Como a tecnologia do Kinect revolucionou o mundo

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Nos últimos anos, o mundo dos video games sofreu uma grande revolução. Osaparelhos mais recentes trouxeram um novo conceito de diversão (principalmente o Wii, um dos precursores dessa ideia), tirando os jogadores do sofá e botando a galera para se mexer, com games divertidos e focados principalmente em esportes, dança e saúde.

Se o Wii inaugurou essa nova era, o Kinect veio para mostrar que o futuro promete muito mais. E não falamos somente dos jogos de video game. Isso porque o gadget da Microsoft (que está comemorando pouco mais de um ano de lançamento) também tem mostrado muitas outras faces e vem sendo utilizado para várias outras finalidades.

Dando asas à imaginação

Em novembro de 2010, o Kinect veio ao mundo. Conhecido anteriormente como Projeto Natal, o dispositivo veio para chacoalhar o mundo dos games.

Por meio de uma tecnologia inovadora, o equipamento é capaz de mapear o ambiente em três dimensões, filmar os jogadores e receber ordens por meio de seus microfones. O fato é que esses recursos se mostram como um prato-cheio para quem curte experiências e inovações tecnológicas.

O Kinect pode, em uma definição bastante simples, dar sentidos às máquinas – e isso foi percebido rapidamente por meio dos hacks, usos alternativos e totalmente independentes do aparelho.

Em pouco tempo, alguns estudantes do MIT já conseguiram fazê-lo rodar diretamente no Windows 7. Em seguida, outros usos foram surgindo, como efeitos de invisibilidade nas imagens captadas e a sua aplicação em pequeninos robôs.

Recentemente, nós do Tecmundo abordamos como o Kinect pode revolucionar os computadores. Agora, resolvemos buscar algo mais abrangente e mostrar como o aparelho também está realizando mudanças em áreas onde menos esperamos.

Revolucionando a robótica

Se a maioria dos hacks no aparelho é feita para a criação de robôs mais inteligentes, a NSK buscou dar um sentido para todo esse desenvolvimento. A empresa japonesa conseguiu colocar para funcionar um cão-guia robótico para o auxílio de deficientes visuais.

O “animal” utiliza o Kinect para mapear o ambiente e assim identificar possíveis obstáculos para o seu mestre. Sempre que houver algo que ofereça risco, o robô avisa o dono, falando por meio de uma metálica voz feminina.

A movimentação desse cão cibernético é feita por meio de pequenas rodinhas, mas isso não o impede de dobrar as pernas e vencer escadas. Para ser ativado (e também guiar o seu dono), o bicho artificial conta com uma alça que, quando pressionada, faz o robô entrar em funcionamento.

Arqueologia

Pesquisadores de uma Universidade da Califórnia conseguiram transformar o Kinect em uma ferramenta para o mapeamento de sítios arqueológicos. Colocado em funcionamento junto com um sistema chamado de Calit2, o gadget consegue realizar uma identificação tridimensional do terreno.

Com isso, além de conseguir realizar o trabalho com mais eficiência, os arqueólogos também conseguem economizar muito dinheiro, uma vez que o aparelho substitui outro sistema muito mais caro, chamado de LIDAR.

Aulas mais divertidas

Já na sala de aula, alguns professores conseguiram lançar mão do Kinect para deixar as aulas de geografia mais divertidas. Utilizando o gadget da Microsoft, um projetor, um computador e uma caixa de areia, os educadores fizeram as aulas de topografia muito mais atraentes.

A ideia é simples: os terrenos são criados na caixa de areia, o sistema então os identifica por cores e altura e, por fim, essas divisões são projetadas na “maquete real”. Até mesmo a água pode ser mapeada.

Cuidando dos mais velhos

Alguns dos usos alternativos do Kinect mais elogiados dizem respeito à saúde e qualidade de vida das pessoas. Em uma universidade de Berlim, cientistas conseguiram criar uma cadeira de rodas que pode ser comandada pelo aparelho. A invenção é capaz inclusive de identificar e desviar de obstáculos.

Em outra instituição, os pesquisadores desenvolveram uma espécie de radar para ser utilizado no auxílio de pessoas com deficiência visual. Em setembro passado, um projeto de uma universidade dos Estados Unidos visava adaptar o Kinect para ser utilizado no monitoramento de pacientes idosos.

Também nesse sentido, em alguns hospitais americanos o aparelho vem sendo usado para a identificação de doenças em pacientes mais velhos. O reconhecimento de movimentos é capaz de apontar alterações na maneira de andar, encurvamentos da coluna e riscos de quedas.

No auxílio de cirurgias

Kinect na sala de cirurgia (Fonte da imagem: Sagetronics)

Entre todos esses recursos, talvez o mais impressionante seja a utilização do Kinect em delicadas operações. Duas maneiras já foram trabalhadas para levar o video game para dentro da sala de cirurgia.

Em procedimentos que utilizam câmeras e bisturis eletrônicos, médicos têm usado o Kinect para ter uma “sensibilidade real” do que está realmente acontecendo. Isso porque os joysticks normalmente utilizados podem parar de funcionar no meio de uma operação. Já com esse recurso, o médico sempre sabe (em tempo real) tudo o que ocorre durante o procedimento.

Em outros casos, o Kinect é usado para que o cirurgião não tenha que tocar os controles do computador para ajustar imagens e visualizar exames. Dessa forma se ganha tempo, uma vez que assim não é necessário ficar realizando todo o processo de esterilização a cada parada.

Kinect na sala de cirurgia (Fonte da imagem: Canadian Online Explorer)

O que está por vir?

Recentemente a Microsoft lançou um vídeo com demonstrações de como deve ser o uso Kinect daqui para frente, já que a empresa deve lançar uma nova versão do aparelho já com adaptações de hardware.

Além disso, se com a atual versão do gadget os desenvolvedores estão conseguindo criar coisas incríveis, há também quem pense na próxima versão do gadget. Segundo a Microsoft, o Kinect 2 conseguirá ler lábios e até mesmo detectar emoções de quem o utilizar.

Um dos criadores do Kinect, o brasileiro Alex Kipman afirma que o Kinect é só o começo de uma verdadeira revolução. Ao que tudo indica, ele parece estar correto.

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