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Foto da Menina do Napalm reacende discussões sobre censura no Facebook

Eliminação automática da imagem icônica da Guerra do Vietnã marca um novo capítulo nas discussões sobre a importância da rede social na divulgação de conteúdos

Avatar do(a) autor(a): Felipe Gugelmin Valente

schedule14/09/2016, às 05:32

Fonte: Reuters

Na semana passada, o Facebook se envolveu em mais uma polêmica decorrente de seu filtro automático de conteúdos. Após um autor norueguês publicar em seu perfil a icônica fotografia da “Menina do Napalm” — uma das imagens mais importantes da Guerra do Vietnã —, a rede social decidiu bloqueá-la acusando-a de “conter nudez” e deixando de lado todo seu conceito cultural e histórico.

A decisão do site despertou reações calorosas e acusações de que ele está atuando de forma a censurar determinados conteúdos. O assunto se tornou conhecido mundialmente após o jornal norueguês Aftenposten publicar em suas páginas uma crítica às ações do Facebook , o que resultou em milhares de pessoas reproduzindo a imagem da garota — Phan Thi Kim Phuc — em seus perfis.

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Horas depois da polêmica surgir, o Facebook veio a público para anunciar sua decisão de restaurar a publicação original. “Uma imagem de uma criança nua normalmente violaria nossos padrões de comunidade, e em alguns países isso pode ser considerado pornografia infantil”, afirmou a companhia em uma declaração oficial. “Nesse caso, reconhecemos a importância histórica e global da imagem em documentar um momento particular do tempo”.

Companhia de mídia ou de tecnologia?

A situação também reacendeu os debates quanto ao papel do Facebook como uma companhia de mídia. Embora o CEO Mark Zuckerberg afirme que sua companhia lida somente com tecnologia, fato é que os algoritmos usados por ela determinam os tipos de artigos, vídeos e imagens consumidos por uma quantidade considerável de pessoas.

undefinedEgil Hansen, editor do Aftenposten

“Mark Zuckerberg pode resistir à definição o quanto ele quiser, dizendo que o Facebok é uma companhia de tecnologia e não de mídia”, afirma Emily Bell, diretora do Centro Tow para Jornalismo Digital na Universidade de Columbia. “Mas agora é possível que uma companhia desempenhe os dois papéis”, complementa.

Mark Zuckerberg é o editor-chefe mais poderoso do mundo

“Mark Zuckerberg é o editor-chefe mais poderoso do mundo”, declarou ao New York Times o editor do Aftenposten, Egil Hansen. “Amanhã, haverá uma nova fotografia. O Facebook vai ter que responder a isso”.

As críticas recentes à rede social envolvem desde a censura de fotografias de mulheres amamentando crianças até seu sistema de “trending topics” que, em certo momento, passou a dar destaque especial a notícias falsas. Infelizmente, parece que esses problemas não vão chegar ao fim em um futuro próximo, especialmente quando levamos em consideração que pequenas mudanças nas políticas da empresa costumam afetar a maneira como milhões de pessoas consomem conteúdos na internet.