Como o Facebook pretende se tornar a própria internet nos países em desenvolvimento

2 min de leitura
Imagem de: Como o Facebook pretende se tornar a própria internet nos países em desenvolvimento

(Fonte da imagem: The Verge)

O Facebook recentemente chegou ao impressionante número de 1 bilhão de usuários cadastrados, uma marca admirável considerando que o número de habitantes no mundo é de pouco mais de 7 bilhões.

O site de notícias Quartz resolveu investigar a fundo como o Facebook rompeu a barreira do bilhão de usuários e descobriu fatos surpreendentes para o feito – inclusive as sementes que levarão a rede a chegar aos 2 bilhões de usuários ou mais. Em uma extensa reportagem, eles explicam qual é a mágica que sairá da cartola de Zuckerberg. Confira aqui um resumo.

Emergentes como prioridades

Ásia, África e América Latina: o que importa agora para o Facebook são os mercados emergentes, já que até o final do ano haverá mais telefones celulares do que pessoas na Terra, sendo que 73% desses aparelhos não serão smartphones.

A maioria desses dispositivos não tem plano de dados e, se eles são capazes de navegar na internet, isso é feito através do protocolo WAP – que só pode acessar sites especialmente adaptados para ele.

Em 2008, os executivos do Facebook perceberam que a maneira mais fácil para fazer com que o Facebook crescesse meteoricamente era facilitar o acesso à rede social nesses dispositivos.

Facebook Zero

(Fonte da imagem: InWired View)

Em maio de 2010, o Facebook lançou, em parceria com algumas operadoras de celular, o Facebook Zero, uma versão simplificada (apenas de texto) da rede social que pode ser acessada por celulares que utilizam a tecnologia WAP.

O truque é: o Facebook Zero é totalmente gratuito e o seu acesso não consome nenhuma taxa de dados. É um grande negócio para o Facebook, em que quase todo mundo está usando um plano pré-pago. Nos 18 primeiros meses de funcionamento do serviço, o Facebook cresceu 114% na região.

O caso é emblemático, pois, em países como o Quênia, 99% da população acessa a internet através de dispositivos móveis simples. A rede social tornou-se tão popular na África que o site está impulsionando a venda de banda larga para que os usuários tenham acesso mais rápido a todas aquelas fotos e atualizações de status.

Tática marota

Mas como o Facebook está sendo oferecido gratuitamente para milhões de usuários na África? Segundo Nathan Eagle, CEO da Jana (uma empresa de consultoria focada em mercados emergentes), Zuckerberg e sua turma convenceram as operadoras com uma estratégia bem esperta.

Eagle explica que, uma vez que seus amigos estão na rede social, você vai querer se inscrever também. Por isso, você pode convidar seus contatos para o Facebook Zero através de mensagens de texto.

Quando um usuário está viciado na rede social, a operadora tem a oportunidade de vender serviços de dados para ele: o texto é gratuito, mas, se você quiser ver fotos, é preciso pagar as taxas habituais de dados. O mesmo vale para links externos que um usuário abre enquanto navega na rede social.

Essa lógica explica como o Facebook foi capaz de fechar acordo com 50 operadoras de telefonia móvel em 45 países para o lançamento do “Zero”. O mais impressionante é que isso é apenas a ponta do iceberg dentro da estratégia da empresa.

O fato é que, dessa maneira, a empresa está se tornando a porta de entrada da internet em muitos países emergentes, tornando-se a própria internet ao concentrar amigos do usuário e direcionar conteúdos.

Para saber mais, leia a reportagem completa aqui [em inglês].

Fonte: Quartz

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.