criados em segredo pelos Sith. Do outro, os Separatistas utilizaram um exército de droides B1, liderados pelo Lorde Sith Conde Dookan e pelo General Grievous.

Uma parte fundamental da resistência dos Separatistas só aconteceu pelo tamanho do exército de droids B1. Mesmo sendo modelos simples, eles eram de uma linha de montagem rápida, o que garantiu uma frota enorme durante toda a Guerra. Se a franquia fosse de acordo com as Leis da Robótica, a República teria vencido muito antes e certamente um dos eventos mais importantes de Star Wars não teria acontecido.

Rogue One

No primeiro spin-off da "era Disney" de Star Wars, o droid K-2SO tem papel fundamental para que a equipe consiga se infiltrar na base do Império e consiga roubar os dados da Estrela da Morte. Contudo, é no clímax do filme que as 3 Leis da Robótica teriam feito toda a diferença na história.

O K-2SO decide ficar em uma sala de controle para atrasar os guardas e permitir que Jyn Erso e Cassian Andor consigam concluir o plano. Para isso, além de ele matar várias pessoas, entrando em conflito com a Primeira Lei de Asimov, ele aceita a missão que acabou com a própria existência, indo contra a Terceira Lei.

Mandalorian

IG-11 em The Mandalorian. (Fonte: IMDb/Reprodução)

Na série The Mandalorian do Disney +, enquanto o Mandaloriano interpretado por Pedro Pascal está indo até o local onde está o Grogu (o Baby Yoda), ele conta com a ajuda do droid caçador de recompensas, o IG-11. Após encontrar o Baby Yoda, o droid ajuda o Mandaloriano a escapar, atirando em vários Stormtroopers. Portanto, aqui estamos considerando que as 3 leis da Robótica não se aplicariam a alienígenas.

A franquia Star Wars é gigantesca, por isso existem vários momentos em que algum robô agrediu seres humanos, recusou-se a obedecer ordens de humanos — o R2-D2, por exemplo, não obedeceu Luke Skywalker em diversos momentos — ou não protegeu a si mesmo.

Mesmo sabendo que cada universo cria a própria regra, e que em Star Wars existem droids feitos para a guerra e a defesa de pessoas importantes, é interessante imaginar como o universo teria sido diferente, caso George Lucas tivesse seguido todas as regras criadas por Isaac Asimov para os robôs.

Imagem: Assista The Mandalorian no Disney Plus
Imagem: Tecmundo Recomenda

Assista The Mandalorian no Disney Plus

A série do universo Star Wars está em sua terceira temporada, com personagens icônicos como The Child (baby Yoda) e o Mandaloriano.

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