Aquecimento Guerra Infinita: O Visionário, a Divindade e o Soldado

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O Universo Cinemático da Marvel, popularmente chamado como MCU, é hoje um dos maiores sucessos das telonas. São 10 anos lançandoblockbusters que também se tornaram exemplos para a indústria, que tenta emular a mesma conexão entre longas para construir uma grande franquia de sucesso. Com a chegada de Vingadores: Guerra Infinita, é esperado que um grande ciclo do estúdio termine, concluindo um arco narrativo moldado durante uma década, o que pode ser o adeus de três personagens que se tornaram os alicerces dessas histórias: Homem de Ferro, Thor e Capitão América.

O Visionário

Quando o primeiro Homem de Ferro chegou aos cinemas, não existiam altas expectativas para o longa, afinal o personagem tinha sua relevância nos quadrinhos, mas nunca foi tão popular quanto outros heróis da editora, como Homem-Aranha e X-Men. Isso fazia com que a produção tivesse ar de aposta de risco, algo que o Kevin Feige, hoje presidente da Marvel Studios, acreditava que daria certo desde o início. Ver Robert Downey Jr. dando vida ao Tony Stark foi a união perfeita: o ator conseguia retomar sua carreira com uma performance marcante, e o estúdio transformava o herói no grande nome de um universo que estava ainda engatinhando.

O público acompanhou o inventor bilionário a partir de seus momentos de playboy descompromissado com o mundo que só desejava festa, mulheres e poder, algo que começa a mudar depois que ele é raptado pelos Dez Anéis. Essa alteração de comportamento é a fagulha que torna Tony Stark o herói Homem de Ferro, mas não é basicamente o que o define. Ele busca esse aprimoramento para suas armaduras da mesma forma que tenta alimentar o próprio ego, algo que fica mais claro quando a sequência solo do personagem embarca na exposição que ele realiza e mostra os problemas de alcoolismo dele.

Enquanto naquele ponto Tony Stark se recusava veementemente a trabalhar junto ao governo norte-americano, a passagem de tempo o tornou mais responsável com suas próprias atitudes. Ele enxergou como suas decisões poderiam ser diferentes do caminho que tomava, ainda mais depois que Ultron se tornou uma ameaça global e quando o Tratado de Sokovia foi aprovado, colocando sua perspectiva ainda mais em conflito com o amigo Steve Rogers. Sua visão mais preocupada do mundo é algo que ganha mais força quando ele deseja ajudar Peter Parker, mostrando o ápice de sua mudança pessoal.

Se Tony Stark criou crises de pânico depois de atravessar o buraco de minhoca e salvar Nova York, Guerra Infinita tende a colocar o personagem numa situação mais complexa. A chegada de Thanos (Josh Brolin), ter que se aliar aos Guardiões da Galáxia e entender as habilidades do Doutor Estranho enquanto enfrenta uma ameaça maior do que os Chitauri colocam o vingador numa posição inédita, o que pode ser o caminho para aquela visão amedrontadora dos seus companheiros de equipe derrotados.

A Divindade

Enquanto os longas protagonizados por Tony Stark são muito mais realistas, as histórias do Deus do Trovão fugiam completamente daquilo. Isso fica claro desde seus minutos iniciais com Odin (Anthnoy Hopkins) contando uma jornada épica e apresentando a mitologia asgardiana. A trama de apresentação do Thor ainda usava um estilo shakespeariano, o que pode soar um tanto quanto dramático e fora da nossa realidade, tornando as cenas dele na Terra com o grupo da Jane Foster tão importantes.

Se no começo o guerreiro asgardiano estava perdido por sua própria visão da glória de combate, Thor teve uma evolução muito mais inconstante do que a de Tony Stark. Mesmo que tenha se tornado realmente digno após sua jornada por Midgard, o Deus do Trovão ainda tinha pendências com Loki (Tom Hiddleston), o maior acerto de elenco para vilões do MCU, e sua inevitável necessidade de proteger Asgard, algo que ganharia uma escala fora de controle com a ameaça de Hela (Cate Blanchett).

Um dos motivos disso são as mudanças constantes dos diretores por trás dos longas do Deus do Trovão. Enquanto o primeiro é mais dramático, o segundo aborda um tom sombrio, e a trilogia finaliza com uma comédia. Parte dessas mudanças são as dificuldades de trabalhar o herói no mesmo tom, além do talento natural de Chris Hemsworth para a comédia. Em Guerra Infinita, o personagem se encontra nessa relação mista de climas: atacado pela grandiosa nave de Thanos, assim como todos os sobreviventes do seu povo, e posteriormente ao lado dos divertidos Guardiões da Galáxia.

O Soldado

Chris Evans já havia dado vida ao Tocha Humana em duas produções do Quarteto Fantástico, o que gerava muita dúvida sobre o potencial do ator para o papel de Capitão América. Hoje, é difícil apontar outro ator do elenco do MCU que tenha evoluído tanto em suas atuações, ainda mais ao interpretar um personagem que defende as cores de uma nação e seja visto como alguém idealista demais.

Entretanto, essa personalidade no início inocente e sempre em busca da liberdade humana fez com que Steve Rogers fugisse dos problemas de personalidade que eram vitais para introduzir Tony Stark, Thor e Doutor Estranho. Em nenhum momento, as dificuldades dele são maiores do que a ameaça da história, suas dores seguem em segundo plano, como se ele aguentasse o tranco porque precisa resolver algo que coloca a vida dos outros em perigo. O soldado viu seu melhor amigo morrer em guerra, retornar lobotomizado como terrorista e ainda enterrou Peggy Carter, seu amor do passado. Tudo isso enquanto salvava milhões.

Esse senso de urgência nas histórias do Capitão América sempre o colocaram como alguém muito sério, o que facilitou ainda mais a transição de tornar o herói o real líder dos Vingadores, mesmo que Tony Stark seja quem nomeia a equipe e o personagem principal do MCU. Em Guerra Infinita, o herói não se considera mais o vigilante de outrora, então abandona a alcunha de Capitão América e se torna o Nômade, devido aos problemas gerados em Guerra Civil. Há muita expectativa quanto ao que deve acontecer com Steve Rogers no ataque de Thanos à Terra, principalmente porque há rumores de que Vingadores 4 seja o suposto adeus de Chris Evans aos filmes do MCU.

Tony Stark, Steve Rogers e Thor são alicerces do início do MCU e mantiveram suas relevâncias ao decorrer das produções do estúdio, seja pelos conflitos básicos que envolveram esses heróis ou na expansão do Universo Marvel nas telonas. Guerra Infinita eVingadores 4 devem mudar totalmente o que há do envolvimento desses personagens e provavelmente iniciar a despedida de alguns deles dessas histórias, passando o bastão para a nova geração de protagonistas do estúdio, como Pantera Negra, Homem-Aranha e Capitã Marvel.

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Este texto foi escrito por Gustavo Rodrigues via n-Experts.

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