Dia da Mulher e o mercado: 'Queremos ambientes seguros e acolhedores'

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08 de março foi oficializado há 48 anos atrás pela ONU como Dia Internacional da Mulher. Essa data representa lutas severas e passos importantes de conquistas das mulheres.

Dores e injustiças que por anos silenciaram e também serviram de força motriz para impor novas ideias e construir melhores condições de trabalho, o que serviu para que nos dias atuais, ainda que não no melhor cenário, a mulher pudesse continuar conquistando o espaço que é seu por direito.

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Criar um ambiente saudável, inclusivo e equitativo é crucial para a permanência e crescimento profissional das mulheres. Bem como repensar determinados comportamentos que foram naturalizados e estão arraigados em nossa cultura e que são frutos de uma sociedade que supervaloriza o homem e subjuga as mulheres. 

No ambiente corporativo é comum comportamentos sutis e aparentemente inofensivos que comunicam desrespeito, discriminação e violência psicológica às mulheres.

Se você é mulher já deve ter ouvido falas como "Você está de TPM?"; "Por que você está brava, eu estava brincando com você";  "Você não está entendendo", ou ainda interrupções gratuitas durante suas falas, que além de desestabilizar, prejudicam o raciocínio; sem esquecermos, claro, do discurso sexista a respeito do corpo das mulheres.

As mulheres não só existem, como resistem e ocupam espaços mesmo com todos esses entraves, e muitas criaram e continuam criando formas de driblar essa realidade, mas é importante ter em mente que podemos cair em algumas ciladas.

Para tanto, lembre-se que por ser mulher você não precisa fazer mais do que está no seu escopo para ser validada sobre seu comprometimento e responsabilidade e quando interrompida, não se cale. Insista que continuará de onde parou e peça para que te aguardem concluir. Não admita que interrompam suas colegas mulheres.

Quando o manterrupting acontecer com uma colega sua, defenda-a. Diga: “Vamos terminar de ouvir a fulana?”. Não ache que você tem mais do que merece e que por isso precisa se provar mais que os outros. Não admita ser chamada de louca, o chamado gaslighting. Não permita que levem sua vida privada para o ambiente de trabalho. Coloque limites. Seu estado civil não deve ser debatido no trabalho, seu planejamento familiar também não – nem seu corpo de um modo geral.

Se você é homem ou mulher e se identifica com algum desses comportamentos que perduram o machismo e o patriarcado, está mais do que na hora de repensar sua postura e analisar que tipo de ser humano quer ser e qual sociedade quer construir.

O clima fica melhor e a sociedade evolui como um todo quando as mulheres são apoiadas e fortalecidas e quando os homens conseguem quebrar padrões e estereótipos impostos a eles ,de serem sempre firmes, fortes, não demonstrar fragilidade e nem emoções.

Porém é claro que, para se criar um ambiente de trabalho seguro e acolhedor para as mulheres, não se depende exclusivamente de posturas individuais, e nesse ponto é fundamental que as empresas promovam ações de empoderamento feminino, e que proporcionem oportunidades para qualificar seus funcionários. Pois uma vez que se compreende que a empresa não tolera discriminação, junto de uma consciência aguçada e educativa, se torna mais possível construir uma ideologia interna de equidade.

Mulheres e mercado de trabalhoAinda que muitas vezes de forma sutil, as mulheres ainda enfrentam diversos obstáculos no ambiente corporativo.Fonte: Gettyimages

Em alguns universos a presença e atuação da mulher mostra ainda mais a disparidade presente no mercado de trabalho. No que diz respeito à área de TI, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 60% na participação feminina nesta mesma área, o que representa um salto de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil. O dado demonstra uma tendência de aumento das mulheres atuando com tecnologia, área historicamente ocupada por homens.

Mas a desigualdade ainda continua: na indústria da tecnologia, as mulheres enfrentam grandes desafios para alcançar cargos e salários mais elevados, sofrem por falta de confiança e lidam com muitas dificuldades no cotidiano da profissão. 

Dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) de 2020 demonstram que apenas 33% dos cargos de diretor e gerente são ocupados por mulheres na área de tecnologias da informação e comunicação (TIC).

Essa disparidade, entretanto, não se deve por falta de ambição por parte das mulheres. Pelo contrário, segundo relatório global conduzido pelo Boston Consulting Group e o Women’s Forum, mulheres são mais propensas a buscar promoções num espaço de três anos, 47% delas frente a 42% dos entrevistados homens.

A Intel acredita nesse crescimento e transformação, portanto, entendendo sua responsabilidade social imprime políticas para garantir igualdade de gênero. Em maio de 2020 a empresa anunciou as metas de responsabilidade corporativa para 2030, incluindo o objetivo de que a presença de mulheres em cargos técnicos fosse superior a 40%, além de dobrar o número de mulheres e minorias sub-representadas em cargos de liderança sênior.

Para nós, toda voz é importante e esperamos que esse seja o espelho da sociedade: todas as vozes sendo ouvidas. Afinal, nosso maior desejo é ter mais ambientes de trabalho seguros e acolhedores, em especial, para mulheres!

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