'Maratonar' conteúdos sobre terrorismo gera vício e dependência, diz estudo

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Uma equipe da Universidade da Califórnia, em Irvine, liderada pela psicóloga Rebecca Thompson, entrevistou quatro mil cidadãos americanos por quatro vezes, num período de três anos, perguntando sobre o consumo de mídia e coletando dados sobre sua saúde mental.

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que acompanhar notícias sobre terrorismo doméstico pode levar as pessoas a desenvolver sintomas de transtorno de estresse pós-traumático. Posteriormente, estes sintomas podem fazer com que as pessoas procurem informações sobre eventos ainda mais perturbadores, entrando num ciclo do qual dificilmente conseguem sair, como num efeito dominó.

O estudo começou em 2013, logo após o atentado a bombas da Maratona de Boston. Pesquisas anteriores haviam demonstrado que as pessoas que foram expostas a seis horas de notícias diárias sobre o atentado, na semana seguinte, tiveram mais estresse do que as pessoas que o presenciaram. Mais tarde, a equipe de Thompson descobriu que, quanto mais as pessoas acompanham as informações sobre o atentado, mais perturbadas ficavam depois de seis meses, e isso gerava ainda mais aflição em relação a desgraças futuras.

Fonte: Pixabay

Thompson começou a se interessar pelos efeitos psicológicos de tragédias, mais precisamente desastres naturais, em 2011, quando ela ainda era estudante e um tornado quase atingiu seu campus. Ela disse que a necessidade de formular opiniões e explicações a respeito desses acontecimentos gera uma ânsia pela busca de informações que, quase sempre, resulta em sentimentos negativos, devido à forma angustiante e sensacionalista com a qual a mídia cobre esses eventos. Sua equipe, inclusive, está tentando comprovar se os efeitos psicológicos negativos gerados pelo terrorismo doméstico possuem os mesmos padrões dos gerados pelos desastres naturais.

O estudo de Thompson ainda pretende se aprofundar em outras questões, como qual tipo de mídia é mais prejudicial, e a forma como as notícias são apresentadas.

Por hora, a psicóloga alerta as pessoas para consumirem mídia com moderação, e sem se deixar impressionar demais.

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