A Temu está sendo alvo de um processo nos Estados Unidos em que é acusada de atuar como um “malware perigoso”, roubando dados dos usuários que baixam o app de compras. A ação foi aberta pelo procurador-geral do estado do Arkansas, Tim Griffin, na terça-feira (25).
De acordo com ele, a loja online de origem chinesa foi projetada para ter acesso irrestrito ao sistema operacional dos smartphones, sendo capaz de modificar as configurações de privacidade de dados, coletar as informações e monetizá-las. Dessa forma, funcionaria como um malware ou spyware.
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O app da Temu estaria acessando dados dos usuários mesmo sem o consentimento deles, segundo a ação.Fonte: Getty Images/Reprodução
“A Temu não é um mercado online como a Amazon ou o Walmart. É um negócio de roubo de dados que vende produtos online como um meio para atingir um fim”, acusou Griffin. Esse tipo de ação consiste na violação da lei estadual contra práticas comerciais enganosas, conforme o procurador.
Lançado recentemente no Brasil, o app de e-commerce está entre os mais baixados da App Store e da Play Store. A loja que vende de tudo pertence à PDD Holdings, atualmente sediada na Irlanda e que também é responsável pela Pinduoduo, plataforma de compras online bastante popular na China.
Mais acusações de espionagem
O processo contra a Temu nos EUA também cita as acusações de espionagem contra o app da Pinduoduo, que chegou a ser suspenso da loja oficial do Android em 2023. No documento há, ainda, menção às preocupações da Apple em relação aos padrões de transparência de segurança de dados da empresa.
Para o procurador do Arkansas, o app da Temu é ainda mais perigoso que o da Pinduoduo. Suas alegações são baseadas em um relatório da Grizzly Research, do ano passado, no qual o aplicativo é apontado como capaz de hackear celulares para permitir o acesso a dados além do necessário para o seu funcionamento.
A ação pede que a empresa seja proibida de continuar a “prática enganosa” e que o governo dos EUA imponha penalidades à gigante do comércio eletrônico.
Outro lado
Em contato com o TecMundo, um porta-voz da Temu disse que a decisão surpreende e desaponta a empresa. Confira, abaixo, a íntegra do posicionamento da marca:
"Estamos surpresos e desapontados com o fato do Gabinete do Procurador-Geral do Arkansas (EUA) ter instaurado uma ação judicial sem qualquer apuração independente dos fatos.
As alegações da ação judicial baseiam-se em informações equivocadas que circulam na internet, originadas de uma venda a descoberto (short-seller), e são totalmente infundadas. Negamos categoricamente as acusações e nos defenderemos de forma enérgica.
Compreendemos que, sendo uma empresa nova com um modelo de venda inovador, algumas pessoas podem nos interpretar erroneamente. Estamos empenhados em alcançar o longo prazo dos nossos negócios e acreditamos que a apuração dos fatos beneficiará nosso desenvolvimento.
Estamos confiantes de que as nossas ações e contribuições para a comunidade falarão por si ao longo do tempo."
*Matéria atualizada em 28/06/2024, às 12h24, com o posicionamento da Temu.
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