Como mulher, viajante e empreendedora, tenho vivenciado as surpreendentes semelhanças entre explorar novos destinos e gerir um negócio de tecnologia. No início de minha empresa, tinha um incômodo com a ideia de deixar de viajar pelo mundo na mesma frequência de antes para fixar em uma nova viagem, a de empreender.
Com o tempo e a experiência, comecei a entender o que esses dois mundos têm em comum e o porquê da escolha diária de seguir nessas estradas.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
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Paixão pelo desconhecido
A paixão e o frio na barriga que o desconhecido oferece, são fontes de energia para seguir o caminho, tanto na viagem quanto no empreendedorismo. Nada se compara com a adrenalina de conhecer e explorar o que está apenas no imaginário ou nas histórias de outras vivências.
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Nas duas experiências, quem ousa seguir o caminho é movido por um desejo intrínseco de explorar territórios não mapeados e enfrentar desafios inéditos: empreendendo isso se reflete a crescer um time, começar uma nova frente, lançar novo produto, alcançar um novo mercado; já na viagem isso se traduz a conhecer uma nova cultura, conectar com pessoas diversas, comidas nunca antes experimentadas, experiências novas.
Predisposição para assumir riscos
Empreender e viajar são atividades que exigem sair da zona de conforto, sem dúvidas. No contexto do empreendedorismo, assumir riscos é fundamental. Lançar um novo produto, entrar em um mercado não testado, ou investir em uma tecnologia emergente são decisões que carregam potenciais recompensas significativas, mas também riscos substanciais e crises não imagináveis a princípio. Esses riscos são escolhidos na esperança de alcançar sucesso e inovação, o que pode diferenciar uma empresa de seus concorrentes.
Olhando para uma rotina de viajantes, as viagens contam com seu próprio grupo de incertezas, seja na escolha de destinos menos explorados, experimentar atividades desafiadoras ou simplesmente o mergulho em culturas totalmente diferentes, com outras crenças, idiomas e culinárias.
Em ambos os caminhos, a disposição para enfrentar riscos está frequentemente ligada a uma visão de crescimento, descoberta e aprendizado constante.
Poder de adaptação e resiliência
Tanto em viagens quanto no empreendedorismo, o planejamento inicial é crucial. Definir um destino ou meta, como chegar lá e o que fazer para atingir os objetivos, orienta todas as etapas subsequentes. No entanto, a capacidade de adaptação e resiliência são igualmente - ou mais - importantes. Nos dois caminhos, só se tem uma certeza: nem tudo está sob nosso controle.
Do mesmo modo que planejamos uma viagem de férias nos mínimos detalhes, precisamos ter os mesmo cuidados na hora de empreender.Fonte: Getty Images
As adversidades acontecem e somos convidados a mudar os planos. Assim como um voo cancelado pode exigir uma mudança rápida de planos, o mundo dos negócios é repleto de imprevistos que demandam flexibilidade e muita resiliência.
Gestão de recursos
Seja gerenciando o orçamento de uma viagem ou o capital de uma empresa de tecnologia, a habilidade de fazer mais com menos é fundamental. Aprender a otimizar recursos limitados em viagens me ajudou a entender a importância de uma gestão financeira eficiente e a tomar decisões estratégicas sobre onde investir no mundo dos negócios.
Em ambos os cenários, a habilidade de gerir recursos com eficácia não só garante uma operação mais suave e menos estressante, mas também potencializa as oportunidades para alcançar objetivos maiores, sejam eles de crescimento de negócios ou de enriquecimento pessoal através de viagens.
Curtir o caminho
A viagem nunca é apenas sobre um pequeno instante dela, como a chegada no local. A viagem é feita de cada segundo vivido e aproveitada dela, os percursos, o tempo colocado em alguma atividade, as conexões criadas no caminho. Assim como o lema de "curtir o caminho" fica muito claro em uma experiência como viajante, assim deve ser na experiência de empreender.
O resultado não está na meta atingida em si, mas nos aprendizados gerados no caminho, no crescimento, nas conexões e na saúde das relações construídas durante a jornada.
Essas experiências cruzadas não apenas enriquecem minha vida pessoal e profissional, mas também continuam a me ensinar lições valiosas sobre como navegar no mundo com curiosidade, determinação e abertura para o novo. Em ambas as estradas, seja nas trilhas desconhecidas pelo mundo ou no tumultuado caminho do empreendedorismo, a jornada é, definitivamente, tão gratificante quanto o destino.