A Câmara dos Deputados vai investigar a 123 Milhas por causa da suspensão dos pacotes de viagens da linha Promo. A empresa será investigada no escopo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras.
Ontem (23), o colegiado da CPI aprovou a convocação de Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, sócios e administradores da companhia, e também da Novum Investimentos Participações S/A, cuja representante é Cristiane Soares Madureira.
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Além da convocação, os parlamentares aprovaram a quebra do sigilo bancário de Ramiro, Augusto e Cristiane.
Os deputados querem saber toda a movimentação financeira dos donos e sócios da 123 Milhas após o cancelamento das viagens. (Imagem: Chalabala/Getty Images)
O deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), autor do requerimento aprovado, afirmou que há uma preocupação de que a 123 Milhas possa aplicar um esquema de pirâmide na venda de passagens promocionais.
“Da forma como foi apresentado pela empresa, a venda dos pacotes de viagem era feita sem que houvesse qualquer compromisso de arcar com a responsabilidade junto a seus clientes”, argumentou.
Ricardo Silva (PSD-SP), que é o deputado relator da CPI das Pirâmides Financeiras, afirmou que o modelo econômico da empresa precisa ser investigado. “Vendiam passagens que custavam R$ 5 mil por R$ 1 mil com antecedência”, chegou a dizer Silva.
Cancelamentos
A 123 Milhas pegou clientes de surpresa na última sexta-feira (18) quando comunicou que todas as passagens e pacotes da linha Promo (com datas flexíveis) com previsão de embarque de setembro a dezembro de 2023 haviam sido suspensos.
Segundo a companhia de Belo Horizonte (MG), a decisão deveu-se à “persistência de fatores econômicos e de mercado adversos, entre eles, a alta pressão da demanda por voos, que mantém elevadas as tarifas mesmo em baixa temporada”.
- Veja também: 123 milhas: tive a minha passagem cancelada e agora?
Estamos empenhados em atender todos os nossos clientes, a fim de minimizar os transtornos que possam ter sido gerados.
— 123milhas (@123milhas) August 19, 2023
Agradecemos sua compreensão,
Equipe 123milhas. pic.twitter.com/rq0qPj4eQp
Como ressarcimento, os valores pagos pelos turistas serão devolvidos em vouchers divididos com correção monetária de 150% do CDI. Ou seja, as pessoas não receberão o dinheiro de volta e terão que recorrer à compra de outros serviços oferecidos pela empresa.
A suspensão pode ter afetado milhares de pessoas e, por causa disso, a 123 Milhas entrou na mira de diversas instituições públicas. Além da Câmara dos Deputados, Procon, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério do Turismo e Instituto Brasileiro de Cidadania (Ibraci) estão dentre os órgãos que comunicaram ações contra a empresa de viagens.
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