Copa do Mundo: conheça as tecnologias de validação de gols polêmicos

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Por mais treinados que sejam os olhos da equipe de árbitros em uma partida de futebol, há alguns raros momentos em que se torna praticamente impossível determinar com certeza a validade de um gol. Ferramentas tecnológicas, no entanto, vêm surgindo justamente para ajudar a nós, falhos humanos, em ocasiões como essas, em que nossa percepção acaba falhando.

O chamado “gol fantasma” é um estigma presente nos Mundiais desde os anos 60, e a FIFA, que por muito tempo foi resistente ao uso de recursos tecnológicos inovadores, finalmente se rendeu e vem desde 2011 buscando sistemas que ponham um fim ao problema da validade de gols duvidosos. A mudança só veio agora, pouco antes da Copa do Mundo 2014 no Brasil, mas já demonstrou em poucos dias que é bastante útil.

Tecnologia da Linha do Gol

Usado ainda em fase de protótipo durante o Mundial de Clubes do Japão e durante a Copa das Confederações de 2013, o recurso chamado de Tecnologia da Linha de Gol (TLG ou GTL) consiste em sensores instalados na linha abaixo do travessão, alertando o árbitro, através de um smartwatch, se o gol foi ou não legítimo.

O sistema age em conjunto com um dispositivo presente na Brazuca — bola oficial da Copa 2014, fabricada pela Adidas —  e serve para prevenir polêmicas como a da final da Copa da Inglaterra, em 1966, em que o time britânico enfrentou a Alemanha Ocidental.

Na ocasião, o inglês Geff Hurst chutou uma bola que bateu no travessão e quicou no chão, em um lance que até hoje gera controvérsias sobre a validade do gol. O árbitro aceitou o ponto, que corroborou para a única vitória da Inglaterra em uma final de Copa do Mundo, até os dias de hoje.

Aparentemente, funciona

Nesta Copa, a tecnologia já provou sua utilidade. Durante a partida da França contra Honduras, o árbitro foi alertado de que a bola havia cruzado o gol em uma situação em que a visualização era difícil mesmo com a ajuda das câmeras.

A FIFA já disse que pagaria por um ano de manutenção do TLG já instalado no estádio, como uma espécie de “presente para o Brasil”. A CBF, entretanto, diz não saber se vai aceitar, pois somente os estádios do Mundial contariam com o sistema, o que poderia deixar jogos disputados em outros estádios em desvantagem.

Drones e GoalControl-4D

Robôs voadores com filmadoras e câmeras supervelozes estão entre as apostas da Federação Internacional de Futebol para supervisionar a marca do gol durante o mundial — investimento projetado para evitar erros constrangedores de avaliação. O sistema até mesmo já foi usado durante a Copa das Confederações no ano passado, mas não houve nenhuma situação controversa que testasse sua capacidade.

As câmeras são da fabricante suíça Photonfocus e há 14 delas instaladas sob o teto de cada um dos 12 estádios brasileiros que sediarão a Copa 2014 — sete vigiando cada trave. Essas filmadoras podem gravar até 500 quadros por segundo, o que, juntamente ao algoritmo de rastreamento da Brazuca, pode determinar com exatidão se a bola cruzou a linha do gol.

A regra é clara, mas a visão convencional nem sempre

Em apenas um segundo o árbitro recebe essa análise em seu relógio e pode determinar a validade do ponto. O sistema chamado GolControl-4D se faz necessário por causa de situações como no jogo da Inglaterra contra a Alemanha na Copa da África do Sul, em 2010. Os rivais, mais uma vez, se envolveram em uma histórica partida marcada por contradição.

Um gol do jogador inglês Frank Lampard foi anulado em um importante momento do jogo, enquanto as filmagens mostraram por vários ângulos que o chute havia cruzado a linha. Como em uma irônica vingança, a Alemanha ganhou da Inglaterra por 4 a 1.

Sobre a febre dos drones, curiosamente o time da França reclamou em uma coletiva no dia 11 de junho de estar sendo espionado por um desses aparelhos, em Ribeirão Preto, SP, antes da partida conta a seleção de Honduras. O suposto quadricóptero sobrevoou o campo durante o treino da equipe. A FIFA disse não saber de nada sobre isso.

No fim de tudo, fica evidente que uma mãozinha no monitoramento dos jogos é sempre bem-vinda. Afinal, ninguém gostaria de ver sua seleção sendo injustiçada por uma avaliação equivocada. E você, que tipo de tecnologia acha que poderia ser implantada para dar uma visão ainda mais clara do que acontece em uma partida de futebol?

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