Offline: governos promoveram mais de 50 bloqueios à internet em 2016

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Embora 2016 já tenha acabado, as histórias sobre o ano que passou ainda rendem muito assunto. No mundo da tecnologia, por exemplo, além de o período oferecer novos celulares, placas de vídeos e processadores das principais empresas do ramo, também tivemos uma expansão do acesso a serviços online e à própria internet. Infelizmente, o contrário também é verdadeiro, já que, segundo o IPS, 2016 trouxe dezenas de casos de governos impedindo que seus cidadãos acessassem a rede.

De acordo com o portal internacional, esse bloqueio à web ocorreu mais de 50 vezes ao longo do ano passado, limitando tanto a liberdade de expressão das pessoas em determinados países quanto suprimindo dados de eleições e da economia ao público geral. Para Deji Olukotun, gerente sênior global de advocacia da Access Now – uma organização de direitos digitais –, os piores casos desse tipo estão associados a violações graves dos direitos humanos, com os “apagões” andando de mãos dadas com diversas atrocidades.

Protestos na Etiópia sofreram com bloqueio da internet

O executivo cita como exemplos situações delicadas ocorridas na Etiópia, em Uganda e, por fim, na Gâmbia, em que as forças dominantes de cada região bloquearam boa parte do acesso à internet e principalmente às redes sociais. Por conta desse quadro, a população não podia se informar a respeito de protestos, ficar inteirado a respeito de votações ou mesmo ficar a par do que estava acontecendo nas ruas do país. Em outros episódios menos violentos, pelo menos três nações “desligaram” a web para evitar que estudantes trapaceassem no vestibular.

Limitar o acesso à internet é algo que vai muito além da mera exclusão dos cidadãos às informações

Independentemente do motivo dos governos, acredita-se que limitar o acesso à internet é algo que vai muito além da mera exclusão dos cidadãos às informações: a atividade também traz prejuízos substanciais aos países. Um relatório recente do Brookings Institute, por exemplo, afirma que, ao todo, esse tipo de ação pode ter custado US$ 2,4 bilhões aos cofres mundiais em 2015, com nomes como Índia (US$ 968 milhões), Arábia Saudita (US$ 465 milhões) e Marrocos (US$ 320 milhões) sendo os “campeões” de perdas.

Todos podem contribuir

Segundo Olukotun, ao mesmo tempo que 2016 também trouxe bilhões de dólares em investimentos para expandir a web em determinadas regiões, em outras a limitação tem ficado progressivamente mais intensa. Bloqueios mais sofisticados praticados por alguns governos, por exemplo, miram redes sociais e portais de notícias específicos ou impedem que pesquisas online sejam feitas mesmo com a ajuda de VPNs.

Para o representante da Access Now, um jeito de burlar esse tipo de banimento é fazendo com que os próprios provedores de internet resistam às ordens governamentais. “As companhias de telecomunicações pode rebater as ordens ou pelo menos documentá-las para mostrar o que está acontecendo”, acredita o executivo, dizendo também que agências internacionais como a ONU deveriam se posicionar em casos de interrupção forçada do acesso dos cidadãos à web.

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