The BRIEF

Homem que desbloqueava celulares ilegalmente pega 12 anos de prisão

Muhammad Fahd subornou funcionários da operadora e até instalou malware na rede da empresa para facilitar processo

Avatar do(a) autor(a): Nilton Cesar Monastier Kleina

21/09/2021, às 12:00

Homem que desbloqueava celulares ilegalmente pega 12 anos de prisão

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Um cidadão do Paquistão chamado Muhammad Fahd foi condenado nos Estados Unidos a 12 anos de prisão por liderar uma organização criminosa que gerou mais de US$ 200 milhões em perdas para a operadora telefônica AT&T.

O homem de 35 anos é o responsável por um elaborado esquema de desbloqueio de aparelhos vinculados aos planos da operadora, que custam menos do que os modelos sem contratos, posteriormente revendendo os dispositivos a um valor mais alto. Para realizar o procedimento, ele chegou até a subornar funcionários e instalar um malware nos sistemas da companhia.

O juiz responsável pelo caso concluiu que Muhammad cometeu um "cibercrime terrível por um longo período".

Entendendo a fraude

Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, os golpes de Muhammad começaram em julho de 2012, quando ele entrou em contato com um funcionário da AT&T pelo Facebook usando um nome falso. Ele ofereceu dinheiro ao colaborador para que ele o ajudasse a fazer o desbloqueio e recrutar mais pessoas que trabalhavam no local.

O grupo criou empresas-fantasma para receber os pagamentos dos clientes pelos aparelhos desbloqueados, disfarçados como serviços legalizados.

Um ano depois, quando a AT&T melhorou o sistema de segurança contra essas práticas, o crime foi além: o rapaz contratou um desenvolvedor para criar um malware que foi instalado nos sistemas da operadora e facilitava o acesso ao desbloqueio, além de espionar as máquinas em busca de informações confidenciais.

Ao todo, mais de 1,9 milhão de telefones foram desbloqueados, o que gerou o cálculo de prejuízo da AT&T. Descoberto em 2015 após uma investigação interna que gerou a demissão dos funcionários envolvidos, o esquema foi apenas desmantelado pelas autoridades em 2017. Mohammad foi preso em Hong Kong no ano seguinte e, em julgamento, ele se declarou culpado.


Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.