A comunicação caminha cada vez mais para conteúdos profundos e nichados

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Imagem: Gettyimages

A tecnologia promoveu mudanças intensas no mercado de comunicação e não falo apenas dos canais, mas de uma reorganização mais profunda da sociedade. Na prática, os novos canais, em especial as redes sociais, abriram possibilidades de veiculação mais rápida e mais diversa de conteúdo. Todo mundo virou um canal de TV, um provedor de conteúdo em massa, alguns inclusive com milhões de pessoas na sua audiência.

Por outro lado, em nome da velocidade e da quantidade, a qualidade de apuração nas informações diminuiu, o que trouxe consequências negativas para a sociedade. No que diz respeito ao comportamento, as pessoas descobriram muitas coisas em comum, mas também suas diferenças e interesses próprios. O resultado foi a busca por comunidades e subgrupos (grandes ou pequenos).

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O público de cada uma dessas comunidades está cada vez mais exigente com relação à profundidade das informações que recebe, além de extremamente comprometido e engajado com seu universo.

Veganos, feministas, humoristas, ciclistas, investidores, liberais, funkeiros, ativistas e defensores de uma série de causas, entre tantos outros: cada grupo gera informações cada vez mais profundas, que se retroalimentam e fortalecem esse grupo. Uma celebridade em um subgrupo pode ser um anônimo para outros.

São raras as pessoas que circulam em todos os subgrupos, famosas nacional ou mundialmente. E esse fenômeno das comunidades, ainda que seja muito forte nas redes sociais, transcende a elas; é parte da sociedade de forma geral. É a lógica do algoritmo, que está viva não só no mundo on, mas também no mundo off.

Com a crise de credibilidade do jornalismo e o boom de fake news no mundo todo, a sociedade, além de dividida em subgrupos e fortemente engajada, agora é muito rigorosa e seletiva na origem dos conteúdos que consome. Afinal, é difícil saber onde está “a verdade”, então ela precisa de sinais reconhecidos de confiança.

ComunicaçãoCom o público cada vez mais nichado, a inovação se faz presente também na comunicação.Fonte: Gettyimages

Diante desse cenário, empresas começaram a trabalhar duro para vincular suas marcas a pessoas e empresas de comunicação especializadas e com forte reputação, de forma a alicerçar seus valores a elas. Não se trata simplesmente de mapear o influencer com mais seguidores e direcionar a ele um anúncio ou produção de conteúdo.

A mesma lógica vale para veículos de comunicação. Esse movimento vai para além do marketing ou do alcance pela performance — trata-se de conteúdo profundo e didático, que exige conhecimento e comprometimento com a causa/temática em questão.

No mundo corporativo, a exigência é a mesma. Toda empresa precisa que seus clientes confiem no que estão adquirindo, e não basta mais só veicular anúncios bonitos para que isso aconteça. O conteúdo informativo qualificado, profissional e comprometido com a sua causa tem sido cada vez mais relevante neste novo contexto.

Houve um tempo em que a neutralidade era a bola da vez nos negócios. Mas, em um mundo cada vez mais nichado, o propósito e comprometimento com a causa é a inovação na forma de fazer comunicação.

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