Advogado que usou ChatGPT tem que se explicar por citações falsas

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Imagem: Getty Images/Reprodução

Um processo comum iniciado em um tribunal de Manhattan, em Nova York, teve um desfecho inesperado na semana passada. Depois que os advogados da empresa ré, a colombiana Avianca, pediram que o juiz arquivasse o caso, os advogados do autor se opuseram, citando seis casos judiciais anteriores que, simplesmente, não existiam, mas haviam sido inventados pelo ChatGPT.

Na ação, um homem chamado Roberto Mata estava processando a companhia aérea por um ferimento supostamente causado por um carrinho de metal durante um embarque para o Aeroporto Internacional Kennedy, nos EUA.

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Para que a Avianca não se safasse do caso, os advogados de Mata citaram uma enxurrada de processos semelhantes que teriam sido favoráveis aos reclamantes, como Martinez v. Delta Air Lines, Zicherman v. Korean Air Lines e Varghese v. China Southern Airlines. No entanto, este último caso levantou suspeitas porque a empresa chinesa descobriu qua as alegações eram baseadas em informações enganosas também forjadas pelo ChatGPT.

O que disseram os advogados?

O ChatGPT confirmou como real um outro caso enganoso do chatbot.O ChatGPT confirmou como real um outro caso enganoso do chatbot.Fonte:  Tribunal de Manhattan/Reprodução 

Descoberta a fraude, o advogado do passageiro, Steven A. Schwartz, reconheceu em um depoimento que havia, sim, usado o chatbot da OpenAI como fonte de pesquisa. Para se certificar da autenticidade dos dados, ele disse que fez o que seria esperado: perguntou à IA se ela estava mentindo.

Confrontado especificamente pelo caso Varghese, o ChatGPT se desculpou pela confusão anterior, mas insistiu que se tratava de um caso real, que estaria disponível nos bancos de dados Westlaw e LexisNexis. Mais tranquilo, o advogado perguntou se os outros casos eram falsos, mas o chatbot garantiu que todos se tratavam de casos reais.

Em novo despacho o juiz do caso, P. Kevin Castel, afirmou que foi presenteado com “uma circunstância sem precedentes”, uma petição legal abarrotada de “decisões judiciais falsas, com citações falsas e citações internas falsas”. Ele marcou uma audiência para 8 de junho para discutir o imbroglio causado pela festejada ferramenta de IA.

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