Conheça os produtos que a Microsoft “matou” nos últimos 30 anos

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Microsoft é uma das principais empresas de tecnologia do mundo, e seus produtos revolucionaram o uso de computadores. A companhia tem um amplo portfólio, que vai desde sistema operacionais e hardwares até soluções de educação. Para se ter uma ideia da importância da empresa, os Windows 10 ou 11 estão presentes em mais de 1,4 bilhão de dispositivos.

Mesmo com toda a participação no mercado, a big tech fundada por Bill Gates resolveu repensar, em 2020, a forma como lança seus produtos. O processo de entrada de cada serviço no mercado era isolado e estava desalinhado com o novo modelo de vendas integrado da Microsoft, que agrupa produtos, dispositivos e serviços em nuvem.

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A estratégia faz parte de uma mudança de mercado. Com a ascensão dos dispositivos móveis e dos serviços baseados em nuvem, o computador se tornou consideravelmente menos essencial. Sob a liderança de Satya Nadella desde 2014, a Microsoft passou a ter um foco em software e serviços de negócios, reduzindo drasticamente os produtos de consumo.

Naturalmente, essa transição provocou a descontinuação de muitas soluções. Somente nos últimos 8 anos, a companhia "matou" cerca de 100 produtos, segundo um levantamento do Version Museum, um museu virtual especializado em tecnologia.

Quando considerado o histórico desde 1992, mais de 300 produtos foram retirados do portfólio da empresa.

O que leva uma empresa de tecnologia a descontinuar seus produtos?

winGoogle Tez foi lançado na Índia com sucesso, mas não durou um ano. (Fonte: Google/Reprodução)

As empresas de tecnologia descontinuam produtos por motivos que vão muito além das mudanças de estratégia ou de demandas dos consumidores. Big techs como Microsoft, Alphabet (Google), Meta (Facebook), Apple e Amazon trabalham com um alto nível de inovação. O efeito colateral disso é a "morte" de uma série de soluções que não conseguiram se consolidar ou se tornaram obsoletas.

“Fail fast” (falhar rapidamente, em tradução livre) é um mantra conhecido no Vale do Silício. Algumas vezes, os produtos são sacrificados para serem incorporados ou fundidos a serviços já existentes.

A Google é uma das companhias mais aficionadas por essa filosofia. A empresa gosta de lançar ideias para testar a aceitação do mercado e retirá-las do ar em um curto período. Depois, a solução pode reaparecer de maneira mais robusta e com outro nome, embora a essência ainda permaneça a mesma.

Um dos exemplos dessa estratégia é o Google Tez, um serviço de pagamentos móveis voltado para usuários na Índia, lançado em 2017. O aplicativo teve mais de 55 milhões de downloads, com mais de 22 milhões de pessoas e empresas usando o recurso ativamente para transações digitais durante todos os meses.

Apesar do sucesso, o app foi descontinuado em menos de 1 ano. No entanto, ressurgiu batizado de Google Pay, destinado a usuários globais, e ainda agregou as funcionalidades do Google Wallet e do Android Pay.

Em outros casos, as soluções apresentaram problemas que não valiam a pena ser corrigidos e foram simplesmente abandonadas, sem qualquer tipo de aproveitamento. Esse é o caso de erros em desenvolvimento de código (bugs) ou de falta de envolvimento dos usuários.

O cemitério virtual da Microsoft

winSkype for Business foi descontinuado em 2021, pois Microsoft preferiu focar no Teams. (Fonte: Microsoft/Reprodução)

A descontinuação dos projetos da Microsoft atingiu todas as divisões de negócios. Muitos produtos deixaram saudades nos usuários, enquanto outros simplesmente já tinham sido abandonados pelo público quando a companhia decidiu enterrá-los. Conheça quais são as principais soluções que foram parar no "cemitério virtual" da empresa.

Sistemas operacionais

winMS-DOS teve carreira de duas décadas. (Fonte: Tony Webster/Flickr/Reprodução)

Microsoft Disk Operation System (MS-DOS) foi lançado em 1981 e durou até 2000. O sistema operacional serviu inicialmente como plataforma para o Windows, que tinha como novidade a interface gráfica, mas ainda não tinha código próprio. Tudo começou a mudar em 1990, com a chegada do Windows 3.1, que passou a ser um sistema independente do DOS.

A companhia abandonou pelo menos outros 14 projetos, entre eles Windows Mobile (2000-2010), Windows Phone (2010-2015), Nokia Asha Plataform (2013-2014), Windows RT (2012-2015) e Windows 10 Mobile (2015-2019), todos para dispositivos móveis. Atualmente, o Windows 11 pode rodar em smartphones, ainda que não seja uma solução nativa.

Ferramentas para desenvolvedores

winMicrosoft BASIC chegou a ser licenciada para o videogame Atari. (Fonte: Wikimedia Commons/Mogor/Reprodução)

As ferramentas para desenvolvedores são um importante segmento de negócios para a Microsoft. A empresa ainda mantém produtos como Visual Studio Code, GitHub, .NET e Azure, mas já desistiu de pelo menos 50. O mais longevo deles, o (1990-2013), conseguiu sobreviver do Windows 3.0 até o Windows XP.

Entre os mais antigos que foram descontinuados estão Microsoft COBOL (1980-1993), Microsoft BASIC (1975-1995) e Microsoft Java Virtual Machine (1996-2002). Os mais novos incluem Microsoft AppFabric (2010-2017), Windows App Studio (2013-2017), HockeyApp (2014-2017) e Azure RemoteApp (2014-2017), direcionados para o desenvolvimento de aplicativos.

Sites

winConteúdo da MSDN Magazine ainda pode ser acessado nos arquivos da Microsoft.. (Fonte: Microsoft/Reprodução)

Nas últimas 2 décadas, a Microsoft fechou quase 70 sites. Uma boa parte deles sofreu a concorrência brutal de serviços de outras empresas e foi repaginada, como Bing Maps 3D (2007-2010), Windows Live (2005-2012), Microsoft Clip Art Library (2010-2014), Microsoft eBook Store (2017-2019) e Translator Web Widget (2011-2019).

Outros produtos, porém, foram embora e desapareceram sem deixar rastros, a exemplo do MSN Music Store (2004-2008), que perdeu a batalha para o Apple Music e o Spotify; Microsoft JobLens (2013-2015); Surface Plus Financing (2017-2018); e a publicação MSDN Magazine (2000-2019), que nasceu da fusão entre o Microsoft Systems Journal e o Microsoft Internet Developer.

Hardwares

winMicrosoft lançou várias linhas de smartphones, mas nenhuma persistiu. (Fonte: Pixabay/Dennis Buntrock/Reprodução)

Apesar de ser conhecida pelo desenvolvimento de softwares, a Microsoft também se aventura pelo mundo do hardware, tendo o Xbox como um dos principais produtos de sucesso. Muitos outros, entretanto, não tiveram a mesma sorte. A lista de abandono inclui placas, telefones sem fio, celulares, tablet, brinquedos, caixa de som, smartwatches, fitbands e MP3 player, como o Zune.

Justiça seja feita, alguns produtos desaparecidos foram substituídos por versões mais aprimoradas da mesma ferramenta, como Microsoft Fingerprint Reader (2004-2007), Courier Tablet (2008-2010), Kin Phones (2010-2011), Lumia Phones (2014-2017) e Microsoft Band (2014-2016).

A lista continua…

winWindows 10 não permite mais a instalação do Microsoft Explorer. (Fonte: Microsoft/Reprodução)

A lista de produtos aposentados é muito grande e não dá para cobrir tudo em apenas um texto. Mas cabe destacar a descontinuação de Windows Movie Maker (2000-2017), Microsoft Internet Explorer (1995-2015) e Skype for Business Online (2014-2021).

Ainda em 2022, devem ser aposentados o Windows Server (em agosto) e o PowerShell (em dezembro), dois componentes que foram muito importantes para a linha de sistemas operacionais da Microsoft.

Seguindo a Política de Ciclo de Vida Moderna, a empresa planeja descontinuar a Máquina Virtual do Microsoft Azure clássica (em março de 2023) e o Windows 11 Home e Pro Versão 21H2 (outubro de 2023).

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