Xiaomi Mi Mix: review/análise [vídeo]

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O Mi Mix é um belo smartphone de ponta lançado pela Xiaomi no ano passado. Esse aparelho chamou bastante atenção principalmente por causa do design, que praticamente inaugurou a onda dos aparelhos quase sem bordas, que vem ganhando bastante força recentemente. Basta olhar para ele para conseguir entender por que a moda pegou: ele realmente é um celular lindo.

Prós
  • Design belíssimo
  • Desempenho excelente
  • Armazenamento de sobra
  • Dual-SIM verdadeiro
  • Ótimo custo-benefício
Contras
  • Câmeras decepcionantes
  • Corpo frágil
  • Tela com cores esbranquiçadas
  • Incômodos de áudio
  • Risco da Shop ROM

No entanto, não é só do charme da combinação da tela enorme com o corpo de cerâmica que o Mi Mix é feito. O dispositivo traz algumas especificações realmente impressionantes, ainda que ele deixe a desejar em alguns pontos. Mas, por mais que não seja o smartphone perfeito, não dá para negar que ele manda bem em várias coisas. Acompanhe a nossa análise para saber mais detalhes.

Efeito “Uau!”

Vamos começar dando mais detalhes sobre o design, que é um dos principais destaques do Mi Mix. Por mais que a tela não ocupe os 91,3% do corpo que a Xiaomi prometeu originalmente, isso não diminui nem um pouco o impacto que ele causa quando você liga o display. É difícil encontrar quem não solte pelo menos um “uau” baixinho quando vê o aparelho ligado pela primeira vez.

Para tornar a frente ainda mais limpa e causar essa sensação, a empresa chinesa moveu a câmera de selfie para baixo e trocou o alto-falante de chamadas e os sensores de proximidade comuns por tecnologias mais avançadas – que vamos detalhar mais para baixo no texto.

Mas não é só a frente que agrada. O corpo inteiro do Mi Mix é feito de cerâmica e vem com um acabamento espelhado que é muito bonito de se olhar. Isso é mais verdade ainda na versão 18 K do aparelho, que dispõe de aros de ouro 18 quilates em volta da câmera e do sensor de digitais. É uma pena que esse acabamento espelhado acabe deixando o celular cheio de marcas gordurosas de dedos, porque ele fica lindo quando está limpo.

Cuidado: frágil

Por mais que a cerâmica do aparelho passe a sensação de ser bem resistente, ela tem a fama de não se sair muito bem no caso de quedas. Como o aparelho é bem liso e escorregadio, você provavelmente vai querer usar uma capinha para protegê-lo e impedir que ele escape da sua mão.

A boa notícia é que a Xiaomi se antecipou e incluiu uma case de couro bonitona dentro da caixa. Outro lado bom da capinha é que ela torna bastante confortável a pegada do Mi Mix, sem que ele fique escorregando da sua mão o tempo todo. Aí é só ser feliz.

Tela boa, mas não impecável

Como já falamos sobre a tela, vamos voltar um pouco e dar mais detalhes sobre ela. O painel usa a tecnologia IPS LCD e tem nada menos do que 6,4 polegadas. A resolução é Full HD, o que garante um bom nível de detalhes, mas teria sido legal da Xiaomi se ela tivesse trazido uma resolução Quad HD para podermos aproveitar um pouco melhor esse espaço todo no display – o que teria o efeito colateral de reduzir a vida da bateria.

Do jeito que está, a experiência é legal, mas não impecável. Uma coisa que me incomodou um pouco na tela do Mi Mix foi a reprodução de cores, que pareceu um pouco lavada – com as cores mais suaves parecendo um pouco esbranquiçadas. Além disso, a proporção de 17:9 acaba fazendo surgir uma tarja preta na lateral quando você vai ver um vídeo em tela cheia.

Vamos deixar uma coisa bem clara aqui: as imagens ficam ótimas no Mi Mix e ele consegue reproduzir bem várias tonalidades diferentes, mas eu, particularmente, prefiro as cores mais destacadas que uma tela AMOLED ou Super AMOLED teria. Se esse não é o seu caso, então pode ficar tranquilo que as cores do LCD do Mi Mix provavelmente não vão te incomodar.

Desempenho ótimo

O design não é a única coisa excelente do Mi Mix. O celular vem com o mesmo processador dos top de linha do ano passado, que é o Snapdragon 821. A versão mais básica do aparelho tem 4 GB de RAM e digníssimos 128 GB de armazenamento.

Além de um processador de ponta, o modelo mais parrudo do Mi Mix tem 6 GB de RAM e 256 GB de armazenamento

Já a variante que nós testamos aqui foi a versão chamada 18K, que é a mais luxuosa, com direito aos anéis de ouro que mencionamos mais para cima no texto. Além do visual mais chique, esse modelo chega com 6 GB de RAM e monstruosos 256 GB de espaço interno. Não tem entrada para cartão micro SD, mas isso é praticamente desnecessário nesse caso.

Na prática, o desempenho fez justiça a esses números todos – e com louvor. O aparelho faz tudo o que você quiser sem o menor sofrimento e com bastante agilidade. Todos os apps rodam lisos, não tem nem sinal de travamento e sobra espaço para tudo. Com games não foi diferente e o Mi Mix conseguiu tirar de letra mesmo os títulos mais pesados. Os gráficos rodam no máximo sem engasgar e eu não sofri com queda na taxa de quadros por segundo em momento algum. Sem falar que é bem legal jogar nessa tela grandona, pelo menos para quem tem mãos maiores.

Benchmarks

Para ver como o Xiaomi Mi Mix se sai em comparação com alguns concorrentes, o aparelho foi submetido a três aplicativos de benchmark. Os testes utilizados foram o 3DMark (Ice Storm Unlimited), o AnTuTu Benchmark 6 e o Vellamo Mobile Benchmark (HTML5 e Metal).

O 3D Mark oferece uma série de testes para benchmark de smartphones. Entre eles, o Ice Storm Unlimited permite comparar diretamente entre processadores e GPUs. A resolução do display é um fator que pode afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho.

O app AnTuTu 6 permite testar interface, CPU, GPU e memória RAM dos dispositivos. Os resultados são fornecidos individualmente e somados para gerar uma pontuação total. E aqui também vale a máxima para os pontos: quanto mais, melhor.

O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes aos smartphones, avaliando o desempenho do celular durante o acesso de conteúdo na internet por meio de navegadores no primeiro e a performance do processador no segundo. Novamente, números maiores indicam resultados melhores.

MiUI em boa forma

Indo agora para a interface, o Mi Mix vem com a versão 8.2 da MiUI, que é a personalização que a Xiaomi escolheu fazer sobre o Android 6.0 Marshmallow. Como sempre, ela continua sendo funcional e bem ágil, combinando a falta da gaveta de apps e os ícones no estilo iOS com menus que lembram os da TouchWiz da Samsung. Nessa parte, aliás, ele tem um charme próprio, com movimentos meio “elásticos” quando você rola a tela pelas opções.

Uma coisa diferente que a Xiaomi adicionou ao Mi Mix foi um botão flutuante para facilitar a navegação. Quando você ativa a função, clicando no canto inferior direito, pode posicionar um botão flutuante na posição que achar mais confortável na tela. Tocando nele, um menu vai se abrir com atalhos para os botões de navegação, para bloquear a tela e para tirar uma screenshot. Muito útil para quem tem mãos pequenas.

A única ressalva que temos que fazer sobre o sistema operacional é o risco de o aparelho vir com a versão não oficial da plataforma, a chamada Shop ROM. Essa variante é feita com base no software original chinês e pode causar vários defeitos e bugs no celular. Como o Mi Mix já está no mercado faz algum tempo, as chances de ele vir com uma Shop ROM são bem pequenas. Em todo caso, não precisa se desesperar se você der azar. Nós fizemos um tutorial explicando como identificar e remover a Shop ROM – clique aqui para conferir.

Câmeras decepcionantes

Por mais que o Mi Mix seja um celular excelente em vários quesitos, ele não é perfeito. E as câmeras são o principal ponto fraco. O sensor traseiro de 16 MP até consegue tirar fotos legais quando você está em um ambiente externo, com bastante luz solar. Nesse caso, as imagens saem com um nível de detalhes bom e uma representação legal das cores.

No entanto, é só tentar tirar fotos em um lugar fechado para começar a ver ruídos nas imagens e perder definição, mesmo com bastante luz. No escuro, o foco acaba ficando bastante lento e as imagens bem ruins, mesmo quando você usa o flash. A história é parecida com a câmera frontal de 5 MP. As selfies saem boas sob o sol, mas ficam bem insatisfatórias em lugares fechados. Já no escuro... bom, aí a câmera da frente realmente não serve para nada.

Fotos tiradas com o Xiaomi Mi Mix:

Outra coisa ruim que preciso mencionar sobre a câmera frontal é a posição dela. A lente fica no canto inferior direito do aparelho, o que é algo bem incomum. Isso não atrapalha na hora de tirar selfies de lado ou mesmo na vertical, já que dá para você virar o celular de ponta cabeça e ele corrige o resultado. Mas se você vai gravar um vídeo em apps de terceiros, como o Instagram, por exemplo, aí não vai dar para virar o aparelho, e o jeito vai ser segurar o celular de um jeito desconfortável.

A coisa não melhora nos vídeos. Mesmo que o aparelho consiga gravar em 4K, os vídeos saem tão tremidos que fica difícil conseguir aproveitar alguma coisa.

Bateria boa

Seguindo para a bateria, dá para dizer que os 4.400 mAh do Mi Mix conseguem fazer um bom trabalho, considerando o tamanho enorme da tela. No nosso teste de estresse, o celular consumiu 10% da carga em uma hora rodando vídeo em streaming do YouTube com o brilho da tela no máximo. Isso significa que ele deve aguentar mais ou menos umas 10 horas com a tela ligada, o que é o suficiente para você jogar bastante antes de ter que ligá-lo na tomada.

Com uso um pouco mais moderado, O aparelho aguenta um dia inteiro sem grandes dificuldades e ainda sobra um pouquinho de carga para a manhã seguinte – mas nada muito significativo. Além disso, vale também mencionar que o Mi Mix leva mais ou menos 2 horas para recarregar de zero a 100%.

Extras

Para conseguir deixar a frente do smartphone com esse visual bonitão, a Xiaomi teve que usar tecnologias menos convencionais, como o sensor de proximidade e o alto-falante. No caso do primeiro, a empresa utilizou uma tecnologia ultrassônica, que consegue sentir quando seu rosto está perto para desligar a tela no momento em que você colocar o celular na orelha. Isso funcionou muito bem no tempo que passei com o Mi Mix e não causou problema algum.

Já para a saída de áudio das chamadas, a solução foi usar um sistema que gera o som por meio de vibrações no metal dentro aparelho. Com isso, a Xiaomi conseguiu remover os alto-falantes tradicionais da frente, mas não sem um ponto negativo. O problema aqui é que esse sistema acaba funcionando como uma espécie de viva-voz em tempo integral. As chamadas telefônicas ficam bem altas e, como o som sai para todos os lados, quem estiver perto de você vai conseguir ouvir tudo.

E falando de som, vale também mencionar que a saída sonora de mídia segue a tradição estranha de muitos aparelhos chineses, ficando na parte de baixo, no canto direito do celular. Com isso, você provavelmente vai acabar tampando com a mão e abafando o som quando estiver vendo um vídeo ou jogando com a tela cheia no modo paisagem. Pelo menos o áudio sai com um volume bom quando o alto-falante não está obstruído, mas rola um pouco de distorção nos volumes mais fortes.

Passando para o sensor de digitais na traseira, a posição dele é boa e fácil de alcançar. Se você estiver usando a capinha que vem com o smartphone, então é praticamente impossível de errar a posição do leitor. O cadastro das impressões digitais é fácil e a leitura é bem rápida, então esse é mais um ponto a favor do Mi Mix.

Vale a pena?

Como a Xiaomi não está oficialmente aqui no Brasil, quem quiser comprar o Mi Mix vai ter que usar sites como a GearBest. Por lá, o modelo com 4 GB de RAM e 128 GB de armazenamento custa uns US$ 540. Convertendo para a nossa moeda, isso dá cerca de R$ 1,7 mil, mas é bom lembrar que a alfândega pode taxar o produto em até 60%. O mais provável é que a taxa deixe o preço perto de R$ 1,9 mil no total – mas é bom se preparar para o pior e separar uns R$ 2.725, só por segurança.

Já se você quiser a versão mais parruda, que tem 6 GB de RAM e 256 GB de armazenamento, aí o total com os 60% de imposto fica em torno de R$ 3.478. Como o mais normal é que a taxa fique perto dos R$ 200, o valor deve chegar mais próximo de R$ 2.375. Nessa faixa de preço, o único aparelho disponível aqui no Brasil que poderia competir é o LG G6, que perde em alguns quesitos e ganha em outros. No entanto, vamos deixar essa disputa para o nosso comparativo.

Seja como for, o design excelente, o desempenho de ponta e o espaço enorme de armazenamento não deixam dúvida de que o Xiaomi Mi Mix é um smartphone sensacional. É uma pena que as câmeras não façam justiça a um aparelho tão bom e que ele não tem assistência técnica oficial aqui no Brasil, mas se você não se importa com isso, então ele vale muito a pena.

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E aí, o que você achou do Mi Mix? Deixe a sua opinião nos comentários abaixo. Quer comprar esse monstro lindo na forma de celular? Então é só dar uma olhada nos links com uns descontos espertos logo a seguir.

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