Boato na internet faz serralheiro ser ameaçado e ter medo de sair de casa

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Imagem: Extra/Fabio Guimarães

A vida do serralheiro Carlos Luiz Batista se tornou bem mais difícil nas últimas semanas, quando boatos infundados compartilhados por WhatsApp e Facebook fizeram com que ele virasse alvo de ameaças de morte. Embora o seu nome não seja citado nas mensagens, uma foto sua é compartilhada junto a um texto que o identifica como um estuprador e sequestrador de crianças que vive na Baixada Fluminense e dirige um Fox preto – embora ele tenha outro carro e more em uma região diferente do Rio de Janeiro.

Estão acabando com a minha vida. Minha família toda está ameaçada por causa de uma calúnia

O boato começou a se espalhar por meio de corrente no mensageiro, mas não levou muito tempo até ser compartilhada na rede social. Alguns administradores de páginas se recusaram a repassar a suposta denúncia sem provas, mas isso não impediu que usuários fizessem isso em seus próprios perfis. Desde então, Batista começou a receber gravações de ameaças que chegaram a seus amigos e parentes, nas quais pessoas dizem que ele morrerá se for visto na rua.

Assustado, o serralheiro registrou queixa na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) no final de setembro, mas isso não impediu que o boato continuasse a se espalhar. Por esse motivo, Batista resolveu gravar um vídeo próprio em que, junto à própria família, mostra o registro de ocorrência feito na polícia e pede para que a mensagem mentirosa deixe de ser compartilhada. “Estão acabando com a minha vida. Não sei que inventou essa mentira, mas a minha família toda está ameaçada por causa de uma calúnia”, disse.

A ocorrência será investigada pela DRCI e a delegada Fernanda Fernandes afirmou que a Polícia Civil já encaminhou um pedido de quebra de sigilo de IP ao Ministério Público para tentar descobrir quem é o responsável pela história. No entanto, a avaliação da solicitação pelas autoridades pode levar de 6 a 8 meses, já que há uma grande fila de casos que incluem demandas similares.

Consequências graves

De acordo com o Extra, boatos semelhantes ao que atingiu Carlos também afetaram outros três homens de Pernambuco, Amazonas e Sergipe entre janeiro de 2014 e abril deste ano. Em todos os casos, fotos com os rostos dos alvos dos rumores foram compartilhadas junto a acusações de estupro.

Em maio de 2014, outro caso de confusão engrandecida pelas redes sociais acabou resultando no falecimento da dona de casa Fabiane Maria de Jesus. A vítima foi espancada e morta depois de ser confundida com uma suposta sequestradora de crianças que praticava rituais de magia negra em Guarujá (SP). Uma página no Facebook compartilhou um retrato falado da suspeita e a população da cidade acabou identificando a mulher errada e a agredindo.

Compartilhar denúncias sem checar sua veracidade pode resultar em mortes

A moral da história toda é bastante clara: mesmo que as informações venham de pessoas em quem você confie, nunca compartilhe correntes e denúncias contra alguém sem checar sua procedência diretamente com autoridades competentes. A propagação de boatos maldosos pode resultar em dificuldades e até na morte de pessoas inocentes.

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