Nomadland é censurado na China por antigos comentários da diretora

1 min de leitura
Imagem de: Nomadland é censurado na China por antigos comentários da diretora
Imagem: IMDB/Reprodução

Vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Direção, Nomadland está sendo censurado na China. O motivo seria uma reação do público a antigas entrevistas da diretora chinesa Chloé Zhao há quase uma década.

Desde sexta-feira (5), informações sobre o filme estão sendo discretamente apagadas da internet na China. Por exemplo, uma pesquisa pela hashtag #Nomadland na rede social Weibo indica que o assunto viola as “leis, regulamentos e políticas” do país.

Chloé Zhao durante a cerimônia do Globo de Ouro 2021.Chloé Zhao durante a cerimônia do Globo de Ouro 2021.Fonte:  Handout/HFPA 

Surpreendentemente, a censura de Nomadland ocorre poucos dias após a própria imprensa chinesa celebrar o grande feito de Chloé Zhao. A cineasta se tornou a primeira mulher asiática a ganhar o Globo de Ouro.

No entanto, milhares de pessoas usaram as redes sociais para protestar contra ela. Os usuários estão indignados com a ideia de comemorar a conquista de uma artista que, teoricamente, não se considera uma cidadã chinesa.

A reação foi alimentada por uma frase de Chloé em uma entrevista para a Filmmaker Magazine em 2013. Na ocasião, ela disse ser atraída por temas sobre a vida nos Estados Unidos, pois crescer na China era estar “em um lugar onde há mentira por toda parte”.

Chloé Zhao e a atriz Frances McDormand nos bastidores de Nomadland.Chloé Zhao e a atriz Frances McDormand nos bastidores de Nomadland.Fonte:  IMDB/Reprodução 

Consequências do boicote

Após a repercussão do antigo comentário, os cartazes promocionais de Nomadland foram retirados de diversos sites. Bem como, donos de blogs notaram que os artigos relacionados ao filme foram excluídos por censores.

Ademais, as poucas referências sobre o longa-metragem que ainda restam na internet chinesa não citam a data de lançamento prevista para 23 de abril. Isso coloca em dúvida se a produção chegará aos cinemas do país.

Hu Xijin, editor-chefe do jornal estatal chinês Global Times, disse que os comentários das pessoas que estão indignadas são justificáveis. No entanto, isso não deve influenciar no lançamento do filme no país.

“Manter a China aberta significa ser capaz de acomodar alguns conflitos”, disse Hu. “Em 2013, Zhao disse algo que poderia ser humilhante para o país, mas ela não é uma pessoa extremista que transforma esses valores em posições políticas e os destaca no exterior”.

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.