O que falta para o Amazon Prime Video competir com a Netflix no Brasil?

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Desde que a Netflix dominou o cenário de streaming nacional — e mundial — muitas outras grandes companhias vêm se preparando ou já lançando suas frentes para acirrar a competição. Uma das concorrentes é a Amazon, que oferece o Prime Video no Brasil desde o final de 2016. Mas como é o serviço da rede varejista e o que ele tem de bom? Mostramos aqui as grandes qualidades e o que ainda falta para ele estar à altura da concorrência.

1. Preço

Bem, nesse quesito, a Amazon leva vantagem, pois é possível acionar múltiplas telas simultaneamente com apenas uma conta — pelo menos por enquanto. Além da semana gratuita de testes, você paga apenas R$ 7,90 mensais, nos seis primeiros meses, e depois esse valor passa para R$ 14,90.

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Lembrando que a Netflix conta com planos de acordo com a quantidade de telas simultâneas: R$ 19,90 para uma, R$ 27,90 para duas e R$ 37,90 para quatro. E vem aí mais um, com liberação da tecnologia HDR, para maior qualidade com alcance dinâmico, que deve ficar entre R$ 45 e R$ 60 para quatro telas.

2. Conteúdo exclusivo

A Amazon tem buscado uma abordagem mais tradicional, com produtores e atores aclamados em frentes que dificilmente teriam espaço na TV convencional. Para isso, ela vem criando séries e filmes no Amazon Studios e assina exclusividade de distribuição para obras de vanguarda.

Entre esses exemplos podemos citar “Electric Dreams”, “The Man in the High Castle”, “American Gods”, “The Grand Tour” e outros que apresentam uma grande diferença de temas e conceitos. Sair da zona de conforto dos relatórios de engenheiros é um pouco arriscado, mas também pode trazer surpresas para lá de bem-vindas — e que podem ser o grande diferencial para certos tipos de consumidores.

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Já a Netflix tem ótimos documentários, como “A 13ª Emenda”, “Making a Murderer” e “Wild Wild Country”; e séries de destaque, a exemplo de “Stranger Things”, “House of Cards”, “Orange is the New Black”, “Demolidor” e “Black Mirror” — que nasceu no Channel 4 mas agora é do serviço de streaming.

Mas... A verdade é que depois desses “greatest hits”, grande parte do novo conteúdo ficou pasteurizado pelos dados de Business Intelligence. Ou seja, ultimamente, a Netflix vem injetando mais grana em números que possam trazer resultados seguros do que em apostas ousadas. Assim, vemos títulos de resposta morna, como “Glow”, “The End of the F*cking World”, “Everything Sucks”, entre outras que parecem mais spin-offs dos grandes sucessos do que exatamente novas propostas.

3. Interface

Bem, não tem como não comentar o melhor recurso que a Amazon tem em relação à Netflix: o X-Ray. com ele, você pode ver todos os detalhes de bastidores e em tempo real. Por exemplo, ao deixar a ferramenta ligada, os personagens são creditados ao lado, com os nomes dos atores que os interpretam, na hora que eles aparecem.

Você pode encontrar as músicas do episódio e o trecho em que ela é executada, conferir conteúdo de bônus e a filmografia do elenco (com suporte do Internet Movie Database, o IMDb), além de poder buscar as cenas que quiser — o que também está disponível na Netflix. Pena que nem todos os títulos oferecem isso.

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O maior empecilho aqui fica com relação às legendas e idiomas: elas não estão disponíveis para todas as atrações do Amazon Prime Video e muitas vezes vêm com uma formatação — na cor branca e/ou com fundo opaco — que pode incomodar quem está acostumado com algo mais simples, com as fontes amarelas e pequenas.

4. Acervo

Os contratos na indústria cinematográfica mudaram bastante com a chegada do streaming e normalmente os setores de busca nas plataformas são dificultados para que você assista as sugestões — e assim não note que o catálogo, na verdade, pode ser menor do que pareça.

Isso porque há muitos títulos entrando e saindo do menu, mensalmente. A Netflix voltou a investir um pouco mais nos blockbusters e o Amazon Prime Video tem trazido filmes recentes e clássicos com mais amplitude — ainda que em número inferior, o que deixa seu cardápio geral menor.

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A grande desvantagem da Amazon é que ainda há problemas de conversão para os diferentes países que atende, pois algumas atrações, ao serem escolhidas, revelam que não estão disponíveis para nossa região — justamente por conta dessas questões contratuais que falamos acima.

5. Compatibilidade

O maior problema relacionado ao Amazon Prime Video registrado até agora fica com relação à compatibilidade do serviço com diferentes dispositivos. Ainda que ele vá bem na experiência de browser, em tablets e smartphones e no PlayStation e Xbox, deixa a desejar quando falamos de gadgets de transmissão e Smart TVs.

Muitos usuários relatam problemas de uso em conjunto com o Chromecast e com o webOS das TVs LG. No caso do produto da Google, é preciso lembrar que a Amazon possui o Fire TV Stick, um concorrente direto, e que a rede varejista nem mesmo comercializa o Chromecast ou a Apple TV justamente por conta da rivalidade comercial.

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Além disso, o suporte incompatível com o poderoso guarda-chuva Prime dos Estados Unidos faz com que nosso Prime Video seja mesmo apenas uma versão adaptada do que redesenhada para atender nossos padrões. Ou seja, nosso Prime Video não se comunica com o Prime matriz e nem parece realmente “nosso”.

Conclusão

Bem, como dá para notar, ambas as plataformas possuem seus defeitos. A Netflix segue na frente porque, além de ter se dedicado mais à plataforma desenhada especialmente para os brasileiros (incluindo redes sociais atuantes e campanhas de marketing dedicadas), ela funciona bem com a maior parte dos dispositivos usados no país.

Se a Amazon aparar as arestas — adaptar melhor seu produto para o gosto nacional e corrigir problemas de suporte e compatibilidade —, pode ser que o Prime Video seja uma excelente opção a considerar, caso você tenha que escolher entre uma e outra no futuro próximo. Na dúvida, se você pode, fique com os dois serviços de streaming.

Este texto foi escrito por Claudio Yuge para o Tecmundo (um site da empresa NZN junto com o Minha Série).


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