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Presidente do Banco Mundial critica compra da Activision Blizzard

Comandante do Banco Mundial criticou valor bilionário pago pela Microsoft, equivalente a três vezes o orçamento do banco para ajudar países pobres

Avatar do(a) autor(a): Jorge Marin

21/01/2022, às 13:00

Presidente do Banco Mundial critica compra da Activision Blizzard

Fonte:  DFID/Wikimedia Commons 

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O presidente do Banco Mundial, David Malpass, expressou sua indignação com o montante pago pela Microsoft – US$ 69 bilhões (R$ 375 bilhões) – para comprar a desenvolvedora de jogos Activision Blizzard. Segundo o executivo, a alocação de um investimento tão elevado em uma fabricante de videogames torna-se questionável quando muitos países pobres lutam para reestruturar suas dívidas e lutar contra a covid-19 e a pobreza.

O desabafo aconteceu durante um evento virtual do think tank Peterson Institute for International Economics, na quarta-feira (19). O executivo se disse impressionado com o fato de a aquisição feita pela companhia de Redmond ser o triplo do valor arrecadado dos países ricos para o fundo do Banco Mundial destinado à Associação Internacional de Desenvolvimento (AID), que fornece empréstimos sem juros às nações pobres.

Em certo momento, Malpass perguntou: "Espere um minuto, esta é a melhor alocação de capital?". A grande questão, segundo ele, é que esses colossais aportes de recurso fluem diretamente para o mercado de títulos. Com isso, argumenta o executivo, os ricos estão ficando cada vez mais ricos com essas aquisições. Mas ele afirma que preferiria ver um pouco mais de recursos financeiros indo para auxiliar os países mais pobres. 

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David Malpass discursando. (Fonte: DFID/Wikimedia Commons/Reprodução.)David Malpass discursando. (Fonte: DFID/Wikimedia Commons/Reprodução.)

Na presidência do Banco Mundial desde 2019, após trabalhar para diversos presidentes republicanos nos EUA, Malpass destacou que só uma pequena parcela das nações em desenvolvimento consegue acesso à emissão de títulos de renda fixa no exterior, geralmente destinados a financiar projetos ou atividades de interesse nacional.

Na prática, explica Malpass, o que ocorre é "uma situação em que uma enorme quantidade de capital está sendo alocada para partes do mundo já repletas de capital – as economias avançadas”.

Enquanto isso, a Microsoft aguarda pela aprovação regulatória, para sacramentar a compra da Activision Bizzard no ano fiscal de 2023, que começa no segundo semestre deste ano.


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Por Jorge Marin

Especialista em Redator

Redator do Mega Curioso e do TecMundo, Jorge Marin escreve sobre Ciências e Tecnologia desde 2019, conectando conhecimento acadêmico com experiências humanas do dia a dia. É psicólogo, cinéfilo e botafoguense inveterado.


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